Justiça decide o óbvio: Administração Pública não pode terceirizar atividades-fim via Terceiro Setor

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Desde 1995 critico o neoliberalismo-gerencial do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) que pregava a privatização da saúde, educação e demais serviços sociais via entidades do Terceiro Setor, no Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado.

Desde 1997 defendo a inconstitucionalidade das OS – organizações sociais, criadas via MP, e depois por meio de Lei em 1998, com o STF até hoje discutindo sua constitucionalidade.

Em 1999 foram criadas as OSCIPs – organizações da sociedade civil de interesse público, inicialmente apenas para fomento, mas acabam sendo utilizadas para os mesmos fins das OS: privatização dos serviços sociais estatais.

Meu mestrado em Direito do Estado na UFPR tratou do tema, com a dissertação sendo transformada no meu livro. Vários textos posteriores também trataram do tema, em sentido que para mim parece ser óbvio:

1. Hospitais, escolas e universidades e outras instituições estatais não podem terceirizar suas atividades-fim, não podem contratar médicos, professores, por meio de OSs, OSCIPs, etc.

2. É BURLA ao concurso público, às licitações, à Lei de Responsabilidade Fiscal, ao regime jurídico administrativo, etc.

3. O Estado é o principal prestador dos serviços sociais, podendo fomentar entidades do Terceiro Setor para que atuam apenas de forma complementar, excepcional.

No meu doutorado em políticas públicas na UFPR continuo estudando o tema.

O bom é que por mais que o STF ainda não tenha decidido pela inconstitucionalidade das OSs, frequentemente o Poder Judiciário vem decidindo em consonância com a nossa Constituição Social, Republicana e Democrática de Direito. Entendo que a decisão abaixo pode ser aplicada tanto para OSCIPs quanto para OSs, quando essas forem utilizadas como terceirizadas:

MANTIDA CONDENAÇÃO A MUNICÍPIO QUE CONTRATOU PROFESSORA POR MEIO DE PARCERIA COM OSCIP. Mantida condenação a município que contratou professora por meio de parceria com Oscip

Por Ademar Lopes Junior, no site do TRT-15:

A 4ª Câmara do TRT-15 negou provimento ao recurso do Município de Sertãozinho, condenado subsidiariamente pelo Juízo da 2ª Vara do Trabalho local a pagar os créditos trabalhistas a uma professora contratada pelo Centro Integrado e Apoio Profissional para lecionar em programas educacionais desenvolvidos em parceria com a Prefeitura. O principal argumento do recurso do Município foi de que ele não pode ser compelido a responder subsidiariamente pelos títulos deferidos na sentença recorrida, por ser inaplicável o item IV, da Súmula 331, do TST ao caso concreto, já que tal entendimento contraria o disposto no art. 71, da Lei nº 8.666/93, cuja constitucionalidade foi assentada na ADC nº 16″. O recorrente insistiu, ainda, que “o vínculo que une os reclamados é o de parceria, nos termos da Lei nº 9.790/1999, o que também impediria a incidência da Súmula nº 331 do TST”.

O relator do acórdão, desembargador Luiz José Dezena da Silva, não concordou com esse argumento, e ressaltou que “o município-réu, ao que tudo indica, está a se utilizar da ferramenta de parceria com Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) de forma irregular”, isso porque, segundo afirmou o colegiado, “compete aos Municípios oferecer educação infantil e de ensino fundamental”, e esclareceu que a “atividade de professora, exercida pela autora na instituição de ensino trata-se, pois, de travestida terceirização”. A 4ª Câmara salientou a possibilidade, pelo art. 3º, III, da Lei nº 9.790/99, de o Estado fazer parcerias com a Oscip, visando à promoção gratuita da educação, porém destacou que “o que se percebe é que o Município, ‘virtualmente’, terceirizou atividades próprias do seu aparato de educação pública”, afirmando que a reclamante foi contratada para ministrar aulas de Artes em escolas do próprio Município, e concluiu que “tal serviço, indubitavelmente, insere-se na atividade-fim do próprio ente municipal“.

O colegiado afirmou que não se nega a possibilidade da parceria para a realização de medidas complementares de educação pública, mas lembrou que tais medidas “devem ter sempre o caráter adicional, isto é, não substituem as atividades ordinárias a cargo do ente público” e concluiu que “não é dado à Administração, por meio do instrumento de parceria, transferir a terceiros, parcial ou integralmente, atividades relacionadas a finalidades que lhe sejam naturalmente inerentes“.

O acórdão destacou, por fim, que “não se trata de aplicação da Lei nº 8.666/93”, como argumentou o Município, “visto que não houve licitação para contratação da prestadora dos serviços” e por isso a tese do recorrente é “impertinente”. Também afirmou que no caso específico, “a responsabilidade do Município, a rigor, deveria ser solidária, de acordo com o art. 12 da Lei nº 9.790/99, pois não há evidência alguma nestes autos de que o recorrente tenha adotado as providências cabíveis para apurar a malversação dos recursos públicos utilizados pela 1ª reclamada para o cumprimento da legislação trabalhista, relativamente aos empregados contratados para execução do termo de parceria, como é a hipótese da reclamante”. Porém, manteve a sentença de primeira instância, que “declarou a responsabilidade subsidiária, a fim de que se evite o ‘reformatio in pejus’, em observância ao que dispõe o art. 128 do CPC”. (Processo 0000543-91.2011.5.15.0125)

Saúde: Administração direta, fundação estatal de direito privado ou privatização via OS?

Veja texto do Chico Marés na Gazeta do Povo de hoje:

Atuação de entidade municipal divide opiniões

Apresentada como modelo para a Fundação Estatal em Saúde que o governo paranaense quer criar, a atuação da Fundação Estatal de Atenção Especializada em Saúde de Curitiba (Feaes) divide opiniões. Para o presidente do Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), Mário Ferrari, a criação da Feaes foi um avanço em relação ao modelo de terceirização praticado anteriormente, envolvendo as organizações sociais (OSs) – que, para ele, foi uma “experiência ruim”. Na sua avaliação, a Feaes tem conseguido dar agilidade aos processos, o que seria uma vantagem em relação à administração direta da prefeitura, sem que isso cause distorções, falta de pagamento e outros problemas verificados com a terceirização privada. “Não foi exatamente a mudança que pretendíamos, mas melhorou muito”, afirma. Já a diretora do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Irene Rodrigues, defende que o serviço de saúde deve ser prestado pela administração direta, e que as práticas da Feaes não diferem da terceirização por instituições privadas. “Nos preocupa a presença de trabalhadores da mesma instituição com vínculos diferentes e tratamento diferente, e como isso repercute na ponta. Entendemos que há uma diferença de salário, jornada de trabalho e envolvimento [entre servidores da administração direta e indireta]”, afirma. Ela diz, ainda, que o argumento da agilidade não é cabível, e cita a demora no início do funcionamento do Hospital do Idoso Zilda Arns como exemplo.

A inconstitucionalidade das organizações sociais

Por Tarso Cabral Violin

Publicado originalmente no jornal O Estado do Paraná de 13.09.2010, no caderno Direito & Justiça

Provavelmente ainda em 2010 o Supremo Tribunal Federal tomará uma importante decisão com relação à Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.923-5: é possível que uma entidade privada, não criada pelo Estado -que não faz concurso público ou licitação para suas contratações de pessoal, bens e serviços, não é fiscalizada no seu dia-a-dia pelo Tribunal de Contas, enfim, não está adstrita ao regime jurídico administrativo – receba dinheiro, bens e servidores públicos, sem ter participado de licitação, com o intuito de substituir o Poder Público em áreas como educação, saúde, assistência social, pesquisa, tecnologia, cultura e meio ambiente?

A resposta no sentido negativo parece óbvia, mas infelizmente muitos políticos, administradores públicos e, pasmem, juristas, entendem que a eficiência, ou pelo menos o discurso da eficiência pode passar por cima de princípios constitucionais como legalidade, moralidade, isonomia, publicidade e supremacia do interesse público sobre o privado.

É esta a discussão que se trava com relação à Lei das Organizações Sociais (9.637/98), que são associações ou fundações privadas qualificadas e que firmam contratos de gestão com a União, estados e municípios, que como num passe de mágica têm ao mesmo tempo prerrogativas e até privilégios que nenhum outro tipo de instituição pública ou privada conquistou até hoje: o poder de lidar com dinheiro público sem controles efetivos da Administração Pública, Tribunal de Contas, Ministério Público e da própria sociedade.

Quando editada a Lei, o discurso dominante das reformas administrativas neoliberais-gerenciais – final do século XX -era o de que essas entidades seriam mais eficientes e poderiam ser controladas apenas nos seus resultados.

O que aconteceu na prática? Entidades que são verdadeiras caixas-pretas que não sofrem controle incisivo do Poder Público e muito menos da sociedade. Você já tentou, ou se tentou já conseguiu informações de interesse público em alguma OS?

Infelizmente essa falta de controle pode estar fazendo que estas entidades, ao invés de virarem espaços de compartilhamento, ajuda mútua, se tornem espaços apenas de negócios, e muitas vezes, infelizmente, de negociatas.

Lembrando que principalmente a prestação de educação e saúde são deveres do Estado definidos constitucionalmente, podendo a iniciativa privada, com ou sem fins lucrativos, atuar apenas de forma complementar.

O repasse por parte do Estado de serviços às OSs é um tipo de terceirização ilícita, pois repassa atividades-fim do Poder Público, o que é uma fuga indevida do regime jurídico administrativo.
Por exemplo, é possível que uma escola pública terceirize alguma atividade-meio, como a limpeza. Mas não é possível que um município contrate médicos por meio de OS ou repasse a gestão de todo um hospital para essas organizações.

A tendência é que os Ministros do STF Joaquim Barbosa, Lewandowski, Marco Aurélio, Ayres Britto, Cármen Lúcia e Dias Toffoli considerem as OSs como inconstitucionais.

Gilmar Mendes, Ellen Gracie e Peluso provavelmente as considerarão constitucionais, ficando a dúvida com relação ao voto de Celso de Mello e do novo Ministro a ser escolhido por Lula.

O que está pautada é a discussão se o chamado “terceiro setor” é apenas um instrumento de privatização do Estado ou um espaço de construção de uma sociedade mais justa, democrática e igualitária, com um equilíbrio entre a sociedade política e sociedade civil, na guerra de posição gramsciana, em busca de uma hegemonia popular!

Tarso Cabral Violin é professor de Direito Administrativo da Universidade Positivo, mestre em Direito do Estado pela UFPR, advogado e consultor jurídico.

Privatização da Saúde via OS mata!

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Do SindSaúde-SC

O desmonte e a precarização do serviço público de saúde em Santa Catarina está a cada dia se agravando.

O Hospital Materno Infantil de Joinville, depois de um investimento de mais de 15 milhões do Estado de SC, foi aberto e colocado em funcionamento, contando com uma unidade de queimados. No entanto, já na abertura foi entregue para uma Organização Social (OS).

Essa Organização Social (OS) e o Governo do Estado, com o argumento de que não havia demanda, decidiram e desativaram a unidade de queimados em 2012, alegando que esta unidade custava muito caro para o Estado e para a OS. Curioso nesse caso é pensarmos que a todo momento alegam também que a OS não tem lucros, e ao mesmo tempo preocupam-se com o prejuízo! E mais grave que tudo isso, colocam preço na vida!

Nesta semana vivemos o drama de um menino de Lages com 70% do corpo queimado que perdeu a vida por falta de vaga para o tratamento adequado. Isso é um crime que esta sendo cometido pelas OSs e com o aval do Governo do Estado.

Basta de descaso com a vida! Queremos saúde pública, estatal, gratuita e de qualidade!

O SUS É NOSSO, NINGUÉM TIRA DA GENTE! DIREITO GARANTIDO, NÃO SE VENDE, SE DEFENDE!

Veja um vídeo, clique aqui.

Beto Richa vai privatizar o Teatro Guaíra em 2014 para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal e concurso público

O Secretário de Estado da Cultura do Paraná, Paulino Viapiana, confessou novamente que o governo Beto Richa (PSDB) vai privatizar o Teatro Guaíra em 2014, na Gazeta do Povo de hoje.

O Teatro, que é uma autarquia, precisa contratatar novos servidores públicos. A Constituição de 1988 exige a realização de concurso público, segundo o art. 37, II.

O problema é que com a incompetência de gestão do governo Estado, com a contratação de seus parentes e criação de um cargo comissionado sem concurso público a cada dois dias de governo, o Paraná está no limite de despesas com pessoal segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Qual a saída dos “gênios” neoliberais-gerenciais do governo Beto Richa? Terceirizar a gestão do Teatro para uma ONG qualificada como organização social – OS.

É o mesmo modelo de privatização que está prestes a ser considerado como inconstitucional pelo STF; que foi considerado mais caro e menos eficiente pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo; e é o mesmo modelo de privatização do ICI – Instituto Curitiba de Informática, que passa pelo escândalo da Urbs/Dataprom de fuga às licitações.

Ao invés de debater com a sociedade se seria o caso de manter ou modificar o regime jurídico do Guaíra, discutir se seria conveniente ou constitucional transformar o Guaíra de autarquia em fundação estatal de direito privado ou empresa pública, Beto Richa simplesmente quer privatizar.

Mas a própria LRF determina que a substituição de servidores por terceirizados deve ser contabilizada dentro dos gastos com servidores.

Ministério Público, Tribunal de Contas e OAB, fiquem de olho por favor.

Por favor 2014, chega logo!

Saúde: nem fundação, nem privatização, a solução é a autarquização

Em 2010, ainda durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se estudava no Ministério da Saúde a criação de um plano de carreira para os médicos públicos. O projeto foi elaborado pelo ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão e prevê a criação de carreira federal para médicos, enfermeiros e dentistas, para atendimento principalmente no interior do país.

Alexandre Padilha, o atual ministro da Saúde no governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), prefere carreiras médicas regionais geridas por fundações estaduais estatais de direito privado, com recursos da União, dos Estados e dos municípios.

Mas os médico não querem receber entre R$ 5.000 e R$ 8.000 como servidores celetistas. Preferem que sejam contratados como estatutários, com estabilidade, ou querem atuar com procedimentos e consultas, e não saúde básica, além de muitos não terem interesse no regime de 40 horas semanais. Outro problema é que muitas prefeituras dão calote quando se envolve recursos municipais, para pagamento dos salários dos profissionais, com dinheiro do Fundo Nacional de Saúde.

A saída não é a privatização inconstitucional via OS – organizações sociais e nem as Fundações ou Empresas estatais de direito público com médicos celetistas, também de discutível constitucionalidade.

A saída mais juridicamente condizente com a Constituição Social, Republicana e Democrática de Direito de 1988 é a criação de autarquias federais ou estaduais, com médicos e servidores estatutários, com estabilidade, com carreira de Estado, recebendo bem e prestando um eficiente serviço público de saúde. E, é claro, com bastante controle social.

O problema da saúde no Brasil é a privatização e a mercantilização

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O grande problema com relação a falta de médicos no interior do Brasil é a inexistência de hospitais estatais com médicos concursados e com uma carreira definida.

O gerencialismo-neoliberal que assombrou o Brasil na década de 90 até hoje dá frutos, com a privatização da saúde por meio de Organizações Sociais da Saúde – OSS e convênios/contratos ilegais com entidades privadas, com o intuito de fuga do concurso público, das licitações e da responsabilidade fiscal.

Os governos municipais e estaduais são os campeões em privatização da saúde via OSs. Inclusive governos que se dizem de esquerda ou centro-esquerda.

Não é verdade que a falta de médicos no interior se deve a falta de equipamentos.

Segundo a Gazeta do Povo de hoje, a professora do Depar­ta­men­to de Saúde Coleti­va da Universidade de Brasília (UnB), Ximena Pamela Bermudez, entende que equipamentos não são suficientes para salvar vidas. Segundo ela:

“Primeiro precisamos de médicos onde não tem. A ideia de que a tecnologia resolve tudo é equivocada”.

“A medicina é uma ciência voltada ao lado social, para salvar vidas. Se tivesse médico em lugares remotos do país haveria atenção básica pelo menos”.

“Infelizmente, os médicos não vão para cidades de menor porte. Há falta de conhecimento sobre essa necessidade. Muitos ainda têm uma visão individualista e, até mesmo, mercantilista da profissão”.

Conforme dados do Ministério da Saúde divulgados pela Gazeta do Povo, 80% dos problemas de saúde podem ser resolvidos na atenção primária, com ações de prevenção e diagnóstico precoce.

O jornal também informa a posição do presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva, Luis Eugenio Portela, que acredita que a falta de médicos não se trata especificamente da falta de equipamentos, mas também das condições de trabalho. Para ele “por condições de trabalho, entendo desde salários e carreiras passando pela questão da falta de organização de redes integradas de serviços”. Ele também entende que a má distribuição de riqueza no país interfere no processo. “Se as cidades do interior tivessem melhores condições de vida, com boas escolas, bons cinemas, bons shopping centers, certamente, teriam bons centros de saúde e atrairiam muitos médicos”.

Governantes: que tal vossas excelências aplicarem a Constituição Social, Democrática, Republicana de Direito de 1988, com hospitais estatais e médicos concursados por todo o país, com o intuito de cumprir as obrigações constitucionais fixadas como “dever do Estado na saúde” e “redução das desigualdades regionais e sociais”?

E universidades que formem médicos menos individualistas e mercantilistas, com uma visão de interesse público e social.

Após pressão dos trabalhadores o prefeito de São Paulo Fernando Haddad acaba com privatização da saúde via OS

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), acabou com a privatização via Organização Social da Saúde (OSS) do Ambulatório de Especialidades do Jardim Peri-Peri

Trabalhadores organizados pelo Sindsep – Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo, iniciaram greve e conseguiram que a entidade privada Fundação Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FFMUSP), qualificada como OS, deixe de gerir o ambulatório

 em 90 dias.

Agora o Sindsep quer o fim de todas as privatizações via OS.

O Tribunal de Contas do Município de São Paulo – TCM/SP analisou 5 de 28 contratos de OSs e todos os analisados estavam comprometidos e inadequados quanto ao uso da verba de forma irregular.

Além disso o TCE/SP fez um estudo e aponta que a privatização via OS é mais cara e menos eficiente.

Parabéns prefeito pelo fim dessa privatização inconstitucional.

Veja um bom debate sobre a privatização da saúde via Organizações Sociais da Saúde – OSS

Veja um vídeo com interessante debate no Canal Saúde sobre a privatização da saúde via as Organizações Sociais de Saúde – OSS, que são associações ou fundações privadas, sem fins lucrativos, qualificadas pelo Poder Público, que assumem a gestão da saúde pública no Sistema Único de Saúde. Participam do programa a professora da UERJ, Maria de Fátima Andreazzi,o professor de Direito Sanitário / FGV, Felipe Asensi e o médico sanitarista, Oscar Berro.

Há equívocos em algumas falas, como por exemplo um médico querendo discutir questões jurídicas, mas o debate válido.

Privatização da Saúde: OSs em SP recebem dinheiro público sem disponibilizar médicos

No Estadão

SP paga por 1,2 mil médicos que não existem

Profissionais deveriam atuar em postos geridos por Organizações Sociais (OSs)

A rede municipal de saúde paga pelo menos 1.286 médicos que não existem. Os profissionais deveriam atuar nas unidades de atendimento administradas por Organizações Sociais (OSs), instituições que recebem repasses da Prefeitura para manter os postos em funcionamento. Por mês, são pagos R$ 116 milhões à rede terceirizada que, assim como ocorre no serviço público, alega dificuldades na contratação, especialmente quando a vaga está na periferia.

A zona leste da capital é a mais prejudicada. Na região há 571 plantões médicos abertos para as mais diversas especialidades, como pediatria, ginecologia e dermatologista. A demanda por clínicos gerais também é enorme nos bairros mais afastados, como Cidade Tiradentes, Guaianases e São Mateus. A zona norte é a segunda na lista de espera por profissionais, seguida pelas zonas sul, sudeste e centro-oeste.

Somente a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) precisa contratar quase 700 médicos – 41 deles para compor o número de funcionários da Assistência Médica Ambulatorial (AMA) Tito Lopes. Da lista de nove entidades que prestam serviço para a Prefeitura, a OS é a que registra o maior déficit. E também é a que recebe o maior repasse mensal: R$ 26 milhões.

Mas, apesar de o quadro de funcionários estar incompleto na maioria das unidades, os depósitos feitos mensalmente pela Secretaria Municipal da Saúde continuam cheios. Isso quer dizer que a ausência dos médicos não leva a descontos automáticos às organizações contratadas, apenas prejuízo aos cofres públicos.

De acordo com cálculos da pasta, cerca de metade das vagas para médicos abertas pelas OSs não está preenchida – índice semelhante ao registrado pelo conjunto de postos administrado pela própria secretaria.

Salário. Os números contrariam o principal argumento da Prefeitura ao manter parceiros na área da saúde – a agilidade na contratação de profissionais pelas instituições, que estão livres da obrigação de promover concursos públicos.

As dificuldades enfrentadas pelo setor ainda vão contra a tese de que salários altos seguram os médicos. Pagar até R$ 1,1 mil por um plantão de 12 horas – o dobro do pago pela Prefeitura – não tem surtido efeito em São Paulo.

O resultado está nas salas de espera das unidades comandadas pelas OSs. Há filas para atendimento de emergência, de especialidade ou mesmo hospitalar. O mesmo quadro encontrado por pacientes que buscam postos de saúde administrados de forma direta. “É tudo igual. Se não fosse pela placa na porta, a gente nem iria notar essa diferença aí (de gestão). Falta médico de todo jeito”, diz a dona de casa Daniele de Souza, de 28 anos, usuária da AMA Perus, na zona norte da capital.

CPI questiona burla à licitação por meio da organização social “ICI”

Vereadores durante a CPI da Urbs

Vereadores durante a CPI da Urbs

A CPI da Urbs da Câmara Municipal de Curitiba vai propor que seja feita uma licitação para contratar uma empresa de bilhetagem eletrônica para o transporte coletivo de Curitiba e região metropolitana.

Hoje quem presta o serviço é a empresa privada Dataprom, contratada sem licitação pelo Instituto Curitiba de Informática – ICI, uma organização social criada na gestão do ex-prefeito Cassio Taniguchi (PFL/DEMO).

Segundo o presidente da CPI, vereador Jorge Bernardi (PDT), o valor cobrado por mês pela Dataprom é R$ 500 mil maior que a antiga empresa.

O vereador Bruno Pessuti (PSC), relator da comissão, informa que o contrato entre o ICI e a Da­­taprom acaba em agosto, e a CPI não quer sua renovação, pois o custo é muito alto e não tem transparência. Segundo ele a Dataprom cobra três vezes mais que o valor de mercado da bilhetagem eletrônica, que seria de R$ 70 mensais por ônibus, mas o valor cobrado é de R$ 200 por mês por ônibus.

Pessuto exige uma licitação.

O presidente da empresa privada Dataprom, que recebe muito dinheiro público sem licitação, Alberto Abujamra, disse que na verdade, a empresa cobra “apenas o dobro” do preço porque “faz bem o serviço”.

Ele ainda dá a entender que Curitiba é refém da empresa privada, pois a tecnologia foi desenvolvida pela Dataprom: “Se tivesse licitação, eu tenho certeza de que não teria concorrência, mas eles podem ficar à vontade para fazer”, ameaça.

Informações da Gazeta do Povo.

O Blog do Tarso parabeniza a CPI e os vereadores de Curitiba.

O ICI e as organizações sociais – OSs foram criados no governo do ex-presidente FHC (PSDB) para que fossem utilizados para burlar as licitações, os concursos públicos e o regime jurídico-administrativo.

Em Curitiba, o ICI é utilizado simplesmente para intermediar contratos entre o Município de Curitiba e empresas privadas de informática, sem licitação.

Uma vergonha.

Espero que a CPI sirva de pressão para que a prefeitura de Curitiba acabe com o modelo de privatização via ICI.

Pais protestam contra privatização e precarização do Ballet Guaíra

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Os pais de alunos e ex-professores da Escola de Dança Teatro Guaíra fizeram manifestação na quarta-feira (2) contra a privatização do Guaíra e contra a precarização da Escola. Pais disseram ao Blog do Tarso que são contrários à privatização do Guaíra via OS – organização social, que o governo Beto Richa (PSDB) pretende realizar. Além disso confessaram que se arrependeram em votar em Beto Richa, pois a situação piorou com o atual governo.

O governo Beto Richa disse que não vai contratar servidores por concurso e que vão tentar transferir a Escola para um lugar “que não é uma Brastemp”. Veja o vídeo, clique aqui.

Governador Cabral no Rio gasta R$ 72 milhões em hospital e o privatiza para OS

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O governador Sérgio Cabral (PMDB) gastou R$ 72 milhões em obras e equipamentos para a construção do primeiro hospital público do país integralmente dedicado ao diagnóstico e tratamento de doenças cerebrais, o Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer.

O hospital precisava de 18 neurocirurgiões e vários outros trabalhadores na área de saúde.

A Constituição de 1988 determina que a contratação desses profissionais seja realizada por meio de concurso público.

E o que Cabral fez?

Contratou sem licitação uma OS – organização social, uma associação privada, que vai “fornecer” todos os trabalhadores sem concurso público.

Isso se chama BURLA à Constituição. Mas por incrível que pareça há juristas que acham que isso é possível.

A ONG vai receber R$ 82 milhões por ano de dinheiro público, sem licitação, e vai gastar todo esse dinheiro sem concurso público ou licitação.

Que tal as manifestações colocarem na pauta o fim da privatização da saúde?

Privatização: imoralidade na relação entre o Secretário de Saúde de SP e OSs da saúde

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Charge do Latuff sobre as OS do Rio de Janeiro mas que se encaixa perfeitamente no caso concreto.

Publicação da ADUSP faz denúncia sobre a relação imoral que o Secretário de Estado da Saúde de São Paulo Guido Cerri, do governo Geraldo Alckmin (PSDB), e as organizações sociais da saúde (OSS) que recebem milhões dos cofres públicos. Esse tipo de privatização serve para burlar a Constituição da República. Veja a matéria, clique aqui.

Governo Beto Richa denuncia que foi o Tribunal de Contas do Paraná que recomendou a privatização do Museu Oscar Niemeyer

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Paulino Viapiana, secretário de Cultura do Paraná, homem de confiança do governador Beto Richa (PSDB), colocou o Tribunal de Contas do Estado do Paraná “em maus lençóis”.

Viapiana confessou à rádio Bandnews Curitiba que foi o TC que recomendou a privatização do Museu Oscar Niemeyer – MON via Organização Social.

O modelo de privatização via OS foi questionado no STF pela OAB e partidos políticos, e ainda em 2013 pode ser considerado inconstitucional pelo Supremo, pois é uma burla à licitação, ao concurso público e outros controles.

Com a palavra o Tribunal de Contas do Estado do Paraná.

Por favor 2014, chega logo!

Para justificar privatização, presidenta do Teatro Guaíra confessa incompetência

A diretora-presidenta do Teatro Guaíra, Mônica Richbieter, mulher de confiança do governo Beto Richa (PSDB), disse para a rádio BandNews que ela só vai conseguir contratar o melhor arquiteto e comprar a melhor lâmpada depois que o Teatro Guaíra for privatizado, com uma gestão privada via uma organização social – OS.

Confessou incompetência. A Lei 8.666/93 e as demais legislações licitatórias permitem que em casos nos quais se mostrar necessidade, seja contratado o melhor arquiteto ou adquirida a melhor lâmpada. É só saber fazer. Se a pessoa não entende de Administração Pública e sua equipe também não, ao invés de privatizar, por que não pedem para sair?

Por favor 2013, chega logo!

Governo Beto Richa vai privatizar o Museu Oscar Niemeyer – MON via organizações sociais – OS

Charge de Lucas Fier especialmente elaborada para o Blog do Tarso

O ex-governador Jaime Lerner (DEMO) privatizou a gestão do então chamado Novo Museu para uma OSCIP – organização da sociedade civil de interesse público. Infelizmente o modelo foi mantido pelo governador Roberto Requião (PMDB), que denominou corretamente o museu de Oscar Niemeyer – MON, em justa homenagem ao maior arquiteto brasileiro, autor do projeto inicial do prédio e também do “olho”.

O modelo de OSCIP não pode ser utilizada para terceirização de serviços. O modelo foi criado para que o Estado fomente o Terceiro Setor.

Eis que o governador Beto Richa (PSDB), ao invés de arrumar a situação, transformando o MON em autarquia ou fundação estatal, vai privatizar o museu para uma entidade privada qualificada como organização social – OS.

Qual o motivo? Fugir da licitação, fugir do concurso público, fugir dos limites com gasto com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF, fugir do controle social, fugir do controle do Tribunal de Contas do Estado.

E vai fazer isso sem licitação!

Algo totalmente inconstitucional. Mas infelizmente desde 1998 o STF não julgou o tema. A OAB, o PT e o PDT entraram com ADIn contra a Lei das OS, mas até hoje o STF não julgou o mérito.

Celso Antônio Bandeira de Mello, Silvio Luis Ferreira da Rocha, o autor que vos fala e os juristas que lutam por um Estado Social e Democrático de Direito entendem que o modelo é inconstitucional.

A Secretaria de Estado da Cultura lançou edital de convocação para selecionar propostas de OS interessadas em firmar contrato de gestão com o Estado do Paraná para a delegação da gestão do MON.

Essa privatização ocorrerá nos termos da Lei Complementar 140/2011 (regulamentada pelo Decreto Estadual 4.951/2012), lei imposta goela abaixo por Beto Richa à Assembleia Legislativa do Paraná, para que ela aprovasse em meno de um mês.

O Tribunal de Contas do Paraná, ao invés de impedir esse absurdo, foi um dos que recomendou a privatização. Acho que vou ter que me candidatar de novo para o cargo de Conselheiro do TCE/PR, que precisa de uma oxigenação.

Acesse o edital de privatização aqui:

http://www.cultura.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1182

Já que o TC não vai questionar, resta nossas esperanças à OAB/PR, ao Ministério Público ou alguém da sociedade civil que pretenda entrar com uma Ação Popular contra a privatização do mais belo museu do Paraná.

A Secretaria de Informação e Tecnologia de Curitiba está em boas mãos. Já o ICI…

Prédio do antigo CPD da prefeitura, que hoje está ocupado pelo ICI. Foto de Tarso Cabral Violin

Como sou ex-diretor jurídico da Celepar – Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná, faço parte do Setorial de Ciência & Tecnologia da Informação e Comunicação do Partido dos Trabalhadores do Paraná. Na última terça-feira fomos conversar com o secretário Paulo Roberto Miranda, da Secretaria de Informação e Tecnologia de Curitiba, que ainda será criada oficialmente.

Paulo Miranda é engenheiro civil e mestre em Administração pela UFRGS, tem mais de 30 anos de experiência nas áreas de Tecnologia da Informação e Comunicação, planejamento estratégico e gestão de tecnologia, com atuação nos setores público e privado. Presidiu por três gestões a Associação Brasileira das Empresas Públicas de TIC – Abep, ocupou a presidência da Companhia de Informática do Paraná – Celepar, foi superintendente do Serpro nos estados do Rio Grande do Sul e São Paulo, fundou e dirigiu o Centro Internacional de Tecnologia de Software (CITS).

O Blog do Tarso não fez uma entrevista oficial com o secretário, mas considero a conversa como a segunda com integrantes da gestão do prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT). A primeira foi com a presidente da Fundação de Ação Social de Curitiba, Marcia Oleskovski Fruet, publicada em 1º de março.

Miranda falou sobre o Instituto Curitiba de Informática – ICI e sobre a futura secretaria, que ainda está sendo discutida, com a elaboração do anteprojeto de lei a ser encaminhado para a Camara Municipal de Curitiba. A secretaria será importante por ser o órgão que vai pensar os serviços de TIC em Curitiba.

Sobre o ICI Miranda explicou as dificuldades que a atual gestão tem de influenciar na escolha de seis dos dez conselheiros do ICI, já que apenas quatro são escolhidos pelo prefeito.

Os atuais conselheiros do ICI escolhido por Fruet são o Secretário de Administração Fábio Scatolin, o Secretário de Governo Ricardo McDonald Ghisi, o Procurador-Geral do Município Joel Macedo e a presidenta da Agência Curitiba de Desenvolvimento Gina Paladino.

O problema é que os outros seis conselheiros não são escolhidos por Fruet. Ou seja, nesse modelo de privatização via OS – organização social, o prefeito ganha uma eleição democrática mas não leva.

Ou os seis conselheiros, que não foram escolhidos democraticamente, são os seguintes:

1. Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assesspro): Luís Mário Luchetta

2. Associação de Usuários de Informática e Telecomunicações (Sucesu): Lincoln Paulo Martins Moreira

3. Comunidade local de informática: Adilson Rodrigues Roesler

4. Empresários de informática: Luiz Alberto Matzenbacher

5. Comunidade acadêmica: Mario Shirakawa

6. Associados do ICI: Luciano Scandelari

Miranda elogiou a Celepar e a Serpro, que são empresas estatais de informática no âmbito do estado do Paraná e da União, respectivamente, modelos os quais defendo que sejam utilizados em Curitiba. Miranda disse ser contrário a criação de uma empresa estatal de TIC em Curitiba.

O secretário disse que não é contra o modelo das OS, mas é contrário a forma como ele foi implementado em Curitiba. Sou totalmente contrário ao modelo de privatização via OS, pois ele foi criado para fins de burlar as licitações, o concurso público, o limite de gastos com pessoal e o controle social e democrático.

Um modelo tem que funcionar bem independentemente das pessoas que estejam no Poder. E as OS não funcionam bem quando os gestores não são transparentes, nem democráticos e quando são parciais em defesa de grandes empresas. Desde maio de 2012 espero informações do ICI as quais solicitei à entidade, que até hoje não me respondeu e por isso mantenho uma ação judicial contra a OS nada transparente.

Por mais que eu discorde da posição de Miranda sobre a não criação de uma estatal curitibana e sobre a sua não aversão ao modelo de OS, sem dúvida o secretário é bem preparado e bem intencionado no comando da SIT, que ainda será criada.

Mas mantenho as minhas sugestões sobre o que fazer com o ICI:

1. Concordo com a tentativa de assumir o poder do ICI com a conquista de mais uma ou duas vagas no conselho. Situação que possibilitaria a escolha de diretores de confiança do atual prefeito. Mas como já se passaram mais de 100 dias e essa alternativa não surtiu efeito, outras medidas deveriam ser tomadas:

2. O prefeito Gustavo Fruet deveria alterar a Lei Municipal das OS, a ser votada pela Câmara, na qual ele tem maioria, no sentido alterar o conselho do ICI, com a escolha de seis membros pelo prefeito.

3. Com a maioria no Conselho, poderiam ser escolhidos os três diretores de confiança da gestão atual, vencedora da eleição de 2013. O que se passa em Curitiba hoje é um golpe na democracia, por culpa do modelo criado pelo ex-prefeito Cassio Taniguchi. Uma das principais entidades contratadas pelo Município é gerida por pessoas de confiança do prefeito que perdeu as eleições, ainda no primeiro turno, Luciano Ducci (PSB). E que lidam com milhões de reais da população curitibana, sem licitação.

4. Durante os três próximos anos de gestão, de forma paulatina, seria possível a transformação do ICI em empresa pública municipal, no mesmo modelo do Serpro. Uma empresa estatal que faria parte da Administração Pública indireta municipal, que realizaria concurso público, licitações, seria controlada em seu dia-a-dia pelo Tribunal de Contas e por toda a sociedade.

Com relação ao ICI, Gustavo Fruet apenas prometeu nas eleições que a OS seria transparente. Gustavo ainda prometeu que não terceirizaria atividades-fim dos órgãos e entidades da Administração Pública.

Mas fica aqui minha sugestão.

Charge: dinheiro para a privatização via OS e parcos recursos públicos para órgãos e entidades estatais

Charge de Carlos Latuff

Charge de Carlos Latuff

Lógica da saúde privada: “dá mais lucro tratar de câncer do que de crianças”

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Reportagem de hoje da Folha de S. Paulo mostra que os prontos-socorros infantis dos hospitais privados de São Paulo vivem um caos, com recepções lotadas, pacientes irritados e longas esperas.

Mais uma prova de que não adianta privatizar a saúde, pois a saída é o aumento de investimentos públicos na área.

Em hospitais privados as crianças esperam em média duas horas pela consulta com pediatra, podendo chegar a seis horas. Para internação a criança pode demorar até três dias para obter uma vaga, inclusive em UTIs.

Essa é a realidade de quem tem convênio privado em São Paulo. Pessoas que provavelmente até pouco tempo defendiam a privatização da saúde, por terem garantidos seus convênios, mas que agora são tratados como gado pelo sistema privado.

O Tribunal de Contas de São Paulo já chegou a conclusão que a privatização da saúde faz com que a qualidade dos serviços caia e os custos aumentem.

Os planos de saúde pagam pouco aos médicos. A saída? Estatização da saúde, com salários dignos para todos. Quer ficar milionário? Vá ser empresário, jogador de futebol, pastor, cantor de sertanejo universitário, e não médico ou profissional da saúde.

O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo da Silva Vaz, disse para a Folha que “os hospitais estão fechando leitos de pediatria porque atender criança não dá lucro“.  Wagner Marujo, diretor-superintendente do hospital Sabará, especializado em pediatria, diz que como as crianças geralmente precisam de poucos exames, “Dá mais lucro tratar de câncer.” Um absurdo!

Essa é a ideia da iniciativa privado: lucro a todo o custo. Se o hospital fosse público, com um controle social efetivo, não estaria buscando o lucro mas sim o bem de todos.

Enquanto isso governos neoliberais estão privatizando hospitais públicos por meio de organizações sociais – OS, para fugirem de concursos públicos, licitações e limites de gastos com pessoal.

Vamos respeitar a Constituição? Saúde é um dever do Estado e deve ser prestada por ele, como regra, e apenas excepcionalmente pela iniciativa privada.