Reportagem de hoje da Folha de S. Paulo mostra que os prontos-socorros infantis dos hospitais privados de São Paulo vivem um caos, com recepções lotadas, pacientes irritados e longas esperas.
Mais uma prova de que não adianta privatizar a saúde, pois a saída é o aumento de investimentos públicos na área.
Em hospitais privados as crianças esperam em média duas horas pela consulta com pediatra, podendo chegar a seis horas. Para internação a criança pode demorar até três dias para obter uma vaga, inclusive em UTIs.
Essa é a realidade de quem tem convênio privado em São Paulo. Pessoas que provavelmente até pouco tempo defendiam a privatização da saúde, por terem garantidos seus convênios, mas que agora são tratados como gado pelo sistema privado.
O Tribunal de Contas de São Paulo já chegou a conclusão que a privatização da saúde faz com que a qualidade dos serviços caia e os custos aumentem.
Os planos de saúde pagam pouco aos médicos. A saída? Estatização da saúde, com salários dignos para todos. Quer ficar milionário? Vá ser empresário, jogador de futebol, pastor, cantor de sertanejo universitário, e não médico ou profissional da saúde.
O presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria, Eduardo da Silva Vaz, disse para a Folha que “os hospitais estão fechando leitos de pediatria porque atender criança não dá lucro“. Wagner Marujo, diretor-superintendente do hospital Sabará, especializado em pediatria, diz que como as crianças geralmente precisam de poucos exames, “Dá mais lucro tratar de câncer.” Um absurdo!
Essa é a ideia da iniciativa privado: lucro a todo o custo. Se o hospital fosse público, com um controle social efetivo, não estaria buscando o lucro mas sim o bem de todos.
Enquanto isso governos neoliberais estão privatizando hospitais públicos por meio de organizações sociais – OS, para fugirem de concursos públicos, licitações e limites de gastos com pessoal.
Vamos respeitar a Constituição? Saúde é um dever do Estado e deve ser prestada por ele, como regra, e apenas excepcionalmente pela iniciativa privada.