Um ano

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Um ano de emoção ao ver os vídeos e fotos.

Um ano de luta.

Um ano de lembranças do zunido no ouvido em decorrência das bombas e das falas desesperadas no caminhão de som.

Um ano de instituições públicas como o Poder Judiciário, Ministério Público, Assembleia Legislativa e Polícia coniventes com os crimes cometidos.

Um ano de silêncio da OAB sobre o ocorrido.

Um ano escutando da mídia golpista que foi um confronto e não um massacre.

Um ano da “República de Curitiba” poupando os criminosos governador do estado e o ex-secretário de estado da segurança pública.

Que 29 de abril de 2015 nunca mais volte a ocorrer.

Veja o vídeo dos primeiros minutos do Massacre do Centro Cívico ocorrido em Curitiba em 29.04.2015:

Magistrados, Procuradores, Promotores, Defensores Públicos e Advogados Públicos encaminham manifesto contra o golpe ao Senado

SenadoFederal

Foi divulgada uma manifestação conjunta dos membros do Ministério Público, membros da AJD – Associação Juízes para a Democracia, Magistradas e Magistrados, Defensoras e Defensores Públicos brasileiros e Advogadas e Advogados Públicos signatários e membros da APD – Associação Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia, direcionada ao Senado contra o impeachment, com 619 signatários de todo o Brasil.

Esta nota foi lida pela Senadora Fátima Bezerra no Senado, a qual solicitou a inclusão da nota nos anais do Senado e distribuição a cada Senador. A nota está traduzida para o inglês, espanhol e francês.

Manifesto pela Democracia

Às brasileiras e aos brasileiros,

Às Senadoras e aos Senadores da República Federativa do Brasil,

  1. Os abaixo-assinados, membros do Ministério Público brasileiro, membros da AJD – Associação Juízes para a Democracia, Magistradas e Magistrados, Defensoras e Defensores Públicos brasileiros e Advogadas e Advogados Públicos signatários e membros da APD – Associação Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia, visando ao respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos próprios do Estado Democrático de Direito, à ordem jurídica e ao regime democrático, comprometidos com a construção de uma sociedade justa, fraterna e solidária, em busca da plena efetivação dos valores sociais e proteção dos Direitos Humanos, dirigem-se a Vossas Excelências, como Senadores da República, e aos brasileiros como detentores da soberania nacional, neste momento em que o pedido de impedimento da Presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, se encontra sob apreciação, para dizer:
  2. Desde o advento da Constituição de 1988 o país escolhe seus presidentes por meio de eleições livres e o afastamento de um presidente legitimamente eleito, por “impeachment”, tem caráter absolutamente excepcional. Dentro do estado democrático de direito, a medida somente será constitucional se confirmada a prática de crime de responsabilidade, consoante tipificação legal e disposição do art.85 da Constituição da República.
  3. É sabido que o juízo de “impeachment” a versar crime de responsabilidade imputado a Presidenta ou Presidente da República perfaz-se em juízo jurídico-político, que não dispensa a caracterização, pelos membros do Congresso Nacional, de quadro de certeza sobre a prática delituosa que se imputa à autoridade assim questionada.
  4. Ausente o juízo de certeza, de que se viu nitidamente carecer a Câmara dos Deputados na votação pela abertura do processo, a deliberação positiva do “impeachment” constitui-se em ato de flagrante ilegalidade, de ruptura da ordem democrática, de trauma constitucional que marcará a história do país de forma indelével e irreparável.
  5. Com efeito, a edição de decretos de crédito suplementar para remanejar limites de gastos em determinadas políticas públicas autorizados em lei, e os atrasos nos repasses de subsídios da União a bancos públicos para cobrir gastos dessas instituições com empréstimos realizados a terceiros por meio de programas do governo são, ambos, procedimentos embasados em lei formal (vez que a Lei 13.115/2015 os ratificou, posteriormente, com a ampliação da meta fiscal), pareceres jurídicos e entendimentos do TCU, que sempre considerou tais medidas legais, até o final do ano de 2015, quando houve mudança de entendimento do referido tribunal.
  6. Registre-se que os fatos que ora são imputados à Sra. Presidenta da República foram praticados anteriormente por outros Chefes do Poder Executivo, federal e estaduais.
  7. Assim, revela-se contrário ao regime democrático e à ordem jurídica vigente o impedimento da Senhora Presidenta da República, Dilma Vana Rousseff, eleita pelo povo brasileiro com 54.501.118 de votos, por não ter ela praticado crime de responsabilidade, observados os limites do respectivo pedido. A crise econômica atual do país, fortemente alimentada pela crise política sem precedentes, não é fundamento para a decisão de seu impedimento para o cargo.
  8. As manifestações públicas recentes, protagonizadas pelos diversos segmentos da sociedade brasileira, têm demonstrado que a insatisfação popular é generalizada e clama por encaminhamento consistente das questões postas, o que não será obtido com o afastamento ilegítimo da Chefe do Executivo, medida que, em verdade, não resolverá os impasses nacionais, mas sim, distanciará o país do almejado caminho de pacificação e de retomada do desenvolvimento.
  9. A repercussão internacional dos últimos acontecimentos envolvendo o processo de “impeachment” não pode ser desconsiderada, pois revela que a deposição da Presidenta Dilma Rousseff, no contexto já claramente desenhado até aqui e, portanto, sem motivação, representará irreparável risco à imagem e ao respeito conquistado pelo Brasil perante a comunidade internacional. Por sua relevância nesse cenário, o país se encontra sob a observação atenta do mundo, o que, somado ao direito da sociedade brasileira a uma decisão que respeite as instituições democráticas do país, impõe às Senhoras Senadoras e Senhores Senadores elevada responsabilidade.
  10. Pelas razões apresentadas, conscientes as subscritoras e os subscritores desta nota e na estrita e impostergável obediência à missão constitucional, que lhes é atribuída, todas e todos confiam que as Senhoras e os Senhores Senadores não aprovarão o impedimento da Presidenta da República.
  11. Por isso, conclamamos Vossas Excelências a votarem contra o processo de “impeachment” da Presidenta da República e envidar todos os esforços para que seus pares de legenda igualmente rejeitem aquele pedido.

AJD – Associação Juízes para a Democracia

APD – Associação Advogadas e Advogados Públicos para a Democracia, representada por:

Conselho Diretor:

Diretor Presidente: Gustavo Fontana Pedrollo – Procurador Federal

Diretora Administrativa: Alessandra de Abreu Minadakis Barbosa – Procuradora Federal

Diretor de Relações Institucionais: João Paulo de Faria Santos – Advogado da União

Conselho de Administração:

Carolina Augusta de Mendonça Rodrigues dos Santos – Procuradora Federal

Juliana da Paz Stabile – Procuradora Federal

Valdez Adriani Farias – Procurador Federal

Fátima Sibelli Monteiro Nascimento Santos – Procuradora Federal

Guilherme Lazarotti de Oliveira – Procurador da Fazenda Nacional

Daniel Telles de Menezes – Procurador da Fazenda Nacional

Priscila Bessa Rodrigues – Advogada da União

Conselho Fiscal:

Renata Espíndola Virgílio Bianchi – Procuradora Federal

José Flávio Bianchi – Procurador Federal

Luciane Moessa de Souza – Procuradora do Banco Central

Signatários: Continuar lendo

Para depois do golpe: o ataque aos direitos dos trabalhadores

Nasser

Por Nasser Ahmad Allan

Os debates sobre o golpe parlamentar contra a soberania popular e, consequentemente, contra o mandato da Presidente Dilma Rousseff, dominam o cenário nacional. E assim há de ser ante a iminente ameaça de ruptura institucional.

Denunciar o golpe, seus atores e interesses envolvidos, tem se evidenciado como importante linha de atuação de quem possui compromisso com o Estado de Direito e com a democracia. Associando-me a esta forma de resistir, pretendo expor algumas considerações sobre os efeitos causados por um possível governo Temer aos direitos dos trabalhadores.

Antes mesmo de Eduardo Cunha autorizar o prosseguimento do pedido de impedimento da presidente da República, o PMDB divulgou documento contendo as principais propostas de Michel Temer para enfrentar a crise política e econômica, destinando-se, entre outras coisas, segundo suas palavras, “a preservar a economia e tornar viável o seu desenvolvimento”. Neste programa (“Uma ponte para o futuro” foi o título escolhido), o vice-presidente propõe, além da reforma da previdência social, da diminuição de investimentos em educação, saúde e programas sociais do Governo Federal, a retirada de direitos dos trabalhadores.

Não há de ser outra a leitura da proposta elaborada por Temer no sentido de “na área trabalhista, permitir que as convenções coletivas prevaleçam sobre as normas legais, salvo quanto aos direitos básicos”. Simples, direto e, por que não dizer, cruel.

A expressão utilizada não poderia ser mais apropriada, pois, confere exatamente à medida daquilo que receberá a proteção do Estado, o “básico”. Por esse termo, compreendo salário, férias, décimo terceiro salário e, quem sabe, o FGTS. Extraio minha interpretação das inúmeras reivindicações por reformas trabalhistas apresentadas pelo patronato no curso da história quando defenderam a supressão de direitos. Mas, ela também resulta de o fato de Michel Temer não se preocupar em salvaguardar os direitos sociais previstos no art. 7º da Constituição Federal. Se assim o fosse, sua proposta ressalvaria as garantias constitucionais aos trabalhadores.

A pretensão de conferir autonomia privada absoluta à negociação coletiva, ou seja, conceder capacidade jurídica aos sindicatos para, por convenções ou acordos coletivos de trabalho, reduzir ou extinguir direitos previstos em lei, constitui-se em verdadeira obsessão do empresariado brasileiro.

Nos anos 1990, tramitou na Câmara dos Deputados um projeto de lei propondo modificar a redação do artigo 618 da CLT para nele constar a prevalência da norma coletiva sobre os direitos estabelecidos em lei, permitindo assim que os sindicatos abdicassem de conquistas previstas na legislação. Tal projeto somente foi definitivamente arquivado depois da primeira eleição de Lula, em 2002. Sopravam novos ventos.

A matéria retornou ao legislativo, no entanto, com o PL 4193/2012, de iniciativa do deputado Irajá Abreu (PSD/TO), tendo por proposta alterar o texto do artigo 611 da CLT possibilitando a sobreposição de convenções e acordos coletivos sobre os direitos garantidos em lei, mesmo em prejuízo dos trabalhadores.

O tema, portanto, é central (e recorrente) à pauta das principais entidades representativas do patronato no país. Sua inclusão no programa de Michel Temer notabiliza a tentativa, diga-se exitosa, de incitar a adesão da classe economicamente dominante ao golpe, então em gestação.

Os detentores dos meios de produção sempre perseguiram o ideário neoliberal de desregulamentação de direitos, com relações de trabalho pautadas na livre negociação entre as partes, estando, quando muito, os trabalhadores representados por seus sindicatos. Neste cenário a intervenção estatal é indesejada, pois, ao obrigar o cumprimento de determinados direitos à classe trabalhadora, o Estado impõe freios à exploração da mão de obra, constrangendo a cumulação capitalista.

Nossa elite econômica, sob o eufemismo da modernização da legislação trabalhista, pretende uma mudança de paradigma no direito do trabalho brasileiro. Esse ramo do direito desenvolveu-se como reação aos movimentos de resistência da classe trabalhadora. Resulta de processos históricos de correlação de forças entre capital e trabalho que precipitaram o intervencionismo do Estado com objetivo de pacificar as relações de produção.

A legislação trabalhista estabeleceu-se como patamar mínimo a partir do qual os sindicatos poderiam negociar outros direitos ou a majoração dos existentes. Disto decorre o caráter supletivo ou complementar das convenções e acordos coletivos, porque devem respeitar os pisos fixados pela lei.

A modificação proposta por Michel Temer subverterá a lógica sob a qual foi engendrado o direito do trabalho no Brasil. Mais do que isso. Se essa mudança for concretizada haverá de se falar em um novo direito, de cunho liberal, pautado no princípio da livre negociação e na liberdade de trabalho, o que para as elites brasileiras, historicamente, significam ausência de freios à exploração dos trabalhadores.

Em um contexto de retração econômica, aliada a decadente estrutura sindical brasileira, sempre a espera de uma reforma conferindo genuinamente liberdade e autonomia aos sindicatos, e com um direito de greve frequentemente tolhido pelo Judiciário quando exercido, permitir a redução e extinção de direitos previstos em lei pela via da negociação coletiva será uma tragédia.

No campo das relações concretas de trabalho essa proposta representará, à exceção a uma ou outra categoria de trabalhadores mais organizada e com maior capacidade de mobilização, a suspensão de praticamente todos os direitos previstos na CLT. Em perspectiva acadêmica significará o fim do direito do trabalho brasileiro tal qual conhecemos e estudamos.

A proposta de modificação apresentada por Michel Temer torna-se ainda mais perversa se combinada com as iniciativas legislativas de flexibilização ou extinção de direitos, patrocinadas pelo patronato brasileiro. Atualmente, tramitam no Congresso Nacional cinquenta e cinco projetos que, uma vez aprovados, significarão supressão de direitos dos trabalhadores. Destes, certamente o de maior potencial lesivo é o PLC 30/2015, aprovado na Câmara e submetido ao Senado, que permitirá terceirizar todas as atividades de uma empresa, induzindo a fragmentação ainda maior da representação dos trabalhadores e, consequentemente, a precarização das condições de trabalho. Na outra direção, potencializará lucros aos capitalistas.

Com o golpe de 1964, a ditadura militar-civil instaurada interveio diretamente nas negociações coletivas de trabalho, enfraquecendo a representação sindical dos trabalhadores, resultando, por infindáveis vinte e um anos, de um lado, arrocho salarial e, de outro, aos capitalistas, maior concentração de renda. Naquela época, os militares tomaram o poder político para garantir a grande burguesia sua supremacia nas relações de produção, sem sobressaltos, inconvenientes ou constrangimentos a maior cumulação de capital.

Hoje, cinquenta e dois anos depois, os militares estão na caserna. Mas, novamente, a elite econômica do país, por intermédio de seus representantes na classe política, objetiva ampliar seu domínio nas relações de produção, através da desregulamentação do direito do trabalho, com suspensão da eficácia das leis trabalhistas, especialmente da CLT. Com isso, serão afastados os limites à exploração da classe trabalhadora, propiciando maior concentração de riqueza e aumento da desigualdade social e econômica.

Não é difícil, portanto, compreender as razões do engajamento político e financeiro das entidades da classe patronal ao golpe. Por detrás do tecnicismo jurídico, das mentiras propagas pela imprensa, das justificativas econômicas ou do moralismo hipócrita com que a questão do impeachment é abordada, no cerne de tudo isso está a luta de classes. Esta não é a primeira e nem será a última tentativa de a classe economicamente dominante retirar do poder político, por via ilegítima, quem constrange a concretização plena de seus interesses.

É luta de classes! Cabe aos trabalhadores resistirem as investidas do capital contra o Estado de Direito e contra a democracia. Agindo assim também estarão defendendo seus interesses de classe.

Nasser Ahmad Allan
Doutor em direito pela UFPR. Advogado trabalhista em Curitiba.

Sexta: Prêmio Nobel da Paz estará na UFPR contra o golpe

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O Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Esquivel, participará do 2º Ato em Defesa da Democracia, em Curitiba.

A convite dos Advogados pela Democracia, Esquivel falará sobre o atual momento de crise das instituições democráticas na América Latina. Participarão da mesa Manoel Caetano Ferreira Filho (ex-Conselheiro Federal da OAB), José Antônio Peres Gediel (Coordenador no Paraná da Cátedra Sérgio Vieira de Mello, do Alto Comissariado da Nações Unidas/ACNUR) e Ivete Caribé (Advogada e Representante da Casla).

O evento é aberto ao público, gratuito e sem necessidade de inscrição prévia. Comprtilhe o evento do Facebook (https://www.facebook.com/events/1541768416119340/).

Atualmente, Esquivel é presidente do Consejo Honorario del Servicio Paz y Justicia en América Latina, presidente do Servicio Paz y Justicia Argentina, da Comisión Provincial por la Memoria de Buenos Aires, da Liga Internacional por los Derechos y la Liberación de los Pueblos, da Academia Internacional de Ciencias Ambientales, da Fundación Universitat Internacional de la Pau de San Cugat del Vallés (Barcelona) e do Consejo Académico de la Universidad de Namur, Bélgica. Também é membro dol Tribunal Permanente de los Pueblos, do Comité de Honor de la Coordinación internacional para el Decenio de la no-violencia y de la paz, do Jurado Internacional del Premio de Derechos Humanos de Nuremberg, do jurado del Premio de Fomento para la Paz “Felix Houphouet Boigny” da UNESCO, do programa de educação internacional “Peacejam”, do Consejo Mundial Proyecto José Martí de Solidaridad Mundial, do Consejo Asesor del Canal Telesur e parte do Consejo Directivo del Instituto Espacio para la Memoria (IEM).

Amanhã lançamento de livro sobre o Massacre de Curitiba que completa um ano

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Amanhã (28), às 19h, na APP-Sindicato, o Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra) lança o livro “29 de abril – Repressão e Resistência”, organizado pelo advogado do escritório do Paraná, Nasser Allan e pelo professor da UFPR, Luis Fernando Lopes Pereira.

A publicação reúne artigos que tratam sobre um dos maiores massacres contra trabalhadores da história do Paraná, o Massacre de Curitiba, ou Massacre do centro Cívico. Além dos organizadores da obra, o presidente da APP-Sindicato, Hermes Leão, o advogado e professor de Direito Administrativo, Tarso Cabral Violin (autor do Blog do Tarso, ferido no Massacre) e o sociólogo Giovanni Alves também assinam artigos que compõem a obra.

O livro ainda reúne uma série de anexos com ações judiciais que foram movidas durante todo o processo que culminou com o massacre, desde as ações de interdito proibitório movidas pelo legislativo paranaense contra as manifestações até ações indenizatórias e de responsabilidade administrativa do Governo do Estado, responsável pela violenta repressão.

“O dia 29 de abril é histórico no Paraná pelos excessos cometidos, pela violência despropositada contra trabalhadores, desarmados, que lutavam pelos seus direitos. O Instituto Declatra tem esse objetivo: promover a história da classe trabalhadora ao mesmo tempo em que projeta um futuro melhor, com mais direitos e mais cidadania”, explica o presidente do instituto, Mauro Auache.

O dia – Na tarde do dia 29 de abril de 2015 milhares de servidores públicos estavam concentrados no Centro Cívico onde protestavam contra o que ficou conhecido como “Confisco da Previdência”.

O Projeto de Lei que permitia ao Governo do Estado utilizar recursos do caixa da aposentadoria dos funcionários públicos para outros fins seria votado naquela tarde na Assembleia Legislativa.

O Governo do Estado, por sua vez, mobilizou um grande efetivo e utilizou-se de toda a violência possível. Ao todo, a estimativa é que tenham sido gastos mais de R$ 1 milhão na operação que deixou centenas de feridos.

Uma estimativa do Ministério Público apontou que foram utilizados 2.500 policiais que dispararam 2.323 balas de borracha e 1.413 bombas de efeito moral contra os manifestantes. A atuação feriu mais de 200 pessoas e atingiu milhares de pessoas com gases tóxicos.

Serviço: Lançamento do livro “29 de abril – Repressão e Resistência”
Data: Quinta-feira, 28 de abril de 2016.

Horário: 19h

Local: APP-Sindicato, Av. Iguaçu, 880, Bairro Rebouças. Curitiba.

Golpistas venceram a batalha, mas a guerra continua

08/07/2015. Crédito: Antonio Cruz/Agência Brasil. Brasil. Brasília - DF. O vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, participam da Homenagem Póstuma ao ex-deputado Paes de Andrade.

A acusação de crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff (PT) acabou de ser admitida pela Câmara dos Deputados, o que gerará ou não a submissão do Senado Federal para a abertura do processo de Impeachment e julgamento.

O Senado pode ainda não receber esse processo golpista.

Pode receber mas julgar a presidenta como inocente.

Se julgar culpada, o STF poderá anular esse processo totalmente ilegal e inconstitucional.

Juntos estão Eduardo Cunha (PMDB), Michel Temer (PMDB), FIESP, Instituto Millenium, OAB, FIEP, Associação Comercial do Paraná, TFP, oligarquias, elites econômicas e midiáticas, e uma parte da classe-média analfabeta política, que ao invés de pretender reduzir a desigualdade entre as classes operárias com os privilegiados, simplesmente quer empurrar os pobres para baixo e subir um degrau.

Portanto, a luta continua.

Além de barrar o golpe via Impeachment:

Precisamos barrar outros processos golpistas de Impeachment, a judicialização da política e a politização do Judiciário, e a AIME no TSE contra a chapa Dilma-Temer.

Precisamos democratizar a mídia.

Precisamos barrar qualquer redução de direitos trabalhistas.

Precisamos garantir que servidores públicos que ganham menos tenham seus direitos mantidos e que os servidores mais abastados tenham limitados seus privilégios.

Precisamos dar mais voz e empoderamento para as minorias políticas, como as mulheres, os negros, os índios, os GLBTs, os deficientes físicos, os trabalhadores, os miseráveis, entre outras.

Precisamos tributar as grandes fortunas.

Precisamos limitar o poder econômico nas eleições e aprimorar as eleições dos parlamentares.

Precisamos democratizar determinadas instituições estatais e privadas.

Precisamos barrar o neoliberalismo.

Precisamos barrar o autoritarismo e o fascismo.

Precisamos aprimorar a construção da Democracia brasileira, com mais Democracia direta, participativa e deliberativa.

Precisamos educar os analfabetos, os analfabetos funcionais e os analfabetos políticos.

Precisamos fortaleces os movimentos sociais e a sociedade civil organizada.

Precisamos continuar reduzindo a corrupção, com mais transparência, mais controle interno, externo e popular da Administração Pública, e mais Democracia.

E, por fim, precisamos construir uma candidatura de esquerda e de centro-esquerda, que barre qualquer retrocesso que os golpistas, fascistas, oligarcas, aristocratas e neoliberais pretendem implementar no Brasil, na América Latina e no mundo.

Não vai ter golpe!

A luta continua!

Hoje os golpistas venceram a batalha, mas ambos os lados, neoliberais e fascistas em uma ponta, e socialistas, anarquistas, comunistas e social-democratas na outra, sabem que a vitória da guerra é uma utopia.

Um abraço para todos e para todas,

Tarso Cabral Violin

Apesar de você amanhã há de ser outro dia!

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Chico Buarque, um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos, durante o auge da ditadura militar em 1970 teve a sua canção obra prima “Apesar de você” censurada. A sua letra, feita contra os ditadores, se encaixa perfeitamente com o que viveremos amanhã.

Amanhã os setores mais conservadores, reacionários, oligarcas, aristocratas da sociedade não vão conseguir 342 votos entre os deputados federais para a abertura do Impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), graças à pressão que os mais variados setores da sociedade estão fazendo sobre eles, muitos desses setores contrários ao governo federal mas também contrários a um Impeachment sem crime de responsabilidade, o que seria um golpe.

Sim, amanhã vai ser outro dia, amanhã vai ser o dia em que quem manda é o povo, o povo de verdade, e não uma parte da classe média influenciada pelas elites econômicas e midiáticas.

Amanhã acabou a discussão sobre o Impeachment, mas continuará o debate sobre o futuro do Brasil, a Democracia, a redução das desigualdades entre outros temas tão relevantes.

A minha gente hoje anda falando de lado, às vezes olhando pro chão, sufocados pela velha mídia, pelos oligarcas.

Você, que defende o golpe, inventou esse Estado, esse Estado comandado por interesses de 1% da população. Você inventou essa crise política, você inventou essa crise econômica e depois que ela surgiu de verdade você aprofundou essa crise.

Você inventou de inventar toda a escuridão que o Brasil passa hoje, com o crescimento do ódio, do fascismo, do conservadorismo.

Você, que é corrupto, que comete pequenas ou grandes corrupções em seu dia-a-dia, que inventou um perdão ao aceitar um Impeachment dirigido por Eduardo Cunha, que seria nosso vice-presidente com o golpe. Você que inventou o pecado e esqueceu-se de inventar o perdão, pois quer que uma mulher que não é corrupta seja julgado por corruptos.

Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia.

Eu pergunto a você onde vai se esconder da enorme euforia que ocorrerá amanhã, quando vencermos o movimento golpista. Você que sempre foi golpista ou apenas mostrou seu lado golpista agora, quando achou que iria ganhar, que iria apear do poder uma mulher honesta eleita com 54 milhões de votos.

Você, golpista, espero que não vá querer proibir quando o galo e os democratas insistirem em cantar e se amar sem parar.

Quando chegar o momento, esse meu sofrimento, vou cobrar com juros, juro. Vamos cobrar das pessoas e das instituições que apoiaram o golpe. Todo esse amor reprimido, esse grito contido, será extravasado amanhã.

Você que inventou a tristeza, que quis matar a esperança, ora, tenha a fineza, de desinventar, você vai pagar e é dobrado, cada lágrima rolada, nesse meu penar. Não com ódio, mas você vai ser responsabilizado politicamente.

Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia. Inda pago pra ver, o jardim florescer, qual você não queria, por ser um representante de uma elite que tem nojo de povo.

Você vai se amargar, vendo o dia raiar, sem lhe pedir licença, e eu vou morrer de rir, que esse dia há de vir, antes do que você pensa, pois será amanhã a noite ou segunda-feira.

Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia. Você vai ter que ver, a manhã renascer e esbanjar poesia.

Como vai se explicar, vendo o céu clarear, de repente, impunemente, como vai abafar, nosso coro a cantar, na sua frente.

Apesar de você, amanhã há de ser, outro dia, você vai se dar mal na sua aventura golpista, mas desejo o seu bem e que você reflita nas suas próximas posições.

Lá lá lá lá laiá

Tarso Cabral Violin

Pronunciamento de Dilma

A presidenta Dilma Rousseff (PT) informou ontem (15) que a oposição não aceitou o resultado das urnas em 2014 e que ela não cometeu crime de responsabilidade e não é acusada de corrupção. O Impeachment seria uma fraude, uma farsa, um golpe liderado por Eduardo Cunha (PMDB) e Michel Temer (PMDB).

Gregório Duvivier: Precisamos falar sobre Temer

Em vídeo, o humorista e ator do Porta dos Fundos, Gregório Duvivier, detalha com ironia o perfil do vice-presidente, Michel Temer, que pode assumir o comando do país caso o impeachment seja aprovado; “Ele já foi a favor e contra o impeachment, já foi contra e a favor à redução da maioridade penal, contra e a favor da reforma agrária, contra e a favor da fidelidade partidária. Ele não tem nem time de futebol, gente”, brinca; Duvivier também traz várias acusações ligando o peemedebista à Lava Jato e ironiza: “isso não deve ser nada, senão as pessoas estariam falando disso, nos jornais, nas revistas. E não é, ele é a solução”; “Além de ser um chato, envolvido em escândalos e contrário a uma reforma política de verdade, o Temer ainda escreveu aquela carta”, lembra ele.

Fortaleza: Seminário Política, Economia, Direito e Mídia: os fundamentos da crise

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Dezenas de deputados vão se ausentar na votação de domingo do Impeachment

08/07/2015. Crédito: Antonio Cruz/Agência Brasil. Brasil. Brasília - DF. O vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, participam da Homenagem Póstuma ao ex-deputado Paes de Andrade.

Dezenas de deputados federais vão se ausentar na votação de domingo (17) sobre a admissão ou não do processo de Impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT).

São deputados que não são do PT e nem do PSDB, e não vão querer que seus nomes constem na lista de deputados golpistas, mas não necessariamente gostariam de votar com o governo federal. Também não querem seus nomes ligados ao de Eduardo Cunha e Michel Temer, os líderes do golpe.

Eduardo Cunha (PMDB), Michel Temer (PMDB), o PSDB, a FIESP, a OAB e as elites financeiras e midiáticas precisam de 342 votos para a aprovação da admissão do processo de Impeachment.

Se os golpistas tiverem 341 votos, e os demais deputados se ausentarem ou votarem não, o golpe não será concretizado.

Não há 342 picaretas

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Em 1993 o então candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva disse que na Câmara dos Deputados “há uma maioria de 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”. Frase que em 1994 virou letra dos Paralamas do Sucesso “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou, são 300 picaretas com anel de doutor”.

Sim, há muitos picaretas ainda hoje entre os deputados federais.

Os picaretas de hoje são os golpistas, aqueles que no domingo (17) vão votar pela admissão da acusação de crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), para o Impeachment a ser votado no Senado.

Eles precisam de 342 votos, o que é 2/3 do total de 512 deputados.

Os golpistas de hoje são liderados pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, para apear Dilma do poder e colocar Michel Temer (PMDB) como presidente e o próprio Eduardo Cunha como vice-presidente.

Os deputados que vão votar pelo Impeachment sabem que não há crime de responsabilidade de Dilma, mas não aceitam perder.

É natural que entre os golpistas estejam os deputados federais do PSDB, que até hoje não aceitam as derrotas nas eleições presidenciais de 2002 (José Serra), 2006 (Geraldo Alckmin), 2010 (Serra) e, principalmente, 2014 (Aécio Neves). Entre eles Antonio Imbassahy (BA), Bruno Covas (SP), Carlos Sampaio (SP), Luiz Carlos Hauly (PR), Paulo Martins (PR), entre outros tucanos.

Também é natural o voto golpista de Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), Osmar Serraglio (PMDB/PR), Onyx Lorenzoni (DEM/RS), Moroni Torgan (DEM/CE), Rodrigo Maia (DEM/SP), Heráclito Fortes (PSB/PI), Luciano Ducci (PSB/PR), Esperidião Amin (PP/SC), Paulo Maluf (PP/SP), Fernando Francischini (SD/PR), Paulinho da Força (SD/SP), Jair Bolsonaro (PSC/RJ), Marco Feliciano (PSC/SP), Roberto Freire (PPS/SP), Rubens Bueno (PPS/PR), entre outros. São representantes das elites financeiras, da bancada da bala, saudosistas da ditadura militar ou que não aceitam as mudanças na sociedade gerada na última década.

 

No domingo muitos deputados não vão querer ficar com seus nomes na lista do golpe, vão se ausentar ou votar não. O número cravado não ficará muito longe dos 300 picaretas golpistas.

Não haverá 342 votos, não passarão, eu passarinho.

Esquerda será representada por Tadeu Veneri, Requião Filho e Xênia Mello nas eleições para a prefeitura de Curitiba

Xênia Mello

Além dos já pré-candidatos para as eleições para a Prefeitura de Curitiba do corrente ano, os deputados estaduais do Paraná Tadeu Veneri (PT) e Requião Filho (PMDB), também será candidata pela esquerda e centro-esquerda a advogada Xênia Mello, candidata pelo PSOL.

A decisão ocorreu durante a Conferência Municipal do PSOL, realizada na tarde deste domingo, 10, sede social do Sinditest. Disputavam também a vaga, o professor José Odenir e o auditor fiscal, Luiz Felipe Bergmann. Mas com a maioria dos votos entre os filiados, a militante feminista comemorou a confirmação para candidatura. “Quero agradecer a confiança e dizer que aceito a responsabilidade que é estar levando nossa campanha para a prefeitura. Porque a gente pode sim ser do tamanho dos nossos sonhos.”, agradeceu Xênia, formada em Direito pela UFPR.

Além da escolha do candidato para concorrer ao cargo majoritário, a conferência apresentou a chapa parcial de vereadores que já com 31 pré-candidatos. A estimativa do partido é de que até a convenção mais filiados confirmem suas candidaturas totalizando 50 candidatos para vereador nas eleições deste ano. Para formar uma frente de esquerda forte para as eleições, o PSOL mantém conversas com o PSTU e PCB. Dessa coalizão pode surgir o nome que comporá a chapa na condição de candidato à vice-prefeito.

Os demais candidatos, provavelmente, estarão no centro e à direita.

Comissão aprova golpe por 38 a 27

  A Comissão Especial do Impeachment aprovou o golpe por 38 a 27. A tendência é que no domingo os golpistas não consigam 2/3 dos votos e não seja aprovada a abertura do processo de Impeachment.

Placar atual dos deputados federais contra o Impeachment ou pelo golpe

Imagem da Gazeta do Povo

Imagem da Gazeta do Povo

Veja a lista atualizada de como votará cada deputado federal do Estado do Paraná sobre o Impeachment-Golpe da presidenta Dilma Rousseff (PT).

PELO GOLPE:

Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR)

Nelson Padovani (PSDB)

Paulo Martins (PSDB)

Osmar Serraglio (PMDB)

Dilceu Sperafico (PP)

Marcelo Belinati (PP)

Leopoldo Meyer (PSB)

Luciano Ducci (PSB)

Evandro Roman (PSD)

Sandro Alex (PSD)

Christiane Yared (PR): sabe que não há crime de responsabilidade, mas quer o Impeachment porque o país está parado e o Congresso Nacional não vai deixar Dilma governar. Quer saída de Michel Temer e Eduardo Cunha também.

Giacobo (PR)

Luiz Nishimori (PR)

Fernando Francischini (SD)

Alex Canziani (PTB)

Takayama (PSC)

Rubens Bueno (PPS)

Leandre (PV)

Diego Garcia (PHS)

Alfredo Kaefer (PSL)

INDECISOS:

Hermes Parcianello (PMDB): a tendência é ser contra o golpe por seu histórico de luta pelas causas populares.

Assis do Couto (PDT): a tendência é ser contra o golpe por seu histórico de luta pelas causas populares.

Aliel Machado (REDE): a tendência é ser contra o golpe por seu histórico de luta pelas causas populares.

João Arruda (PMDB): só vai decidir domingo, se votar juridicamente será contra o Impeachment, se votar politicamente, será à favor do impachment.

Sergio Souza (PMDB): a tendência é ser contra o golpe por seu histórico de luta pelas causas jurídicas.

CONTRA O GOLPE:

Enio Verri (PT): não é golpista.

Zeca Dirceu (PT): não é golpista.

Nelson Meurer (PP): por mais que tenha votado em Aécio Neves (PSDB) e nunca foi de esquerda, é contra o Impeachment, uma vez que não há crime de responsabilidade.

Ricardo Barros (PP): não é golpista.

Toninho Wandscheer (PROS): não é golpista.

 

Carta aberta ao deputado federal Aliel Machado

CARTA ABERTA AO DEPUTADO FEDERAL ALIEL MACHADO
Caro Deputado,
O impeachment em curso é uma ruptura da ordem democrática, já que nenhum crime de responsabilidade foi cometido. A esse respeito, como advogado e professor de Direito Admnistrativo e Ciência Política, sugiro que o senhor leia a carta dos Advogados e Advogadas do Paraná em Defesa da Democracia e a Carta de Curitiba, se ainda não foram se seu conhecimento.

O Brasil, infelizmente, está dividido entre aqueles que prezam pela legalidade e aqueles que, solapando a decisão legítima das urnas, querem tomar o poder por uma estratégia inconstitucional. A soberania popular expressa nas eleições só pode ser afastada em circunstâncias jurídicas muito precisas, que não se verificam nesse momento.

Por trás desse processo de quebra da institucionalidade há interesses geopolíticos internacionais e também daqueles que jamais se conformaram com a mínima redução da desigualdade. Não aceitemos o cinismo daqueles que dizem que o afastamento de uma presidenta íntegra e promovido por figuras das mais corruptas da história do Brasil dá-se em combate à corrupção.

O senhor, eleito sempre pelo PCdoB, como vereador em 2008 e, em 2014, como o deputado federal mais jovem do Paraná, cresceu com a marca de combater a “política tradicional”. Seu lema é #PolíticaDiferente. A “política diferente” certamente não é se aliar às elites econômicas e políticas para promover um golpe alinhado a interesses contrários à soberania nacional e à maior parte do povo brasileiro. O senhor, de família humilde, que sempre teve sensibilidade para as questões sociais, não deveria estar ao lado daqueles que querem acabar com os direitos trabalhistas e reduzir o tamanho do Estado de forma a prejudicar os que mais precisam das políticas públicas. 

Hoje, 11 de abril, em que os debates na Comissão Especial já ocorreram, em que diversos setores da sociedade brasileiras – juristas, artistas, cientistas, estudantes e trabalhadores – já se manifestaram pela legalidade democrática, não se podem aceitar mais dúvidas.

A política, caro Deputado, é ou daqueles que têm dinheiro, ou daqueles que tem posição ao lado do povo. O senhor fez-se político como os nobres da segunda categoria. Que siga assim. Espera-se, do senhor, coerência com sua trajetória e com sua plataforma. 

Tarso Cabral Violin

Juristas do Direito do Trabalho no Paraná são contrários ao Impeachment

Advogados paranaenses que votaram em Dilma no 2º Turno em 2014 e agora querem que seus votos sejam respeitados

Advogados paranaenses que votaram em Dilma no 2º Turno em 2014 e agora querem que seus votos sejam respeitados

Os maiores juristas, advogados e professor de Direito do Trabalho do Paraná são contrários ao Impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Edésio Passos (um dos mais antigos advogados trabalhistas do Estado), Cláudio Ribeiro (grande advogado trabalhista do Estado), Wilson Ramos Filho – Xixo (advogado e Professor de Direito do Trabalho da UFPR), Mirian Gonçalves (advogada e vice-prefeita de Curitiba), Valdyr Lesnau Perrini (advogado e professor de Direito do Trbalho da PUC-PR), Mauro José Auache, Sidnei Machado (advogado e professor de Direito do trabalho da UFPR), Jane Salvador de Bueno Gizzi, Sandro Lunard Nicoladeli (advogado e Professor de Direito do trabalho da UFPR), Marcelo Giovani Batista Maia, Andre Franco de Oliveira Passos (advogado e presidente da Comissão de Assustos Sindicais da OAB-PR), Nasser Ahmad Allan, Ricardo Nunes de Mendonça, Nuredin Ahmad Allan, Fabio Augusto Mello Peres, Almir Antônio Fabricio de Carvalho e vários outros renomados advogados assinaram a petição dos advogados e advogadas do Paraná contra o Impeachment e contra a posição da OAB-PR sobre o tema, veja aqui.

Jurista Carlos Marés é contrário o Impeachment de Dilma

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O Prof. Dr. Carlos Frederico Marés de Souza Filho, um dos maiores juristas do Paraná e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, é contrário ao Impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

É um dos maiores professores de Direito Ambiental e Agrário do país e já escreveu os livros “O renascer dos povos indígenas para o direito”,Bens Culturais e Proteção Jurídica”eA função social da terra”.

Marés é procurador do Estado do Paraná, foi Procurador-Geral do Estado e Presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul no governo de Roberto Requião (PMDB), e Presidente da Fundação Nacional do Índio no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“Foi o meu melhor professor na graduação em Direito da PUC-PR, com grande conhecimento jurídico e sensibilidade social”, diz o advogado e professor de Direito Administrativo, Tarso Cabral Violin, autor do Blog do Tarso.

Marés assinou a petição dos advogados do Paraná contra o Impeachment e contra a posição da OAB-PR sobre o tema, veja aqui e foi um dos realizadores do ato em defesa da Democracia e contra o Impeachment realizado na Faculdade de Direito da UFPR (veja aqui).

“Sou contra o Impeachment de Dilma” diz o cineasta José Padilha de Tropa de Elite e Narcos

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Um jornal da velha mídia divulgou entrevista com o cineasta José Padilha, diretor de obras-primas como o documentário “Ônibus 174” (2002), o filme “Tropa de Elite” (2007 e 2010) e a série “Narcos” (2015).

O jornal golpista apenas colocou na manchete que Padilha não apoia o governo da presidenta Dilma Rousseff (PT). E, claro, colocou nas entrelinhas a posição de Padilha contrária ao Impeachment da presidenta.

Padilha diz “sou contra” o Impeachment, “acho que ele se tornou um evento político, que permite dar ensejo a negociações que refreiem a Lava Jato. Trocas do tipo ‘entrega-se a cabeça da Dilma e do Lula, mas fazemos aqui um acordo etc.’. Afinal, é muito mais gente implicada. Do PT, PMDB, PSDB e por aí vai. Lula, [Eduardo] Cunha, [Michel] Temer, Renan [Calheiros], Aécio [Neves], todos querem uma saída. Sou contra a corrupção e a favor da investigação. E o impeachment pode atrapalhar as investigações. Acho que o PT também deve assumir o governo e seus erros até o fim, mesmo em meio ao caos”.

Novas informações sobre o homicídio de sem terras no Paraná por pistoleiros e PM

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Na tarde de quinta-feira (07 de abril), famílias do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), organizadas no Acampamento Dom Tomas Balduíno, no município de Quedas do Iguaçu, região central do Paraná, foram vitimas de uma emboscada realizada pela Policia Militar do Estado e por seguranças contratados pela empresa Araupel. No ataque covarde da PM e seguranças da Araupel, foram assassinados os trabalhadores rurais Vilmar Bordim, 44 anos, casado, pai de três filhos e Leomar Bhorbak, de 25 anos, deixa esposa gravida de nove meses. Também foram feridos mais sete trabalhadores e dois foram detidos para depor e já foram liberados.O acampamento, cuja ocupação teve início em maio de 2015, possui aproximadamente 1,5 mil famílias O acampamento está localizado no imóvel Rio das Cobras que foi grilado pela empresa Araupel. A Justiça Federal declarou, em função da grilagem, que as terras são publicas e pertencem a União e devem ser destinados para a reforma agrária.

Não houve confronto algum segundo o relato das vítimas do ataque. A emboscada ocorreu enquanto aproximadamente 25 trabalhadores Sem Terra circulavam de caminhonete e motocicleta, há 6 km do acampamento, dentro do perímetro da área decretada pública pela justiça, quando foram surpreendidos pelos policias e seguranças entrincheirados. Estes alvejaram o veiculo onde se encontravam os Sem Terra, que para se proteger, correram mato a dentro em direção ao acampamento, na tentativa de fugir dos disparos que não cessaram. Em relato a PM admite que os dois corpos foram recolhidos de dentro da mata. Todas as vítimas foram baleadas pelas costas o que deixa claro que estavam fugindo e não em confronto com a PM e seguranças.

A PM isolou local onde ocorreu a emboscada por mais de duas horas, impedindo o socorro dos feridos, além de bloquear qualquer outra pessoa que se aproximasse para socorrer e documentar a cena do crime. Sem a presença do IML removeram as vítimas e objetos da cena do crime. E nem permitiram acesso dos familiares das vitimas, advogados e imprensa, ameaçando as pessoas que se aproximavam.

A Policia Militar criou um clima de terror na cidade de Quedas do Iguaçu, tomando as ruas, cercando a delegacia e os hospitais de Quedas do Iguaçu e Cascavel para onde foram levados os feridos, impedindo qualquer contato das vitimas com familiares, advogados e imprensa.

O ataque da PM aos Sem Terra aconteceu após o Deputado Rossoni assumir a Chefia da Casa Civil do Governo do Paraná e, que, coincidentemente, esteve em visita ao Município de Quedas do Iguaçu, no dia 01 de abril de 2016, acompanhado do Secretario de Segurança Publica do Paraná, Wagner Mesquita, e representantes das cúpulas da policia do Paraná. Que determinaram o envio de um contingente de mais de 60 PMs para Quedas do Iguaçu.

O MST está na região há quase 20 anos, e sempre atuou de forma organizada e pacifica para que houvesse o avanço da reforma agrária, reivindicando que a terra cumpra a sua função social. Só no grande latifundiário da Araupel foram assentadas mais de 3 mil famílias.

O MST exige justiça e:

– Imediata investigação, prisão dos policias e seguranças, e punição de todos os responsáveis – executores e mandantes- pelo crime cometido contra os trabalhadores rurais Sem Terra.

– O afastamento imediato da policia militar e a retirada da segurança privada contratada pela Araupel.

– Garantia de segurança e proteção das vidas de todos os trabalhadores acampados do Movimento na região.

– Que todas as áreas griladas pela empresa Araupel sejam destinadas para Reforma Agrária, assentando as famílias acampadas.