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Dezenas de deputados vão se ausentar na votação de domingo do Impeachment

08/07/2015. Crédito: Antonio Cruz/Agência Brasil. Brasil. Brasília - DF. O vice-presidente da República, Michel Temer, e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, participam da Homenagem Póstuma ao ex-deputado Paes de Andrade.

Dezenas de deputados federais vão se ausentar na votação de domingo (17) sobre a admissão ou não do processo de Impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff (PT).

São deputados que não são do PT e nem do PSDB, e não vão querer que seus nomes constem na lista de deputados golpistas, mas não necessariamente gostariam de votar com o governo federal. Também não querem seus nomes ligados ao de Eduardo Cunha e Michel Temer, os líderes do golpe.

Eduardo Cunha (PMDB), Michel Temer (PMDB), o PSDB, a FIESP, a OAB e as elites financeiras e midiáticas precisam de 342 votos para a aprovação da admissão do processo de Impeachment.

Se os golpistas tiverem 341 votos, e os demais deputados se ausentarem ou votarem não, o golpe não será concretizado.

Não há 342 picaretas

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Em 1993 o então candidato presidencial Luiz Inácio Lula da Silva disse que na Câmara dos Deputados “há uma maioria de 300 picaretas que defendem apenas seus próprios interesses”. Frase que em 1994 virou letra dos Paralamas do Sucesso “Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou, são 300 picaretas com anel de doutor”.

Sim, há muitos picaretas ainda hoje entre os deputados federais.

Os picaretas de hoje são os golpistas, aqueles que no domingo (17) vão votar pela admissão da acusação de crime de responsabilidade contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), para o Impeachment a ser votado no Senado.

Eles precisam de 342 votos, o que é 2/3 do total de 512 deputados.

Os golpistas de hoje são liderados pelo deputado Eduardo Cunha (PMDB), presidente da Câmara dos Deputados, para apear Dilma do poder e colocar Michel Temer (PMDB) como presidente e o próprio Eduardo Cunha como vice-presidente.

Os deputados que vão votar pelo Impeachment sabem que não há crime de responsabilidade de Dilma, mas não aceitam perder.

É natural que entre os golpistas estejam os deputados federais do PSDB, que até hoje não aceitam as derrotas nas eleições presidenciais de 2002 (José Serra), 2006 (Geraldo Alckmin), 2010 (Serra) e, principalmente, 2014 (Aécio Neves). Entre eles Antonio Imbassahy (BA), Bruno Covas (SP), Carlos Sampaio (SP), Luiz Carlos Hauly (PR), Paulo Martins (PR), entre outros tucanos.

Também é natural o voto golpista de Jarbas Vasconcelos (PMDB/PE), Osmar Serraglio (PMDB/PR), Onyx Lorenzoni (DEM/RS), Moroni Torgan (DEM/CE), Rodrigo Maia (DEM/SP), Heráclito Fortes (PSB/PI), Luciano Ducci (PSB/PR), Esperidião Amin (PP/SC), Paulo Maluf (PP/SP), Fernando Francischini (SD/PR), Paulinho da Força (SD/SP), Jair Bolsonaro (PSC/RJ), Marco Feliciano (PSC/SP), Roberto Freire (PPS/SP), Rubens Bueno (PPS/PR), entre outros. São representantes das elites financeiras, da bancada da bala, saudosistas da ditadura militar ou que não aceitam as mudanças na sociedade gerada na última década.

 

No domingo muitos deputados não vão querer ficar com seus nomes na lista do golpe, vão se ausentar ou votar não. O número cravado não ficará muito longe dos 300 picaretas golpistas.

Não haverá 342 votos, não passarão, eu passarinho.