Vamos unificar novamente a luta contra a privatização do Paraná?

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Bernardo Pilotto e outros líderes contrários às OS

Por Bernardo Pilotto – Membro do Conselho Municipal de Saúde de Curitiba. Esteve em 2011 na ocupação do Plenário da ALE

Entre novembro e dezembro de 2011, o governo Beto Richa encaminhou e aprovou, na Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP), um projeto de lei que permite que as áreas de saúde e cultura do Estado sejam geridas pelo modelo de Organizações Sociais (OSs). A aprovação de projeto polêmico foi às pressas, com direito a sessão de votação em auditório escondido em plena segunda-feira a noite.

Esse processo despertou e unificou diversos movimentos sociais, sindicais, estudantis, blogueiros e partidos políticos numa frente de oposição e combate a esta medida privatizante do governo do PSDB. Na ocupação do plenária da ALEP feita no dia da votação do projeto das OSs, estavam presentes diversas representações, do SindSaúde/PR, FOPS, UJS, UPE, PT, PSOL, PSTU, PCdoB, Consulta Popular, SINDITEST-PR, APP-Sindicato, CUT, CTB, MST, Assembleia Popular, SINPAR, SISMMAC, ASS, entre outros. Dias depois, uma reunião no SENGE-PR animou a todos com as possibilidades de lutas unitárias e fortes.

De lá pra cá, duas situações se destacam. Pelo lado do movimento, todos acabaram, no ano de 2012, centrando fogo nas suas lutas corporativas e imediatas, deixando de lado a prioridade neste fórum unificado; no lado do governo, os ataques se intensificaram, com a ressurreição do Paraná Educação, com o decreto que diminui a autonomia universitária das instituições estaduais, com o sistemático corte de verbas das políticas públicas e de direito dos trabalhadores (que estão gerando greves dos setores mais atingidos), com a tentativa de privatização de vários serviços a partir do programa Tudo Aqui e, recentemente, o anúncio de que setores do Teatro Guaíra serão geridos pela OSs, no mesmo momento que a parte legal da lei de OSs termina de ser implementada, com regulamentos e decretos editados.

Mais do que um ataque ali ou acolá, está em curso um projeto de privatização do Paraná, retomando os piores momentos do período lernista (1995-2002). Projeto este que tem ampla hegemonia na ALEP e que só pode ser barrado com mobilização popular nas ruas do Estado.

Para isso, é fundamental que o movimento que, em 2011, pautou o problema das OS’s e fez uma ocupação da ALEP volte a se reunir. Nenhum movimento sozinho tem hoje força suficiente para resistir e vencer a tais ataques. É preciso lutar conjuntamente.

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O Blog do Tarso acompanhou as manifestações da plateia

Voto do então ministro do STF, Eros Grau, desmente governo Beto Richa com relação ao Teatro Guaíra: OS é privatização!

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O governo Beto Richa (PSDB) e a direção do Teatro Guaíra vêm dizendo que o repasse da gestão do Teatro para uma entidade do Terceiro Setor qualificada como organização social – OS não é privatização. Veja a nota, clique aqui.

É MENTIRA!

O então Ministro do Supremo Tribunal Federal, Eros Grau, em 2007, proferiu voto pela inconstitucionalidade do modelo e deixou claro que as parcerias da Administração Pública por meio de contratos de gestão com OSs é privatização!

Disse Eros Grau:

Também o são [inconstitucionais] o artigo 5º – na medida em que coloca sob um indefinido e difuso regime de “parceria” o cumprimento de função (= dever-poder) do Estado – e o artigo 20, que prevê a criação de um ‘Programa Nacional de Publicização -PNP’, cujo objetivo, bem ao contrário do que o nome (com sarcasmo?) pretenderia indicar, é a privatização de funções estatais. Dessas funções não se pode demitir o Estado sem agressão ao disposto nos artigos 1º, 3º, 215, 218 e 225 da Constituição do Brasil

Maria Sylvia Zanella Di Pietro, talvez a maior jurista do Direito Administrativo brasileiro, entende que podemos chamar de “privatização em sentido amplo” qualquer iniciativa de “redução do tamanho do Estado”, e inclui entre os exemplos os contratos de gestão com as organizações sociais – OS (Parcerias na Administração Pública, 2009, 7ª ed., editora Atlas, p. 5-8.).

Em quem confiar?

Meu livro Terceiro Setor e as Parcerias com a Administração Pública: uma análise crítica (Fórum, 2ª ed., 2010), fruto da minha Dissertação de Mestrado em Direito do Estado pela UFPR Uma análise crítica do ideário do “Terceiro Setor” no contexto neoliberal e as Parcerias entre a Administração Pública e Sociedade Civil Organizada no Brasil, analisam a questão.

Veja a transcrição do voto de Eros Grau do que foi discutido na época, conforme informativo do próprio STF:

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Classe artística vai se reunir domingo para discutir a privatização do Teatro Guaíra via OS

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Profissionais da classe artística de Curitiba lançaram a campanha “Teatro Guaíra 2013 – Por um Novo Teatro Guaíra” e vão se reunir ao meio-dia do próximo domingo (14), na Praça Santos Andrade, em frente ao Guairão. Será discutida a necessidade de aumento do orçamento para a cultura, que vem caindo nos últimos anos, a infraestrutura do Guaíra e sobre a privatização por Organizações Sociais – OSs.

Por mais que o Guaíra continue sendo uma Autarquia, o governo Beto Richa pretende privatizar a gestão dos “corpos estáveis” do centro cultural, como o Balé Guaíra, a Orquestra Sinfônica do Paraná e a G2 Cia de Dança. Ou seja, fugir das licitações, dos concursos públicos e dos limites de gastos com pessoal da Lei de Responsabilidade Fiscal.

O governo Beto Richa (PSDB) e a direção do Teatro Guaíra mentem ao dizer que o repasse da gestão do Teatro Guaíra para uma entidade do Terceiro Setor qualificada como OS – Organização Social não é privatiza ção, conforme a imagem abaixo divulgada no Facebook. Juridicamente é uma privatização em sentido amplo e algo que pode ser considerado inscontitucional pelo STF ainda em 2013.

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Governo Beto Richa confessa que quer burlar a Lei ao privatizar o Teatro Guaíra via OS

Teatro Guaíra. Foto de Antônio More/Gazeta do Povo

Teatro Guaíra. Foto de Antônio More/Gazeta do Povo

Matéria deste domingo da Gazeta do Povo assusta as pessoas de bem e que entendem um pouco de Direito ou de Administração Pública.

Você ensinaria seu filho a comprar produtos falsificados?

Você ensinaria seu filho a burlar a Lei?

Você ensinaria o seu filho a dar um jeitinho em tudo e tirar vantagem, a famosa “Lei de Gérson”?

O governo Beto Richa (PSDB) confessou que pretende burlar a legislação brasileira ao privatizar o Teatro Guaíra via contrato de gestão a ser celebrado com uma OS – organização social, sem licitação.

A notícia da Gazeta informa que o problema do Teatro Guaíra é a falta de recursos, que recebia R$ 4 milhões em 2006 do orçamento e hoje recebe apenas de R$ 500 mil a R$ 1 milhão.

Mas sabe qual é a alternativa dos “gênios” do governo Beto Richa? Não é aumentar os recursos do Teatro, mas sim privatizar a gestão para uma ONG.

São pessoas que não entendem nada de Administração Pública. São pessoas que querem aplicar de forma inconstitucional e ilegal no poder Público o que aprenderam em seus negócios (ou negociatas) privados.

O Guaíra é uma autarquia. Uma autarquia, sendo bem administrada, pode ser muito eficiente e profissionalizada. Basta competência administrativa e vontade de gerir, e não de terceirizar o problema.

A Lei 8.666/93 e demais normas de licitações e contratos geram obrigações especiais para os administradores públicos? Sim. Mas se não quer administrar, se não quer resolver os problemas de seu órgão ou entidade pública, PEÇA PARA SAIR!

BURLA AO CONCURSO PÚBLICO E LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

Em 1992 eram 494 servidores no Guaíra, hoje são 180. Falta pessoal? Realize concurso público, como manda o art. 37, II, da Constituição da Republica!

Mas o governo Beto Richa diz que não pode mais contratar pessoal por causa dos limites de gasto com pessoal imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000).

Duas saídas para o governador Beto Richa:

Primeiro: demita os milhares de comissionados que o senhor contratou sem concurso público!

Segundo: foi o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do seu partido, o PSDB, que criou a LRF. Foram os tucanos que defenderam a LRF com “unhas e dentes” na época. A oposição criticava a lei na época por limitar gastos sociais. E estava correta. Uma lei não pode fazer com que um governante descumpra a Constituição! Faça um movimento nacional pela mudança da LRF, no sentido de possibilidade de aumento de gastos com pessoal nas áreas sociais como educação, saúde, cultura e assistência social! Vou ser o primeiro a apoiá-lo nessa cruzada!

Caso contrário, simplesmente respeite a Constituição, respeite a Lei, e não contrate mais ninguém, mas também não privatize para simplesmente burlar a LRF. Mesmo porque qualquer terceirização com o intuito de substituição de servidores deve ser contabilizada como despesas com pessoal, nos termos do § 1º do art. 18 da LRF (“Os valores dos contratos de terceirização de mão-de-obra que se referem à substituição de servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”).

BURLA ÀS LICITAÇÕES, SONEGAÇÃO DE IMPOTOS, DESRESPEITO AOS DIREITOS DOS TRABALHADORES…

Monica Rischbieter, presidenta do Teatro Guaíra, chega a contar uma historinha ridícula para justificar a privatização.

Disse que as criança do ballet precisavam usar uma tiara de joaninhas que na Rua 25 de Março em São Paulo custaria R$ 1,50. Essa rua é famosa pela existência de produtos falsificados, de baixa qualidade e onde há sonegação de impostos. Nessa rua há até produtos importados de outros países que não seguem as mínimas normas de segurança, como por exemplo produtos com tinta tóxica. Mas a sr.ª Monica diz que acabou pagando R$ 22,00 em cada tiara ao seguir a lei de licitações.

Primeiro Sr.ª Monica: a Lei 8.666/93 não permita que a Administração pague um produto com valores acima do de mercado. Se a sr.ª pagou nas tiaras um valor acima do mercado, desrespeitou a lei de licitações e os princípios constitucionais da moralidade, finalidade, economicidade e eficiência!

Segundo Sr.ª Mônica: a lei de licitações exige que a empresa a ser contratada demonstre na fase de habilitação da licitação que existe juridicamente (ou seja, que não seja uma empresa fantasma), que pague todos os seus impostos, que pague todas as verbas trabalhista a seus empregados, que tenha condições técnicas e financeiras de ser contratada, que não explora adolescentes, etc.

Sr.ª Monica, a senhora acha certo uma empresa não pagar impostos?

Acha certo uma empresa explorar adolescentes?

Acha certa a contratação de empresas fantasmas?

Acha certo que uma empresa explore seus trabalhadores?

Não sei de suas atividades privadas, mas isso não é possível ser feito na Administração Pública!

A Diretora Artística do Teatro Guaíra, Mara Moron, que também provavelmente não entende nada de gestão pública, diz que o Teatro Guaíra, por ter que respeitar a lei de licitação, não pode contratar hoteis do interior que desrespeitam a lei e não tem a documentação necessária.

Sr.ª Moron, então a senhora pretende privatizar o Teatro para que uma entidade do Terceiro Setor qualificada como OS possa contratar hotéis ilegais? É isso, ou eu entendi errado?

Essa gente pretende privatizar o Teatro Guaíra, ou pelo menos privatizar o balé e a orquestra, segundo o Secretário de Cultura Paulino Viapiana.

Não querem mais contratar por concurso público servidores estatutários? Discutam com a sociedade a possibilidade de transformar o Teatro Guaíra de autarquia em uma fundação estatal de direito privado ou uma empresa pública, que podem contratar servidores concursados, mas celetistas, regidos pela CLT. Isso enquanto o STF mantém o regime jurídico administrativo do art. 39 da Constituição.

A MENTIRA SOBRE A LEI ROUANET

Os privatistas dizem que instituições estatais têm dificuldades de receber recursos via a Lei Rouanet (Lei 8.313/91), e o governo Beto Richa repete essa falácia.

As entidades estatais também podem receber dinheiro dos fundos de cultura! Está na Lei!

Lembro que a legislação das OS pode ser considerada inconstitucional ainda em 2013 pelo STF. E relembro que o modelo de privatização via OS é o mesmo do desastroso utilizado no ICI – Instituto Curitiba de Informática, que não é trasnparente e que não permite até hoje que o prefeito Gustavo Fruet (PDT) assuma sua gestão, mesmo tendo vencido democraticamente a eleição de 2012.

Conclamo toda a sociedade paranaense, os políticos, o Ministério Público, a OAB/PR, o Tribunal de Contas, os servidores do Teatro Guaíra e os pais das crianças e adolescentes que se têm aulas no Teatro a se mobilizarem contra essa privatização, que é inconstitucional, ilegal e imoral.

Por favor 2014, chega logo!

Privatização: Organizações Sociais – OS da saúde em SP recebem sem prestar serviços

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O governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criou a figura das Organizações Sociais. Queriam repassar toda a gestão dos hospitais, escolas e universidades estatais para entidades do Terceiro Setor qualificadas como OS, com o intuito de fuga do concurso público, da licitação, do limite legal de gastos com pessoal e do controle sobre a Administração Pública.

Os neoliberais e pessoas mal assessoradas dizem que repassar a gestão de hospitais públicos para OSs vai deixar esse hospital mais eficiente. Dizem que o que interessa não é o controle de meios realizados pelas licitações e concursos públicos, mas apenas os resultados, decorrente do ideário e da concepção neoliberal-gerencial de Administracão Pública.

Mentira!

Além de ser mentira que são mais “eficientes”, as OS favorecem a corrupção, a precarização da Administração Pública, o nepotismo, o clientelismo e o desrespeito aos princípios da moralidade, isonomia, entre outros.

Ainda em 2013 o STF pode decidir pela inconstitucionalidade do modelo de privatização dos serviços sociais.

O Tribunal de Contas de São Paulo já havia realizado um estudo no sentido que as OS no Estado são mais ineficientes, mais caras e fazem um pior atendimento aos cidadãos. O Fantástico já divulgou matérias mostrando corrupção decorrentes de privatização via OS em hospitais públicos pelo Brasil.

Folha de S. Paulo de 04 de abril fez uma denúncia grave contra as OSs do Município de São Paulo, que existem em decorrência da privatização da saúde realizada pelos prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (ex-DEMO, atual PSD).

São 30% das consultas com especialistas que as OS não realizam e mesmo assim recebem dos cofres públicos.

As OSs deveriam ter realizado 530.151 consultas nos Ambulatórios Especialidade e nas AMAs – Assistências Médicas Ambulatoriais em 2012, mas apenas 347.454 foram realizadas.

Em 2011 foi pior, pois as OSs deixaram de realizar 41% dos atendimentos previstos, recebendo todos os repasses do município de São Paulo.

Entidades do Terceiro Setor também não cumpriram os contratos dos Caps – Centros de Atenção Psicossocial, e vários dependentes de drogas não conseguem ser internados. Em 2012 apenas 35% dos atendimentos intensivos foram realizados, com acompanhamento diário de pacientes. AS ONGs receberam em 2012 R$ 2,1 bilhões da cidade, sendo que cerca de 72% das consultas da rede hoje são privatizadas via ONGs, e pelo menos 34% por meio das inconstitucionais OSs.

Isso é um desastre ocasionado pela privatização da saúde. Ao invés de se profissionalizar a Administração Pública, privatiza-se, o que é um desrespeito à Constituição e ainda gera essa suspeita de corrupção.

A privaizacão realizada pelos neoliberais ocasiona fila de espera da saúde, que em dezembro/2012 gerava mais de oitocentos mil pedidos médicos que aguardavam na fila em toda a rede. Desses, 311.627 eram com especialistas.

Há pedreiro que espera dois meses por uma consulta com um cardiologista e empregada doméstica que espera sete meses por um reumatologista.

“Tenho osteoporose, estou com dor. Fazia um acompanhamento com uma médica, que deixou de trabalhar aqui em setembro do ano passado e até hoje não foi substituída. Sem a consulta, não consigo o remédio”, dizia Maria, ontem, na porta da AMA Especialidade Isolina Mazzei, na Vila Guilherme (zona norte).

As OSs dizem que há dificuldade em contratar especialistas. Como diz o Capitão Nascimento: “pede pra sair!”

Os hospitais públicos devem ter gestão própria, com a contratação de servidores e médicos concursados, com a realização de licitação, etc.

A Lei de Responsabilidade Fiscal é muito rígida com os gastos sociais com pessoal? Que seja considerada inconstitucional ou mude-se a lei!

Há prefeituras que os médicos não aceitam receber menos do que o prefeito (Teto Constitucional)? Vamos rediscutir esse teto!

O que não é mais possível são essas privatizações inconstitucionais via OS, que enriquecem “negociantes” da saúde, da cultura, da educacão, da informática (o ICI em Curitiba e uma OS), entre outras áreas.

Mas voltando ao tema: não realizam consultas e os valores com dinheiro público não são descontados, com repasses de 100% para as OSs?

Isso é uma palhaçada!

Segundo a Folha, Mauricio Faria, o conselheiro da área de saúde do TCM (Tribunal de Contas do Município), informa o seguinte: Elas são remuneradas pela capacidade operacional que disponibilizam. É um sistema ineficiente”.

Vamos acabar com isso?

Com a palavra os ministros do STF!

“Tenho osteoporose e estou com dor. Fazia um acompanhamento com uma médica que deixou de trabalhar aqui em setembro e até hoje não foi substituída [pela OS – organização social]”

A gestão do atual prefeito Fernando Haddad (PT), que já disse que não vai mais privatizar a saúde via OS, disse que reavaliar os contratos de gestão vigentes com as OS, para ser feito o desconto no caso de não cumprimento. A secretaria de saúde disse que um dos problemas é o grande número de falta dos pacientes às consultas, mas que a gestão petista telefona com 15 dias de antecedência da consulta ou exame para confirmar a presença do paciente.

O ex-secretário Januario Montone, da gestão Gilberto Kassab, defendeu a privatização via OS, falando em aumento de atendimento. E a moralidade, economicidade e eficiência? Podem ser jogadas na lata do lixo?

A OS SPDM disse que muitos médicos pedem demissão e há dificuldade na reposição. Claro, não são médicos servidores públicos concursados. Aumenta a rotatividade. A OS Santa Marcelina disse que a distância das unidades dificulta o interesse dos médicos. É uma vergonha, uma total incompetência administrativa. Para que privatizar então?

Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da USP que falou com a Folha, disse que “a não execução dos atendimentos que as OSs deveriam fazer só aumenta a fila”. Ele faz uma denúncia: “Não há gestão das listas de espera e dos encaminhamentos médicos, não existe prontuário eletrônico e o absenteísmo -quando o paciente não vai à consulta- é alto, o que poderia ser reduzido com melhores práticas gerenciais”.

Ou seja, o médico diz que as OS são ineficientes!

O médico é incisivo contra as OS: “Nos últimos anos, a rede foi fragmentada. As organizações sociais atuam com distintas políticas de contratação, remuneração de pessoal e organização, criando uma competição predatória que gera alta rotatividade e falta de especialistas“.

Enquanto isso governos ditos de esquerda privatizam via OS. E claro, muitas gente está ganhando dinheiro com isso.

Chega!

OSSSSSSSSSSS

Guaíra é escolhido o melhor teatro, mas mesmo assim Beto Richa vai privatizá-lo via OS

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O Teatro Guaíra é uma autarquia da Administração Pública do Estado do Paraná.

Segundo o seu site, ele foi escolhido pela revista Veja Curitiba o melhor teatro, veja aqui.

Mesmo assim o governo Beto Richa (PSDB) está privatizando o teatro. Vai transferir a gestão do Guaíra para uma entidade do Terceiro Setor qualificada como Organização Social – OS.

Sem licitação, vai privatizar para deixar de fazer concursos públicos e licitações. Não vai mais ter limite de gasto com pessoal. Vai poder contratar parentes de autoridades e fugir da Súmula Vinculante 13 do STF…

Há quase um ano o Blog do Tarso já alertava sobre esse absurdo inconstitucional: Beto Richa começou a privatizar a cultura via OS. Veja a Resolução 54/2012 da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná – SEEC, clique aqui.

O STF pode ainda em 2013 declarar inconstitucional o modelo de privatização via OS. O ICI – Instituto Curitiba de Informática é uma OS.

Querem apostar? O Ministério Público e o Tribunal de Contas não vão fazer nada para barrar. Quem sabe a OAB/PR?

Por favor 2014, chega logo!

Também há petista neoliberal que privatiza a saúde via OS

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O Estado da Bahia não é apenas o suposto berço do Brasil (há quem fale que o Brasil foi achado em Fortaleza/Ceará).

A Bahia não é apenas o berço da tropicália com Caetano Veloso e Gilberto Gil.

A Bahia não é apenas o berço de Jorge Amado, Dorival Caymi, Glauber Rocha e Raul Seixas.

Devo estar esquecendo muita gente porreta!

A Bahia não é apenas o berço do axé e do trio elétrico.

A Bahia também é um dos berços da chamada Administração Pública Gerencial, influenciada pelo neoliberalismo, mas infelizmente uma cópia de modelos alienígenas. Foi durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

A Bahia é também um dos berços do carlismo do coronel Antonio Carlos Magalhães.

Agora o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), do partido que contesta a constitucionalidade do modelo de privatização via organizações sociais – OS no STF, vai transferir o Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) para uma ONG qualificada como OS.

O Hospital Clériston tem 1.260 servidores e só 30% (380 funcionários) serão aproveitados pela entidade do Terceiro Setor.

A Resolução nº 001/13, publicada no Diário Oficial do Estado da Bahia no dia 30 de janeiro, aprova a “publicização” da gestão do HGCA.

O pior é que há vários prefeitos petistas imitando governos tucanos que privatizam a saúde com um simples intuito: fuga das licitações, fuga dos concursos públicos, fuga dos limites de gastos com pessoal. Fuga, jeitinho brasileiro, malandragem, patrimonialismo…

Querem ressuscitar privatização das Universidades Federais via OS de FHC

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) quis privatizar o Brasil. Não se contentava em vender todas as empresas estatais, queria também privatizar a saúde e a educação, os serviços sociais em geral. É o que previu o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado de 1995. Para isso, por meio de seu ministro da Administração e Reforma do Aparelho do Estado, criou a figura das organizações sociais – OS, cópia do direito alienígena.

Por pressão dos juristas progressistas, dos estudantes, professores e de boa parcela da sociedade, FHC acabou criando as OS mas não as implementando em grande número.

Foram os governos e prefeitos de vários estados e municípios que acabaram fazendo o jogo sujo e privatizando principalmente hospitais e museus para entidades privadas.

A ideia é simples: licitação, concurso público, controle do Tribunal de Contas e social, respeito aos princípios da moralidade, legalidade e publicidade dão muito trabalho? Privatize-se!

Cassio Taniguchi (DEMO) privatizou a informática de Curitiba e criou o ICI – Instituto Curitiba de Informática, uma caixa-preta que até hoje dá muita dor de cabeça para o atual prefeito Gustavo Fruet (PDT).

Governos e prefeitos privatizaram hospitais públicos aos montes. Inclusive Beto Richa (PSDB) recentemente criou a Lei das OS estadual para privatizar hospitais e museus.

Mas as Universidades Federais foram poupadas, principalmente por pressão dos estudantes e professores.

Eis que hoje a Folha de S. Paulo publicou texto de um dos seus membros do Conselho editorial querendo a privatização via OS também das Universidades Federais.

É a barbárie!

A ideia é simples: sem licitação, repassa-se a gestão para uma ONG, por exemplo, da UFPR. Com isso a entidade do Terceiro Setor não precisa mais fazer licitação e concurso público. Professores? Nada de concurso público. Livre escolha da ONG. Professores estatutários com estabilidade? Que nada! Todos trabalhadores privados regidos para a CLT.

Clamo para que os estudantes e professores da Universidade Federal do Paraná e de todas as universidades federais e estaduais do país se organizem, pois vem ai mais uma batalha.

Novo secretário de saúde de Curitiba não defende privatização via OS

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O novo secretário de saúde de Curitiba, o médico Adriano Massuda, ex-secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde no governo da presidenta Dilma Rousseff (PT), não defende a privatizacão dos hospitais públicos via as organizações sociais – OS. Massuda entende que entidades da Administração Pública indireta podem gerir com eficiência os hospitais públicos.

Começou bem a gestão do prefeito Gustavo Fruet (PDT). As OS foram criadas pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), com o intuito de privatização dos serviços sociais e fuga dos concursos públicos, licitações e controle social. Além disso, possivelmente o modelo de privatização será considerado inconstitucional pelo STF em 2013. É o modelo do ICI – Instituto Curitiba de Informática, que está gerando muita dor de cabeça para o novo prefeito de Curitiba.

Justiça de Goiás proíbe Estado de celebrar novos contratos com organizações sociais que administram hospitais

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Do TJ/GO

Juiz proíbe Estado de celebrar novos contratos para organizações sociais administrarem hospitais

O juiz Eduardo Pio Mascarenhas da Silva, da 2ª Vara de Fazenda Pública Estadual, deferiu nesta sexta-feira (14) liminar proposta pelo Ministério Público estadual (MPGO) em que proíbe o governo de Goiás de celebrar novos contratos com organizações sociais (OS) para gestão dos hospitais estaduais. Na mesma decisão, o magistrado indeferiu o pedido liminar do MPGO para que o Estado também fosse impedido de renovar ou prorrogar os contratos já vigentes.

Segundo o órgão ministerial, ao decidir repassar a gerência dos hospitais estaduais para organizações sociais, o governo de Goiás não homologou decisão do Conselho Estadual de Saúde, que teria se manifestado contra a transferência. O MPGO sustenta também que os serviços repassados às OS são previamente quantificados nos contratos e pagos, independente de sua execução, bem como podem serem contratados até 50% dos empregados de forma direta e que, diante disso, muitos servidores concursados vêm sendo removidos. Alega também que os contratos de gestão consomem vultosos recursos financeiros, o que comprovaria a capacidade do Estado de prestar diretamente o serviço.

Para impedir a celebração de novos contratos de gestão, Eduardo Pio considerou graves as irregularidades apontadas pelo MPGO nos contratos, além do alto valor de recursos envolvidos. “Prudente evitar que novos contratos sejam firmados, a fim de que se evite a perpetuação de tão severas irregularidades”, pontuou. Já a suspensão imediata dos serviços prestados pelas OS ou a proibição de renovação ou prorrogação, por outro lado, e segundo o magistrado, “poderá acarretar perigo à saúde da população, uma vez que esta poderá ficar privada desse serviço essencial”, fato que . (Texto: Ricardo Santana – Centro de Comunicação Social do TJGO)

TRT-PB decide que contratos com OS devem ser julgados pela Justiça Comum, e não pela Justiça do Trabalho

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Sobre os contratos do Estado da Paraíba com organizações sociais – OS, por unanimidade, o pleno do Tribunal Regional do Trabalho negou ação do Ministério Público do Trabalho que questionava a parceria do Hospital de Trauma com a Cruz Vermelha. Foi na terça-feira (18), com base no voto do relator Ubiratan Delgado, que entendeu ser o assunto de competência exclusiva da Justiça Comum e não da Justiça do Trabalho.

Ministério Público Federal e Ministério Público do Estado: que tal começarem a questionar as privatizações via OS?

Cobertura do II Encontro pela Revogação da Lei das OSs

http://www.youtube.com/watch?v=M1MgGQDtnnM&feature=player_embedded

Queriam privatizar a UFPR

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Parabéns a Universidade Federal do Paraná, a primeira Universidade do Brasil, que completa 100 anos de vida. Tenho orgulho de ter feito o meu mestrado em Direito do Estado na aniversariante Federal. Basicamente estudei a inconstitucionalidade das privatizações dos serviços públicos sociais para o chamado “Terceiro Setor” no mestrado, cuja dissertação depois se transformou em livro.

Por que estou falando sobre isso no aniversário da UFPR?

Se durante a ditadura militar, posterior ao golpe de 1964, a UFPR foi um espaço onde os estudantes e professores progressistas foram perseguidos, onde não havia democracia para a escolha dos reitores, tudo com apoio da ARENA, com o fim da ditadura as mesmas forças mudaram o enfoque.

O PSDB se aliou ao PFL (ex-ARENA), e elegeu o presidente Fernando Henrique Cardozo (PSDB), que queria privatizar as universidades federais do país. Criou as organizações sociais – OS em 1998, cuja lei prevê a possibilidade de repasse de toda uma estrutura estatal em áreas sociais, para a gestão de uma ONG, de uma entidade do Terceiro Setor, uma associação ou fundação privada qualificada como OS, sem licitação. Essa ONG não precisaria realizar licitação nem concurso público.

Ou seja, os demotucanos queriam privatizar a UFPR! Uma ONG assumiria a gestão da Federal. Essa ONG contrataria os professores e servidores, sem concurso público. Uma vergonha! Por pressão da sociedade, da oposição e dos juristas progressistas (como Celso Antônio Bandeira de Mello), FHC acabou apenas criando a lei das OS mas não privatizou as federais. Mas o modelo vem sendo implementado por governantes neoliberais ou despreparados nas áreas da saúde e cultura. Aqui em Curitiba Cassio Taniguchi privatizou os serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC para o ICI – Instituto Curitiba de Informática, sem licitação, sem concurso público, uma entidade nada transparente, um “pepino” que agora o prefeito eleito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) vai ter que resolver.

Quem sabe com o retorno dessa gente no poder no âmbito federal, em 2014, com Aécio Neves (PSDB) ou Eduardo Campos (PSB), fãs da privatização via OS, o discurso de privatização das federais não volte?

Parabéns UFPR! Parabéns ao ensino público-estatal, universal e 100% gratuito!

Fantástico denuncia mais casos de corrupção por meio de privatização via OS da saúde

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Um prefeito não gosta de trabalhar, acha que dá muito trabalho fazer concurso público para a contratação de médicos e enfermeiros e realizar licitação para a contratação de equipamentos e medicamentos.

Com intuito de praticar corrupção, por ser neoliberal-gerencial ou por ser mal assessorado, acaba caindo na ladainha de privatizar os hospitais públicos da cidade para organizações sociais – OS, modelo criado pelo presidente Fernando Henrique Cardozo (PSDB) e por governadores e prefeitos neoliberais, corruptos ou mal assessorados. Um modelo inconstitucional, por servir para fuga da licitação, do concurso público e do controle social.

Governantes neoliberais-gerenciais, ao invés de de aprimorar e profissionalizar a Administração Pública, simplesmente implementam as privatizações, o que precariza a Administração Pública e gera mais corrupção.

O Fantástico deste domingo (16) mostrou como agia uma quadrilha que desviava dinheiro público da saúde por meio dessas detestáveis e inconstitucionais organizações sociais – OS. Duas OSs são suspeitas de ficar com dez milhões de reais por ano. Clique aqui para ver a matéria.

São as OSs “Sistema Assistencial à Saúde” – SAS e “instituto SAS”, que faziam a gestão de hospitais públicos em Itapetininga, São Miguel Arcanjo, Americana, Araçariguama, Vargem Grande Paulista, Rio de Janeiro e Araranguá/SC.

O procedimento das OSs são tradicionais no ramo da corrupção ocasionada pelas privatizações: as OSs apresentam uma conta maior para a prefeitura, que paga, e o dinheiro superfaturado retorna para os corruptos da Administração Pública e para os donos das OSs.

A caixinha era de 10%. Um dos corruptos cita uma reportagem antiga do Fantástico sobre fraudes em hospitais: “É a ética do mercado, entendeu? O mercado pratica 10%. Se eu ganho 1 milhão e 300, dou 130. É o normal”.

Não estou dizendo que todas as privatizações via OS são casos de corrupção. As vezes são casos de neoliberalismo-gerencial ou mal assessoramento que ferem princípios como o da isonomia, moralidade e publicidade.

Para vocês terem um exemplo aqui em Curitiba, o ICI – Instituto Curitiba de Informática, é uma OS. Não na área da saúde, mas na área de informática. Não estou dizendo que no ICI há corrupção, mas há uma situação nebulosa, sem licitação e concurso público, que deveria ser melhor fiscalizada pelo Ministério Público, Tribunal de Contas e pelo prefeito eleito, Gustavo Fruet (PDT). O ICI foi criado na época do prefeito Cassio Taniguchi (DEMO), foi mantido por Beto Richa (PSDB) e Luciano Ducci (PSB).

Isso tem que acabar!

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O presidente do ICI – Instituto Curitiba de Informática manda recado para Gustavo Fruet

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Renato Rodrigues, presidente do Instituto Curitiba Informática

Estou pasmo com o grau da cara-de-pau do presidente do ICI – Instituto Curitiba de Informática, que concedeu entrevista para a jornalista e blogueira Joice Hasselmann. Renato Rodrigues “quebrou o silêncio” apenas agora que será retirado do poder pelo prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), após a derrota de Luciano Ducci (PSB).

As vezes chama o ICI de empresa, as vezes de “instituto sem fins lucrativos”. Juridicamente é uma associação sem fins econômicos qualificada como organização social – OS. Esconde que as organizações sociais, na verdade, foram criadas no âmbito federal pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardozo e em Curitiba pelo ex-prefeito Cassio Taniguchi com o intuito de fuga da licitação, do concurso público e do controle social.

Ele “esqueceu” que a Ordem dos Advogados do Brasil, o Partido dos Trabalhadores e o PDT entraram com duas ADINs contra a Lei Federal das OS, e que o STF vai decidir pela inconstitucionalidade da privatização via OS ainda em 2013. O ICI será considerado inconstitucional.

Ele esqueceu de dizer que o art. 24, inc. XXIV, da Lei 8.666/93, que dispensa a realização para a contratação de OS com contratos de gestão firmados pelo Poder Público também será considerado inconstitucional pelo STF em 2013.

Ele diz que “o ICI e a Prefeitura Municipal de Curitiba sempre estiveram  completamente aderentes à legislação federal, estadual e municipal”. Cara-de-pau. Que domínio jurídico ele tem para dizer isso? Ele diz que se outros órgãos públicos (inclusive de outros poderes) contratam o ICI sem licitação, então seus contratos são legais. Piada.

Sobre a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) 1923 interposta contra a Lei 9.637/98 das Organizações Sociais, foi lapidar o voto do Ministro Relator Carlos Ayres Britto, nosso estimado especialista em Direito Constitucional e licitações e contratos administrativos, que chamou o modelo de “terceirização aberrante”, quando o Estado transfere toda a prestação dos serviços para essas entidades, pois a iniciativa privada não pode substituir o Estado, mas apenas complementar. Ressaltou o Ministro: “tiro do sujeito sua essência e o que sobra é um não sujeito, um nada jurídico”. Para ele o Estado não pode ser apenas regulador na prestação dos serviços públicos.

Assim, Ayres Britto entende ser possível apenas a colaboração, o fomento do Poder Público às OSs, por meio de contratos de gestão. O Ministro deixa isso claro quando defende que quando os contratos de gestão forem para os mesmos fins dos convênios, não haveria necessidade de licitação para a qualificação e celebração da parceria, mas apenas um processo administrativo de escolha.

Portanto, impossibilitado estaria o Estado em terceirizar as atividades-fim das suas instituições sociais nas áreas de saúde, educação, cultura, meio ambiente, etc.; sendo possível a terceirização de atividades-meio através da legislação licitatória e fomento às entidades privadas de interesse público, inclusive as OSs.

Caso se confirme a posição de Ayres Britto, a Prefeitura de Curitiba deverá passar a realizar procedimento de escolha para contratar o ICI na prestação dos serviços de informática do Município. Além disso o ICI não poderá ser contratado livremente sem processo de escolha pelas Prefeituras de todo o Brasil, como ocorre atualmente.

Trato de tudo isso ne meu livro  Terceiro Setor e as Parcerias com a Administração Pública: uma análise crítica (Fórum, 2ª ed., 2010).

O cidadão, presidente do ICI, ainda diz que “diferentemente do que se fala em Blogs e outras fontes não muito qualificadas, trata-se de um documento oficial [o contrato de gestão celebrado entre Curitiba e o ICI], publicado em diário oficial e nas publicações oficiais do Município”. Para se ter uma ideia, o ICI queria que eu pagasse mais de R$ 140,00 para eu conseguir uma cópia do contrato de gestão entre Curitiba e o ICI (veja no link abaixo).

O presidente do ICI fala que os serviços do ICI são economicamente justificáveis. Mas será que os contratos com o ICI respeitam os princípios constitucionais da moralidade, da isonomia, da publicidade, da finalidade?

Outra questão não tratada na entrevista. A sede do ICI é uma prédio da prefeitura de Curitiba! Vergonha.

Ele disse na entrevista que todos os contratos de prestação de serviços do ICI com empresas particulares estão no site do ICI. Encontrei apenas alguns. E ele não informa que já na vigência da Lei de Acesso à Informação, em maio, o site não disponibilizava nenhum informação e negou essa informação para mim, se dizendo entidade de direito privado. Veja a resposta do ICI para mim:

http://www.ici.curitiba.org.br/Multimidia/LeiAcesso/resposta_1_consulta.pdf.

Se agora eles disponibilizam algumas informações, se deve a pressão que sofrem da sociedade.

Mas ainda continuam várias dúvidas: por exemplo, quanto é o total que eles gastam com seus próprios trabalhadores e quanto gastam com contratos terceirizados por mês? Quais são todos as empresas contratadas, entre empresas de TIC, escritórios de advocacia, etc?

Ele esquece de dizer que a Constituição obriga a realização de licitação por parte da Administração Pública. Não pode a prefeitura se utilizar do ICI para contratar empresas privadas terceiras sem licitação. Isso é burla.

O presidente se negou em revelar seu salário e dos demais diretores. A história é assim: a iniciativa privada não tem que respeitar certas exigências mas não tem prerrogativas como o Poder Público. O Poder Público tem prerrogativas mas tem várias limitações no ordenamento jurídico, como ser transparente, fazer licitação, concurso público. No caso do ICI, eles querem ter a liberdade da iniciativa privada e a vantagem de receber altas quantias de dinheiro público, sem licitação. É uma mamata.

Ele faz quase uma ameaça para Gustavo Fruet, se dizendo essencial e quase insubstituível, e dando a entender que o prefeito eleito não poderia trocar a diretoria do ICI. Deixo claro: é possível mudar o regime jurídico do ICI por meio de lei, ou mesmo substituir o ICI por meio de uma autarquia, uma empresa estatal ou mesmo uma cooperativa de trabalhadores. Talvez não no dia 1º de janeiro de 2013, mas durante a gestão Fruet, entre 2013 e 2016.

Por fim, a maior piada do dia: ele disse que a prefeitura comandada por Luciano Ducci e o ICI sempre foram transparentes.

Veja a entrevista completa do Blog da Joice Hasselmann: Continuar lendo

Haddad não vai privatizar a saúde via OS e pode rescindir alguns contratos

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O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), acabou de dizer ao vivo no programa Roda Viva da TV Cultura que não vai privatizar a saúde via organizações sociais – OS. Declarou ainda que pode rescindir alguns contratos de gestão que não estiverem regulares, segundo o Tribunal de Contas.

Parabéns prefeito Haddad! Dá um ótimo exemplo para prefeitos neoliberais que privatizam os hospitais públicos de forma inconstitucional. Inclusive alguns que se dizem de centro-esquerda.

Haddad aprendeu bem com o professor de Direito Administrativo Celso Antônio Bandeira de Mello.

A organização social ICI e a fuga às licitações

ICI, que se utiliza de prédio da prefeitura para fazer seus negócios sem licitação. Foto de Tarso Cabral Violin

Já sabemos que desde 1988, quando o então presidente Fernando Henrique Cardozo (PSDB) criou a figura da privatização via organizações sociais, o modelo foi criado para a fuga dos concursos públicos, licitações e controle social. Provavelmente em 2013 o STF decidirá que esse modelo de privatização é inconstitucional.

Na mesma época o então prefeito Cassio Taniguchi (ex-PFL atual DEMO, secretário de planejamento do governador Beto Richa e presidente do Conselho de Administração da Celepar, que aos poucos está sendo privatizada) criou o modelo das OS em Curitiba e fundou o ICI – Instituto Curitiba de Informática, que é uma entidade privada que não faz parte da Administração Pública, que não faz licitação ou concurso público, e é uma intermediadora de contratos com empresas privadas de prestação de serviços de tecnologia da informação e comunicação. Tudo sem licitação, sem transparência, sem sabermos com quem o ICI contrata, quanto paga – tudo com milhões de dinheiro público – , entre outras informações.

Eis que hoje o colunista Celso Nascimento da Gazeta do Povo fez uma denúncia grave: o ICI cobra R$ R$ 756 mil por mês para prestar serviços de bilhetagem eletrônica que funciona nos ônibus de Curitiba, mas não é o ICI que presta o serviço. Ele terceiriza para uma empresa chamada Dataprom.

Dinheiro público para negócios privados e SEM LICITAÇÃO!

Ou seja, mais uma prova de que o ICI foi criado e é utilizado com o simples intuito de burla à Constituição.

Haddad não vai privatizar a saúde via OS

Da Rede Brasil Atual, divulgada por Luis Nassif

Haddad diz que novas unidades de saúde em São Paulo terão administração pública

Prefeito eleito apresentou seus futuros secretários dos Transportes, Jilmar Tatto, e da Saúde, José de Filippi Júnior, ambos deputados federais pelo PT paulista

Por: Raimundo Oliveira, da Rede Brasil Atual

São  Paulo – O prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), reafirmou em entrevista coletiva no final da tarde de hoje (14) que novas unidades de saúde construídas pela prefeitura durante sua gestão serão administrada pelo poder público. Ao anunciar os novos secretários de Saúde e de Transportes, ele esclareceu ainda que um provável aumento no valor da tarifa de ônibus no transporte público no próximo não deverá ficar acima da inflação.

Questionado pelos jornalistas presentes ao anúncio, Haddad voltou a um debate surgido durante o segundo turno da campanha eleitoral para afirmar que não tem nenhum problema em relação às Organizações Sociais de Saúde (OSS), que administram hospitais e unidades saúdes no estado e na cidade, e que algumas delas prestam serviços de excelente qualidade, mas reiterou a necessidade de fazer ajustes. “O sistema de regulação entre estado e município, por exemplo, não conversa, e aí tem um absenteísmo tremendo, em cerca de 30% das consultas as pessoas faltam. Na contratação dos médicos não há padrão, não tem um mecanismo para evitar canibalismo entre as OSS”, disse.

Haddad também afirmou que até que seja encontrado um padrão ideal de atuação pelas OSS, novas unidades de saúde terão exclusivamente administração pública. “Tem uma série de providências que devem ser tomadas (na área da Saúde). No caso de unidades de atendimento, se formos ampliar com centro cirúrgico e diagnóstico por imagem talvez não seja recomendado que seja pelo atual sistema de gestão.Vamos buscar eficiência”, disse.

Secretários

Ele explicou que a escolha dos deputados federais Jilmar Tatto e José de Filippi Júnior, respectivamente para as pastas de Transportes e de Saúde, foi uma decisão pessoal, tomada em função das qualidades em gestão pública dos indicados Tatto foi secretário de Transportes na gestão de Marta Suplicy (PT) à frente da prefeitura de São Paulo (2001 a 2004) e também comandou as pastas de Abastecimento, Implantação das Subprefeituras e de Governo. Filippi Júnior foi três vezes prefeito de Diadema (entre 1993 e 1996, de 2001 a 2004 e de 2005 a 2008). “Ele [Tatto] foi um dos responsáveis pela implantação do Bilhete Único na cidade, pelos corredores de ônibus durante o governo da Marta. Conheço o trabalho do Filippi e do Tatto, sou admirador dos dois”, disse.

Segundo ele, a orientação agora é que o vereador petista Antonio Donato, futuro secretário de Governo e coordenador da equipe de transição, coloque Tatto e Filippi em contato com os atuais secretários de Transportes e da Saúde para que eles se informem sobre as pastas e sobre os programas e projetos em andamento. Na área de Transportes, por exemplo, Haddad citou as licitações em andamento para a construção de 66 quilômetros de corredores e as parcerias entre a prefeitura e o governo estadual nas obras de construção do monotrilho e de linhas do Metrô.

Depois de 15 anos, TCE/PR fará fiscalização dos contratos do ICI

Gustavo Fruet (PDT), prefeito eleito de Curitiba, visitou o presidente do Tribunal de Contas do Estado do Paraná, Fernando Guimarães, na tarde desta quarta-feira (7). Foram discutidas as informações levantadas pelo TCE-PR que podem ser colocadas à disposição da equipe de transição de governo na Prefeitura de Curitiba.

O ICI – Instituto Curitiba de Informática foi discutido: “O Tribunal de Contas passará a fazer uma fiscalização sobre os contratos do ICI, pois é importante que a população saiba a qualidade dos serviços prestados por essa organização social tão importante para a cidade”, lembrou Gustavo.

O ICI foi criado de 1997 para 1998, na gestão Cassio Taniguchi, e sempre foi considerado uma caixa-preta, pois nunca divulgou para onde que vai o dinheiro do povo curitibano repassado ao Instituto privado, que são milhões, sem licitação ou concurso público. Quais são as empresas privadas contratadas pelo ICI, sem licitação? Também queremos saber quanto ganha de salário cada diretor do ICI. Queremos saber se o ICI é que presta o serviço para a prefeitura ou é apenas um intermediador para fins de fuga da licitação, do concurso público e da Lei de Responsabilidade Fiscal.

Parabéns ao presidente do TC, Fernando Guimarães, e ao prefeito eleito, cuja promessa de campanha foi de deixar o ICI mais transparente.

Ainda bem que Gustavo Fruet não defende as OSs. Prefeita de Natal perdeu o cargo por causa delas

Da Rede Brasil Atual

OSs de Serra e Alckmin levam prefeita de Natal a perder cargo

A prefeita de Natal (RN), Micarla de Sousa (PV), foi afastada do cargo em decorrência de fraudes na Secretaria de Saúde, descobertas na Operação Assepsia, deflagrada em 27 de junho deste ano.

O esquema consistia na contratação de organizações sociais (OSs) para administrar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e os Ambulatórios Médicos Especializados (AMEs), por meio de fraudes nos processos de seleção das entidades combinado com o pagamento de propinas para gente da prefeitura.

Foi apurado também que as OSs inseriram despesas fictícias nas prestações de contas apresentadas à Secretaria Municipal de Saúde, como forma de desviar dinheiro público.

Os contratos foram anulados pela Justiça, alguns envolvidos já estão denunciados, e o Ministério Público encontrou indícios suficientes de envolvimento da prefeita para afastá-la.

A entrega de unidades de saúde para OSs é uma política de privatização tucana muito defendida por José Serra (PSDB) na última eleição de São Paulo, mas recriminada pelo Ministério Público de SP. As novas unidades deverão ser geridas por funcionários concursados da prefeitura, no caso de São Paulo.

As ambulâncias que ‘seguem’ Serra

Uma das OS denunciadas em Natal é o ITCI – Instituto de Tecnologia, Capacitação e Integração Social, comandado pelo empresário Daniel Gomes da Silva, que também é dono da empresa de ambulâncias Toesa.

A Toesa foi flagrada pelo programa Fantástico da TV Globo, em março deste ano, negociando propina para um repórter que fazia se passar por um dirigente de um hospital público. A empresa entrou no ramo de ambulâncias terceirizadas para Hospitais Federais do Rio de Janeiro, quando José Serra era ministro da Saúde. Quando o tucano tomou posse como prefeito de São Paulo, em 2005, a empresa abriu uma filial na cidade para atender a prefeitura.

Outra OS’s investigada em Natal chama-se Marca, cuja origem também o Rio de Janeiro. Um dos envolvidos responde a processo no Rio acusado de operar ONGs usadas para desviar dinheiro do estado para a pré campanha de Garotinho (PR) em 2006, quando ele pretendia disputar a Presidência da República (aqui, na página 76). Em 2008, o senador José Agripino Maia (DEM) deu apoio e coligou-se à Micarla.

Por sua vez, Micarla é dona da TV Ponta Negra (filiada ao SBT) e da Rádio 95 FM de Natal. Herdou o sistema de comunicação do pai, ex-senador. Além de dona, atuou em frente às câmeras nos noticiários de seu canal. Essa exposição na mídia local alavancou sua carreira política.