Um espetáculo o capítulo 3 do “A Privataria Tucana”, sobre as privatizações da era FHC

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Por Amaury Ribeiro Jr

Não é um riso aberto, caricatural, mas um sorriso quase íntimo, derramado para dentro. Observa-se um repuxar dos lábios,que expõem os dentes e esgarçam a pele das bochechas e do pescoço.É uma composição introspectiva, coadjuvada pelos olhos baixos, es-preitando o martelo em sua descida vigorosa conduzido por sua mãodireita. Quando se ouve o som da madeira contra a madeira, maisuma empresa pública foi vendida. A mão, a face e o sorriso perten-cem a José Serra. A Light do Rio pertencia à Eletrobrás. Na foto histórica, os gestos e as emoções estão congelados, mas o patrimôniopúblico moveu-se: passou a ser privado.

O leilão, no dia 21 de maio de 1996, dava continuidade ao programa federal de desestatização. Fernando Henrique Cardoso deflagrara o programa em 1995. Estreou com a venda da Excelsa,a companhia de eletricidade do Espírito Santo. E a mão de Serra também brandiu o martelo.

Nenhum político, mesmo os que privatizaram ou pretendemprivatizar, recebe de bom grado a fama de privatizador. Mas, nos anos 1990, o que hoje é estigma era então condição inexorável paraser aceito na modernidade. O discurso tucano, hoje omisso quantoao passado, possuía a arrogância dos donos da verdade. Mas estátudo registrado.

As lamúrias da revista Veja (edição de 03/05/1995) quanto à lentidão na venda das estatais receberam uma resposta rápida e reconfortante. O ministro José Serra, do Planejamento, anunciou “um ritmo mais veloz navenda das estatais” e encaixou as empresas de energia elétrica nalista das privatizáveis — prometeu e cumpriu, vibrando ele pró-prio o martelo na Excelsa, no mesmo ano, e na Light, no ano seguinte. E o presidente FHC expressou-se com tal ênfase que merece um parágrafo inteiro:

— É preciso dizer sempre e em todo lugar que este governo não retarda privatização, não é contra nenhuma privatização e vai vender tudo o que der para vender.

Em 1996, a Companhia Vale do Rio Doce estava na relação dasempresas a serem privatizadas, mas a descoberta de uma jazida deouro no Pará ameaçava melar a futura negociação. Ficaria mais difícil torrar a segunda maior mineradora do mundo, com 40 empresas e faturamento de US$ 2 bilhões/ano. Entrevistado, (edição de 07/02/1996) Serra mandou seu recado:

— A descoberta dessa mina não altera em nada o processo deprivatização. Só o preço que poderá ser maior — avisou o ministrodo Planejamento de FHC.

Como se ainda fosse necessário algum esclarecimento, o ex-presidente, em entrevista recente à Veja.com, que ganhou popularidade inesperada via You Tube, testemunhou: “O Serra foi um dos que mais lutaram em favor da privatização da Vale. Muita gente diz o Serra é isso e aquilo… Não! E (da privatização) da Light também. O Serra!”, acrescentou o ex-presidente para que não pairasse dúvida.

Pensando “vender tudo o que der para vender”, o governo doPSDB projetou tocar adiante, por exemplo, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Ou apequená-los, deixando-os dotamanho de bancos de “segunda linha”. Registrado nos anais doMinistério da Fazenda, o Memorando de Política Econômica,de 8 de março de 1999, no alvorecer do segundo mandato deFHC, descreve um plano de privatização parcial do BB e da CEF.Está no item 18 do documento e consiste na “venda de compo-nentes estratégicos” ou na transformação das duas instituiçõesem “bancos de segunda linha”.

Atualmente líder no seu setor e dona de um patrimônio de R$200 bilhões, a distribuidora de títulos e valores imobiliários dobanco — BB/DTVM — seria privatizada. No item 27, trata-se davenda de Furnas, incluída na entrega a particulares das empresas federais geradoras de energia. O governo ainda planejava vendertodas as suas ações sem direito a voto na Petrobrás.

Independentemente do juízo que cada um possa fazer sobre aefcácia ou inefcácia do Estado ao gerir os bens públicos, ninguémprecisa ser um inimigo do mercado para perceber que o modelo deprivatização que assolou o Brasil nos anos FHC não foi, para serleniente, o mais adequado aos interesses do país e do seu povo.Nem mesmo a Nossa Senhora Aparecida do fundamentalismo neoliberal, a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, teve oatrevimento de fazer o que foi feito na desestatização à brasileira.Nos anos 1980, Thatcher levou ao martelo as estatais inglesas, pul-verizando suas ações e multiplicando o número de acionistas. Contrapondo-se a essa “democratização”, o jeito tucano de torrarestatais envolveu “doação de empresas estatais, a preços baixos, apoucos grupos empresariais”. (O Brasil privatizado — Um balanço do desmonte do Estado, de Aloysio Biondi — Editora FundaçãoPerseu Abramo, 1999.)

Antes, porém, as estatais e seus servidores passaram a ser perse-guidos e linchados diariamente nas manchetes. O Estado passou a ser o Grande Satã, semeando-se uma ira santa contra sua presençana economia e um fogo constante dirigido aos seus serviços. Seus erros foram escancarados e seus acertos, subtraídos. Era precisopreparar o clima para vender as estatais, fossem quais fossem. Aspessoas precisavam entender que leiloar patrimônio público “seriaum benefício” para todos. O Estado reduziria suas dívidas interna eexterna e receberia um aporte de dólares que permitiria que se de-dicasse somente à saúde, à educação e a um ou outro setor. E todosse livrariam daqueles trastes que não se sabia, afnal por que aindacontinuavam existindo.

Na prática, a teoria acabou sendo outra. O torra-torra das estataisnão capitalizou o Estado, ao contrário, as dívidas interna e externaaumentaram, porque o governo engoliu o débito das estatais leiloa-das — para torná-las mais palatáveis aos compradores — e ainda asmultinacionais não trouxeram capital próprio para o Brasil. Em vezdisso, contraíram empréstimos no exterior e, assim, fzeram crescer adívida externa. (idem) Para agravar o quadro, os cofres nacionais financiaram a aquisição das estatais e aceitaram moedas podres, títulos públicos adquiridos por metade do valor de face, na negociação.

Alguns cases clássicos do processo ajudam a esclarecer o que sepassou. Na privatização da Companhia Siderúrgica Nacional(CSN) dos R$ 1,05 bilhão pagos pela maior siderúrgica da AméricaLatina e marco da industrialização nacional no pós-guerra, R$ 1bilhão era formado de moedas podres. Nos cofres públicos só ingressaram, de verdade, R$ 38 milhões… E, como se o incrível habi-tasse o inacreditável, as moedas podres foram leiloadas pelo BancoNacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES. Nesta matrioshka, (Conjunto de bonecas típicas russas, de madeira pintada, que se sobrepõem umas às outras,encaixando-se. (Cf. Aulete Digital.) na qual as aberrações brotam uma do interior da ou-tra, o BNDES ainda fnanciou a aquisição das moedas podres com prazo de 12 anos para pagá-las.

Na privatização da Ferrovia Paulista S.A. (Fepasa), o governo deSão Paulo, sob o PSDB de Mário Covas, demitiu dez mil funcioná-rios e assumiu a responsabilidade pelos 50 mil aposentados da ferrovia! No Rio, o também tucano Marcelo Alencar realizou proezamaior: vendeu o Banerj para o Itaú por R$ 330 milhões, mas antes daprivatização demitiu 6,2 mil dos 12 mil funcionários do banco esta-dual. Como precisava pagar indenizações, aposentadorias e o planode pensões dos servidores, pegou um empréstimo de R$ 3,3 bilhões,ou seja, dez vezes superior ao que apurou no leilão. Na verdade, 20vezes superior, porque o Rio só recebeu R$ 165 milhões, isto porque aceitou moedas podres, com metade do valor de face.

A temporada de bondades com dinheiro público ultrapassouos preços baixos, os fnanciamentos, as prestações em 12 anos e as moedas podres. Nos anos que antecederam a transferência das es-tatais para o controle privado, suas tarifas sofreram uma sequên-cia de reajustes para que as empresas privatizadas não tivessem“de enfrentar o risco de protesto e indignação do consumidor”.No caso das tarifas telefônicas, aumentos de até 500% a partir de1995 e, no caso da energia elétrica, de 150%. Tais custos fcaramcom o Estado e o cidadão. Mas a cereja do bolo foram os emprés-timos do BNDES. Quem adquiria uma estatal imediatamente se habilitava a contratar fnanciamentos ofciais com juros abaixodos patamares do mercado. Comprada com moedas podres, a CSN foi contemplada com R$ 1,1 bilhão. E a Light, onde Serra bateuseu martelo, ganhou R$ 730 milhões.

O resultado de tudo isso é que, em dezembro de 1998, quando já haviam sido leiloadas grandes empresas como a Vale, Embraer,Usiminas, Copesul, CSN, Light, Acesita e as ferrovias, havia umdescompasso entre expectativa e realidade. Enquanto o governo FHC afrmava ter arrecadado R$ 85,2 bilhões no processo, o jor-nalista econômico Aloysio Biondi publicava no seu best‑seller O Brasil Privatizado que o país pagara para vender suas estatais. Estepagamento atingira R$ 87,6 bilhões, portanto R$ 2,4 bilhões amais do que recebera. Reunindo sete itens que conseguiu calcular— vendas a prazo com dinheiro já contabilizado, mas fora dos cofres públicos; dívidas absorvidas; juros de 15% sobre dívidasassumidas; investimento nas estatais antes do leilão; juros sobretais investimentos; uso de moedas podres e mais R$ 1,7 bilhão deixados nos cofres das estatais privatizadas — Biondi chegou aoseu valor. Mais cinco itens, entre eles custo de demissões e com-promissos com fundos de pensão, considerados incalculáveis, nãointegram a coluna das despesas.

Por tudo isso, não foi graciosamente que o Prêmio Nobel deEconomia (2001) Joseph Stiglitz cunhou um neologismo ácido aodefnir a onda privatista que avassalou as economias do Terceiro Mundo. Ex-economista chefe do Banco Mundial, Stiglitz interpretao que ocorreu como “briberization” e não “privatization”, sendo que “bribery” constitui-se crime e signifca “oferecer, dar, receber ou so-licitar qualquer bem ou valor para infuenciar as decisões de funcionário público ou outra pessoa em cargo de confança”. A raiz da palavra, bribe, é discutível, mas vincula-se à “coisa roubada” desdeo século 14, sendo percebida como “jargão de ladrões” e, com a acepção de favores adquiridos por meio de corrupção desde 1530. (Online Etimology Dictionary.) De forma mais clara, o que houve no Brasil não foi privatizaçãomas “propinização”. A versão local da práxis foi batizada como privataria pelo jornalista Elio Gaspari, ao casar, com felicidade, os vo-cábulos “privatização” e “pirataria”.

A luta travada pelo butim das estatais reuniu empreendedores,aventureiros e predadores. De um e do outro lado do balcão e, atémesmo, nos dois lados simultaneamente. A trajetória de algunsdeles está neste livro. Nele, estão as passadas largas dos grandespredadores. No parque jurássico dos usos e costumes republica-nos movem-se como o Tiranossauro Rex e, com o poder do di-nheiro e o dinheiro do poder, devoram as principais presas. E háos pequenos, como o Velocirraptor . Pequenos, porém não menos vorazes. Astuciosos, agindo em bandos, usam repetidamente o mesmométodo de ataque para engolir sua fatia dos despojos. Como as páginas que vêm pela frente se encarregarão de demonstrar.

Assista vídeo-charge do Maurício Ricardo sobre “A Privataria Tucana” com FHC e Serra

Clique aqui para ver a charge “Entrando pelo Tucano”

Divulgado pelo Eduardo Guimarães do Blog da Cidadania

É possível ver por aqui também:

http://vimeo.com/33699390

Relembrar é viver: FHC segue a risca cartilha estadunidense de Bush

http://www.youtube.com/watch?v=MjjueEtCdnY

Trechos do livro “A Privataria Tucana”

Charge de Elisa Riemer, via Folha de Maringá (PR), divulgada pelo Blog do Esmael

“Impressionante levantamento da era das privatizações instaurada nos anos 1990 pelo governo Fernando Henrique Cardoso, com seu ministro do planejamento, o ex-governador de São Paulo José Serra. (…)

A ordem era privatizar tudo o que fosse possível, e isso foi feito com a complacência de grandes jornais e de muitos ‘pensadores’

Nota do Editor

Você está embarcando em uma grande reportagem que vai devassar os subterrâneos da privatização realizada no Brasil sob o governo Fernando Henrique Cardoso. (…)

Essa investigação – que durou 10 anos! – não se limita a resgatar a selvageria neoliberal dos anos 1990, que dizimou o patrimônio público nacional, deixando o país mais pobre e os ricos mais ricos”.

Enquanto livro denuncia corrupção nas privatizações do FHC, governo Beto Richa quer privatizar via PPP e OS

A revista Carta Capital desta semana divulgou o novo livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr, “A Privataria Tucana”, que denuncia esquema de propinas e lavagem de dinheiro nas privatizações durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre 1995 e 2002.

O livro informa que o tucano Ricardo Sérgio de Oliveira, tesoureiro das campanha de FHC e José Serra (PSDB), que foi Diretor Internacional do Banco do Brasil durante a gestão de FHC, mandou milhões de dólares para paraísos fiscais durante o governo FHC, sem ser incomodado por autoridades.

O livro denuncia também que o genro e a filha de José Serra, logo depois da privatização das teles realizada por FHC, lavaram o dinheiro ilícito conseguido por tucanos durante as privatizações, por meio de propinas, com envolvimento também do empresário milionário cearense Carlos Jereissati, irmão do cacique tucano Tasso Jereissati. Carlos comprou parte do sistema Telebrás pagando um ágio de apenas 1%. Os parentes de Serra enriqueceram na época. Lembremos que José Serra foi ministro do Planejamento e da Saúde de FHC.

O autor chama os tucanos de “Privatas do Caribe”.

E nesse momento que o livro desmascara a privataria tucana, e enquanto o terceiro setor (ONGs) é questionado por esquemas nos âmbitos municipais, estaduais e federal, o governador Beto Richa impõe a Assembleia Legislativa do Paraná a aprovação em tempo recorde das leis estaduais que prevêem privatizações via as organizações sociais – OS e Parcerias Público-Privadas – PPP.

Charge: hoje na Europa, não lembra as emendas constitucionais do período neoliberal de FHC?

Publicada dia 06.12.2011 no El Pais

FHC e o Terceiro Setor/ONGs – criador e criatura

As entidades da sociedade civil organizada já existem há muito tempo no Brasil. Mas foi o presidente Fernando Henrique Cardoso que implementou o ideário neoliberal do Terceiro Setor que utiliza as organizações não-governamentais como substitutas do Estado na prestação dos serviços sociais como educação, saúde e assistência social.

Foi no Governo FHC que foram criados institutos como os das organizações sociais – OS e organizações da sociedade civil de interesse público – OSCIP, com o intuito de privatizar toda a educação e a saúde pública.

Pretendia-se, por exemplo, que a gestão da Universidade Federal do Paraná fosse assumida por uma OS, que não precisaria mais realizar concurso público para a contratação de professores.

O Governo FHC, assim, lançou a semente para o que está ocorrendo hoje com os vários escândalos ligados as ONGs no âmbito federal, estadual e municipal.

Já naquele tempo vários autores do Direito Administrativo e de outras áreas questionavam a ideologia neoliberal do governo FHC, e alertavam o perigo que seria a fuga do regime jurídico administrativo.

FHC ao tentar implementar o gerencialismo-neoliberal, com o discurso de diminuição do Estado e aplicação de ideais de mercado na Administração, foi o responsável pelo retorno do patrimonialismo no Poder Público.

O problema é que até hoje muitos técnicos dos ministérios têm a ideologia privatizante de FHC, e acabam influenciado negativamente no Governo. O que temia Max Weber, o técnico se sobrepondo ao político.

Eis que hoje, nos principais jornais do país, FHC tenta lavar as suas mãos e coloca toda a culpa da corrupcão via Terceiro Setor no governo atual.

Quanto mais fala FHC, mais os tucanos querem escondê-lo em épocas de eleições. Mas relembrar é viver!

A incompetência do PSDB como oposição está fazendo surgir um novo câncer na política brasileira, o PSD.

Charge: proposta de FHC de repassar para as ONGs todas as atividades não exclusivas do Estado foi pelo ralo

Recordar é viver: FHC, o privatizador

Charge do Angeli de 1997

Charge do Angeli de 1997

Charge do Angeli de 1997

Recordar é viver: Beto Richa aprendeu Democracia e cooptação com FHC

Charge do Angeli de 1998

Charge de Angeli em 1997

Recordar é viver: FHC inesquecível

Charge do Angeli de 2001

Recordar é viver: Angeli mostra que não havia corrupção no Governo FHC

Charge de Angeli em 2001

Charge de Angeli de 1999

Charge do Angeli de 2000

Charge do Angeli de 1998

Charge do Angeli de 1997

Recordar é viver: Angeli deixa claro o que foi o governo tucano de FHC

Charge de Angeli em 2002

Charge de Angeli em 2002

Charge do Angeli de 1999

Charge do Angeli em 1998

Charge do Angeli em 1998

Recordar é viver: para Angeli em 2002 FHC era “O Senhor dos Tributos”

Charge de Angeli em 2002

Pesquisa do PSDB aponta que 31% dos brasileiros acham que FHC foi mais corrupto, contra 21% que citaram o Governo Lula

Em matéria da Folha de S. Paulo de 21/09/2011, divulgada pelo Blog do Esmael, pesquisa contratada pelo próprio PSDB aponta que 31% dos brasileiros acham que o governo FHC (PSDB) foi mais corrupto, contra 21% que viram mais corrupção sob Lula (PT).

Talvez apenas nas privatizações russas tenha ocorrido mais corrupção.

Veja a matéria da “insuspeita” Folha de S. Paulo: Continuar lendo

O tucano FHC estimulou o consumo de fumo nos EUA quando foi Presidente da República

 

Hoje na Folha de S. Paulo

Governo FHC estimulou consumo de fumo nos EUA

O Itamaraty aliou-se à indústria do fumo, em 1997, para promover nos EUA a venda de charutos brasileiros. O acerto ocorreu pouco mais de um ano depois de o governo federal restringir a propaganda e o uso de “produtos fumígeros” no Brasil.
Telegramas do Itamaraty revelam que, em novembro de 1997, representantes do Ministério das Relações Exteriores e do Ministério da Indústria, Comércio e Turismo se reuniram com o comando da Associação Brasileira das Indústrias do Fumo.
Como resultado, o Itamaraty comunicou à Embaixada do Brasil em Washington que seriam deflagradas “estratégias de promoção comercial” e “ações de marketing” voltadas a empresários e a consumidores americanos.
Em julho do ano anterior, FHC sancionou a lei que proibia o uso de charutos, cigarros, cachimbos e outros derivados do fumo em recintos coletivos. Mas, em relação aos EUA, como indicam os telegramas, o Itamaraty apoiou “publicidade” e “reportagens de capa” de publicações para estimular o consumo dos charutos brasileiros.
A pressão da indústria do fumo sobre o Itamaraty é anterior a 1997, segundo outros telegramas confidenciais.
Em 1993, empresários do setor procuraram o Itamaraty para reclamar de uma lei que tramitava no Congresso norte-americano com vistas a impor limitações à importação de tabaco em folha para a produção de cigarros.
O Itamaraty reconheceu o pleito e recomendou à embaixada nos EUA que procurasse órgãos do governo dos EUA para “manifestar a preocupação brasileira com a evolução da matéria”. A instrução foi cumprida pelo embaixador Rubens Ricupero, que contatou órgãos do Executivo e líderes no Congresso envolvidos no tema.

Max Weber daria 10 para o Governo Lula e 0 para o sociólogo FHC

O sociólogo Max Weber, que tanto estudou a Administração Pública burocrática (em seu sentido técnico, e não pejorativo) daria nota 10 para o Governo Lula (PT) e 0 (zero) para o Governo do sociólogo Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Weber ambicionava uma Administração Pública profissionalizada, democrática, eficiente, procedimentalizada, com servidores públicos concursados. Infelizmente o também sociólogo FHC privatizou e precarizou a Administração Pública, com a tentativa de aplicação do neoliberalismo-gerencial.

Conforme notícias de hoje na Folha de S. Paulo e Gazeta do Povo, o Governo Lula (2003 a 2010) contratou três vezes mais servidores concursados do que FHC (1995 a 2002). O IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) informa que foram admitidos 155.534 servidores por meio de concursos públicos na era Lula, enquanto 51.613 servidores foram admitidos durante a gestão FHC, no documento “Ocupação no Setor Público Brasileiro: tendências recentes e questões em aberto”.

E talvez a notícia mais importante: houve reforço de carreiras estratégicas do Estado, como advocacia pública, arrecadação, planejamento e regulação.

Isso significa uma diminuição da precarização da Administração Pública e provável diminuição de privatizações/terceirizações.

Veja a matéria completa da Gazeta do Povo: Continuar lendo

A “Disneylandia” do filho de FHC

Do Blog da Cidadania de Eduardo Guimarães

A perseguição da mídia a Lula e à sua família não terminou depois que ele deixou o poder. Desde a semana seguinte à posse de Dilma Rousseff, em janeiro, que os ataques ao ex-presidente miram todo e qualquer aspecto de sua vida particular – desde os valores que cobra para dar conferências (como faz seu antecessor Fernando Henrique Cardoso desde que deixou o poder) até as atividades privadas de seus familiares. Continuar lendo

Itamar Franco: “Se não fosse por mim, o FHC seria hoje um professor universitário”

A Folha de S. Paulo deste domingo informa que Itamar Franco, o pai do Plano Real, teria dito: “Se não fosse por mim, o Fernando Henrique seria hoje um professor universitário”.

Verissimo

Hoje na Gazeta do Povo e O Estado de S. Paulo

Luis Fernando Verissimo

Diálogo urbano, no meio de um engarrafamento. Carro a carro.

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