Foto do dia: os verdadeiros donos

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Osmar Serraglio não quer saber de índio em terra de branco

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De quem são as terras localizadas no Brasil e em toda a América? Quem foi invadido? Quem foi atacado? Quem foi escravizado? Quem foi assassinado? Quem é o invasor? Quem deve desculpas?

Durante evento que reuniu a elite econômica do oeste parananese, que com certeza não é composta por indígenas, o deputado federal, presidente do PMDB/PR e professor de Direito Administrativo, Osmar Serraglio, vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo no Congresso e membro da Frente Parlamentar da Agropecuária, disse que os produtores rurais devem se mobilizar contra as “invasões” de indígenas na região de Guaíra e Terra Roxa.

Serraglio disse que é um “absurdo” a forma com que o assunto é tratado colocando em risco a segurança de centenas de famílias de produtores rurais que, segundo ele, “há décadas adquiriram suas propriedades e de repente se vêem no risco de saírem sem direito a nada”.

Mas ele disse que não é contra os índios.

Serraglio informa que o Brasil tem quase 900 mil índios de 305 etnias e 274 idiomas e ocupam 13,3% do território nacional, ou seja, de 851.196.500 hectares, 112.955.193 hectares são formados por terras indígenas. Para ele, portanto, os índios já ocupam muitas terras dos brasileiros.

Triste que um político pense assim…

“Os índios guaranis-kaiowás sofrem hoje por continuarem índios. Há uma prepotência da população em não conceber outro modo de vida fora da lógica capitalista. Se a gente oferece um trabalho para o índio e ele não quer, então ele é considerado vagabundo. Mas o que, concretamente, nossa civilização tem a oferecer a eles que não sejam futilidades?” Carlos Frederico Marés de Souza Filho

Hoje na Gazeta do Povo

O conceito do movimento antropofágico, lançado durante a Semana de Arte Moderna de 1922, defende uma apropriação de múltiplas culturas para a construção de uma arte plural, aproveitando-se, principalmente, da diversidade étnica e cultural do país. Fora do ambiente artístico, porém, o conceito é prejudicial para as tradições indígenas. “Durante a ditadura, falava-se em ‘emancipar’ os índios. O termo, que é generoso para nós, era um anátema para eles, pois significava no contexto a morte da cultura nativa, inserindo-os completamente na sociedade”, explica Carlos Marés, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e professor de direito sócio ambiental do mestrado e doutorado da PUCPR. “Os índios guaranis-kaiowás sofrem hoje por continuarem índios. Há uma prepotência da população em não conceber outro modo de vida fora da lógica capitalista. Se a gente oferece um trabalho para o índio e ele não quer, então ele é considerado vagabundo. Mas o que, concretamente, nossa civilização tem a oferecer a eles que não sejam futilidades?”, indaga.

A diferença, portanto, vai além da cultura, e passa, antes de tudo, por ideologias divergentes. “Enquanto a nossa civilização trabalha com o conceito de igualdade, que anula diferenças, e só supõe igualdade entre humanos, todas as tribos latino-americanas adotam o conceito de equilíbrio, que procura compensar as desigualdades e harmonizar o humano com o não humano.”

A mudança de pensamento é uma saída que Marés consegue vislumbrar nas transformações correntes na América andina, que estão dando mais autonomia aos povos indígenas. “Nossa sociedade vê na livre concorrência a criação do bem-estar, ao passo que, para os índios, é a cooperação a causadora desta satisfação. A nossa relação com a natureza continua sendo a de concorrência. Mas o mundo ocidental está percebendo que esta disputa causará, invariavelmente, a derrota humana”, acredita Carlos Marés. Para um mundo cada vez mais carente do conceito de sustentabilidade, o pensamento indígena, ainda que pouco compreendido, tem muito a nos ensinar.

Veja a materia completa, clique aqui.

Fotos: Reuters/ Ueslei Marcelino

Guarani-kaiowá: a tragédia anunciada – Larissa Ramina

Na Gazeta do Povo de quinta-feira (01)

No dia 8 de outubro, o Brasil tomou conhecimento, por carta dirigida ao governo e à Justiça Federal, de uma declaração de “morte coletiva” de 170 homens, mulheres e crianças da etnia indígena guarani-kaiowá, em resposta a uma ordem de despejo decretada pela Justiça de Naviraí (MS), onde estão acampados às margens do Rio Hovy, aguardando a demarcação das suas terras tradicionais, ocupadas por fazendeiros e vigiadas por pistoleiros. Continuar lendo

Participe do abaixo-assinado em apoio a causa indígena contra a PEC 215

A Associação Juízes para a Democracia, o CIMI,  diversas entidades indígenas e personalidades (dentre eles , Antonio Candido, Marilena Chaui, Noam Chomsky, Boaventura de Souza Santos, Eduardo Galeano, Dalmo Dallari, Fabio K. Comparato, Zé Celso, Leticia Sabatela, Wagner Moura, Frei Beto)  lançam a Campanha “ Eu apoio a Causa Indígena” , que é aberta para adesão pública.

Ela é dirigida aos poderes da República: presidenta da república, presidentes do STF, Senado e Câmara Federal, que receberão cópia das assinaturas, semanalmente. Reivindica direitos indígenas:

a)  políticas públicas e demarcação das terras tradicionais;

b) urgência nos julgamentos pelo Judiciário

c) manifestação contra a PEC 215.

Pedimos que cliquem no link abaixo para conhecer a carta, os primeiros subscritores, os que assinaram e que lancem a sua assinatura como entidade ou pessoa física.

Pedimos, ainda, que participem desta campanha colocando o link – com o logo que segue anexo –  no site de sua entidade e que propague ao máximo através  de blog, facebook, site, twitter ( por mais de uma vez) , entre seus contatos, única forma de criarmos  impacto e conseguirmos maior número de assinaturas.

Segue o link: www.causaindigena.org

Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Os povos indígenas não podem esperar mais.

José Henrique Rodrigues Torres (Presidente do Conselho executivo da Associação Juízes para a Democracia)