TCE/PR decide que uso de potencial construtivo para Arena da Baixada para a Copa é dinheiro público

Aldo Rebelo, Ministro dos Esportes, Mario Celso Petraglia, do Atlético Paranaense, e Mario Celso Cunha, secretário da Copa de Beto Richa

O Tribunal de Contas do Estado do Paraná, na sessão plenária de quinta-feira (1º), decidiu que fiscalizará utilização dos recursos decorrentes do benefício no estádio Arena da Baixada (estádio Joaquim Américo), utilizado para a Copa do Mundo do Brasil 2014: “recurso não orçamentário, mas pertencente ao patrimônio público”.

Segundo o TC a cessão de potencial construtivo pela Prefeitura de Curitiba é um recurso público e deve ser fiscalizada pela Corte de Contas (Processo 229047/12, foi relator o presidente/conselheiro Fernando Guimarães): “recurso não orçamentário, mas pertencente ao patrimônio público”.

Potencial construtivo é um mecanismo utilizado pela Prefeitura de Curitiba desde a década de 1980 e inserido em 2000 no Plano Diretor Municipal. O instrumento permite que uma construtora adquira o direito de construir um edifício mais alto e com maior área, em regiões determinadas pela Lei de Zoneamento, e, em troca, repasse dinheiro a uma obra de interesse público – como a restauração de prédios históricos ou de valor cultural e social ou a preservação de uma área verde. É a venda de potencial construtivo que está possibilitando reformas e obras de manutenção na Catedral, na Sociedade Garibaldi e na Casa do Estudante Universitário. Por meio desse mecanismo, a Prefeitura também está construindo creches em bairros carentes da cidade. A categoria definida para a Arena é a de Potencial Construtivo de Natureza Especial, reservada a “imóveis ícones” e que permite a venda do benefício para construções com fins comerciais e residenciais. O estádio foi enquadrado como de interesse esportivo para a cidade.

Jornal da Tarde (1966 – 2012)

O Jornal da Tarde (JT), que existia desde os tempos da ditadura militar, em 1966, parou de ser publicado em 31 de outubro de 2012, pelo Grupo Estado. Era um jornal conservador, de direita, mas esta capa de 1982 foi histórica. Sem nenhuma manchete, apenas com a foto do menino triste com a derrota da histórica seleção de 1982, de Zico, Sócrates, Falcão, Éder e Júnior, para a Itália de Paolo Rossi por 3X2.

“Os índios guaranis-kaiowás sofrem hoje por continuarem índios. Há uma prepotência da população em não conceber outro modo de vida fora da lógica capitalista. Se a gente oferece um trabalho para o índio e ele não quer, então ele é considerado vagabundo. Mas o que, concretamente, nossa civilização tem a oferecer a eles que não sejam futilidades?” Carlos Frederico Marés de Souza Filho

Hoje na Gazeta do Povo

O conceito do movimento antropofágico, lançado durante a Semana de Arte Moderna de 1922, defende uma apropriação de múltiplas culturas para a construção de uma arte plural, aproveitando-se, principalmente, da diversidade étnica e cultural do país. Fora do ambiente artístico, porém, o conceito é prejudicial para as tradições indígenas. “Durante a ditadura, falava-se em ‘emancipar’ os índios. O termo, que é generoso para nós, era um anátema para eles, pois significava no contexto a morte da cultura nativa, inserindo-os completamente na sociedade”, explica Carlos Marés, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e professor de direito sócio ambiental do mestrado e doutorado da PUCPR. “Os índios guaranis-kaiowás sofrem hoje por continuarem índios. Há uma prepotência da população em não conceber outro modo de vida fora da lógica capitalista. Se a gente oferece um trabalho para o índio e ele não quer, então ele é considerado vagabundo. Mas o que, concretamente, nossa civilização tem a oferecer a eles que não sejam futilidades?”, indaga.

A diferença, portanto, vai além da cultura, e passa, antes de tudo, por ideologias divergentes. “Enquanto a nossa civilização trabalha com o conceito de igualdade, que anula diferenças, e só supõe igualdade entre humanos, todas as tribos latino-americanas adotam o conceito de equilíbrio, que procura compensar as desigualdades e harmonizar o humano com o não humano.”

A mudança de pensamento é uma saída que Marés consegue vislumbrar nas transformações correntes na América andina, que estão dando mais autonomia aos povos indígenas. “Nossa sociedade vê na livre concorrência a criação do bem-estar, ao passo que, para os índios, é a cooperação a causadora desta satisfação. A nossa relação com a natureza continua sendo a de concorrência. Mas o mundo ocidental está percebendo que esta disputa causará, invariavelmente, a derrota humana”, acredita Carlos Marés. Para um mundo cada vez mais carente do conceito de sustentabilidade, o pensamento indígena, ainda que pouco compreendido, tem muito a nos ensinar.

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Fotos: Reuters/ Ueslei Marcelino

Onde está Wally em Abu Dhabi?

Reconhece alguém?

Torcedores no treino de classificação do GP de F1 de Abu Dhabi, no Emirados Árabes Unidos. Foto de Christopher Pike / The National

Achou?

Será que não quis se misturar com a ralé?

A corrida será amanhã. Quem achar ganha um picolé de chuchu.

O alvo agora é Lula na guerra sem fim

Por Ricardo Kotscho, do Balaio do Kotscho, do R7

Pouco antes do segundo turno das eleições presidenciais de 2006, o sujeito viu a manchete do jornal na banca e não se conformou.

“Esse aí, só matando!”, disse ao dono da banca, apontando o resultado da última pesquisa Datafolha que apontava a reeleição de Lula.

Passados seis anos desta cena nos Jardins, tradicional reduto tucano na capital paulista, o ódio de uma parcela da sociedade _ cada vez menor, é verdade _ contra Lula e tudo o que ele representa só fez aumentar.

Nem se trata mais de questão ideológica ou de simples preconceito de classe. Ao perder o poder em 2002, e não conseguir mais resgatá-lo nas sucessivas eleições seguintes, os antigos donos da opinião pública e dos destinos do país parecem já não acreditar mais na redenção pelas urnas.

Montados nos canhões do Instituto Millenium, os artilheiros do esquadrão Globo-Veja-Estadão miraram no julgamento do chamado mensalão, na esperança de “acabar com esta raça”, como queria, já em 2005, o grande estadista nativo Jorge Bornhausen, que sumiu de cena, mas deixou alguns seguidores fanáticos para consumar a vingança.

A batalha final se daria no domingo passado, como consequência da “blitzkrieg” desfechada nos últimos três meses, que levou à condenação pelo STF de José Dirceu e José Genóino, duas lideranças históricas do PT.

Faltou combinar com os eleitores e o resultado acabou sendo o oposto do planejado: o PT de Lula e seus aliados saíram das urnas como os grandes vencedores em mais de 80% dos municípios brasileiros. E as oposições continuaram definhando.

Ato contínuo, os derrotados de domingo passado esqueceram-se de Dirceu e Genoíno, e mudaram o alvo diretamente para Lula, o inimigo principal a ser abatido, como queriam aquele personagem da banca de jornal e o antigo líder dos demo-tucanos.

Não passa um dia sem que qualquer declaração de qualquer cidadão contra Lula vá para a capa de jornal ou de revista, na tentativa de desconstruir o legado deixado por seu governo, ao final aprovado por mais de 80% da população _ o mesmo contingente de eleitores que votou agora nos candidatos dos partidos por ele apoiados.

Enganei-me ao prever que teríamos alguns dias de trégua neste feriadão. Esta é uma guerra sem fim. Quanto mais perdem, mais furiosos ficam, inconformados com a realidade que não se dobra mais aos seus canhões midiáticos movidos a intolerância e manipulação dos fatos.

O país em que eles mandavam não existe mais.

Organizações sociais devem administrar hospitais públicos?

Hoje no tendências e debates da Folha de S. Paulo

NÃO

Cid Carvalhaes

Terceirização sucateia a saúde pública

O gerenciamento de unidades de saúde por Organizações Sociais (OSs) é desastroso, antidemocrático e antissocial. A terceirização da saúde pública cria diversos problemas, pois gera a mercantilização de um sistema que por dever é de responsabilidade do poder público e por direito, da população, que deve ter acesso a uma saúde de qualidade, ágil e resolutiva.

Desde que foram implantas no Estado, em 1998, as OSs tem apresentado fragilidades. Com a privatização dos serviços públicos, os médicos, os profissionais da saúde e os usuários assistiram a um processo acelerado de sucateamento da saúde, artifício utilizado pelo gestor público para justificar a manutenção do serviço de privatização.

A discrepância pode ser vista em números. De acordo com o Tribunal de Contas do Município de São Paulo, somente na capital, em 2011, o governo repassou quase 40% de seu orçamento de mais de R$ 5 bilhões destinados à saúde para as OSs. No Estado de São Paulo, a situação não é diferente: estão sobre gerenciamento de OSs quase 40 hospitais, 44 unidades de saúde.

Temos consciência de que as organizações sociais aprofundaram os problemas da saúde pública do país e de São Paulo. As empresas maquiaram vários pontos de atendimento com pintura de paredes e modificação de pisos, mas o atendimento continua defasado, ineficiente e deficitário. No aspecto da prestação de contas, as OSs têm demonstrado dificuldades em apresentar eficiente controle do destino do dinheiro público para o privado.

Além disso, a terceirização gera uma rotatividade desastrosa nas contratações. Profissionais são contratados sem concurso público, sendo muitos deles sem qualificação adequada, o que gera grande desassistência aos usuários do sistema.

A lei das OSs se assemelha a outra experiência já rechaçada pela população de São Paulo anos atrás: o PAS (Plano de Atendimento à Saúde), do ex-prefeito Paulo Maluf. A alegação de que as empresas não têm fins lucrativos é desculpa para pagar polpudos salários a diretores e criar cargos em comissão por interesses administrativos, levantando a hipótese de benefícios eleiçoeiros e outros não declarados.

Após muitas lutas, em maio deste ano conseguimos sensibilizar a Justiça do Trabalho, que proibiu todas as contratações de funcionários nas parcerias entre a Secretaria de Saúde e as OSs por suposta terceirização irregular de mão de obra, mas a Procuradoria do Estado de São Paulo tenta desde o início de outubro reverter essa decisão.

Desde 1998, tramita uma ação direta de inconstitucionalidade para julgar a validade desses convênios. Nos últimos anos, houve também outras tentativas de impedir judicialmente os contratos com as OSs, mas uma definitiva do Supremo Tribunal Federal (STF) é aguardada.

O Brasil precisa ter um orçamento realista para a saúde e uma gestão eficiente, focada na melhoria da qualidade dos serviços prestados para todos os brasileiros, sem distinção. Para tanto, é necessário auscultar todos os representantes envolvidos com a saúde e direcionar soluções concretas, eficientes e definitivas de sorte a garantir à população brasileira uma saúde mais sadia.

Há que se fazer valer o direito de todo cidadão a um sistema de saúde de qualidade. Garantir a todos um ambiente de trabalho seguro e consistente. A verdadeira justiça só se faz pela equidade! Afinal de contas, a saúde é um bem público e não deve ter intermediários.

CID CARVALHAES, 66, neurocirurgião e advogado, é presidente do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia

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Depoimento sobre o furacão Sandy

Já faz quase uma semana que o Furacão Sandy atingiu toda a região da costa Leste dos EUA e ainda estamos sentindo os resultados devastadores desta tragédia. Foi uma semana difícil, a nossa área esta devastada, com casas destruídas, árvores centenárias no chão e milhões de pessoas no escuro. Somente quem passa por uma experiência como esta para descrever o desespero que é não ter energia por dias, consequentemente não ter aquecimento, internet e gasolina. Ficamos completamente isolados do mundo. Os ventos foram tão fortes que a impressão e que as janelas vão explodir. Estávamos preparados com gerador, gasolina nos carros, água e comida. Assim sendo, conseguimos superar bem os momentos complicados até a energia retornar. Porém, supermercados continuam fechados por falta de luz. Consegui voltar ao trabalho somente depois de cinco dias, mas muita gente ainda esta sem energia e sem gasolina. É impossível conseguir gasolina e as pessoas estão esperando em filas de mais de quatro horas nos postos. Amigos que trabalham em Nova York não têm transporte, porque vários túneis dos metrôs continuam inundados. O litoral de Nova Jersey, incluindo Atlantic City, estão devastados; férias de verão nunca mais serão as mesmas. Staten Island, em Nova York, foi uma das áreas mais atingidas, com um número grande de casualidades e milhares de casas destruídas. Os moradores estão revoltados com o prefeito de NY, o acusando de somente dar atenção para a região de Manhattan. O que mais me marcou foi o incêndio em Queens, onde mais de 100 casas foram queimadas em horas. Com a força violenta dos ventos o fogo se espalhou rapidamente. São tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que e difícil de descrever, foi o pior desastre natural dos últimos 100 anos. Porém, estamos todos unidos para ajudar nossos visinhos necessitados.

Carla Cabral Violin, de New Hope/PA, especialmente para o Blog do Tarso

Veja um vídeo do furacão em Nova York, clique aqui.