Modelo de privatização via OS de Beto Richa traz mais desvantagens, segundo TCE/SP

Veja o gráfico divulgado pela Gazeta do Povo de Hoje, que mostra mais desvantagens na privatização da saúde via as organizações sociais – OS em São Paulo, conforme o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

Os salários pagos pelas OS são menores, a taxa de mortalidade das OS é maior, e os gastos tributários com as OS são maiores.

Matéria da Gazeta do Povo ainda cita o vídeo denúncia do Beto Richa, quando ele prometeu que não iria privatizar via OS:

Medida é ilegal, dizem sindicatos da saúde

Grande parte dos servidores públicos que atuam na parte administrativa e médica de todo o Brasil é contra o repasse dos serviços de saúde às organizações sociais (OSs), permitido desde a promulgação da Lei Federal n.º 9.637, de 1998. O Fórum Popular de Saúde do Paraná (Fops-PR), formado por sindicatos de servidores e também da iniciativa privada, tem como principal bandeira a suspensão dessa lei, como pede a Ação Direta de Incons­titu­cionalidade (Adin) n.º 1.923, em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Um dos principais objetivos do governo do estado com o projeto de lei das OSs é justamente terceirizar hospitais públicos.

“A transferência é ilegal, pois a Constituição diz que é um dever do Estado. E é imoral, pois o Estado não pode abrir mão de pensar, planejar, executar e avaliar as ações de saúde”, diz Elaine Rodella, secretária-geral do SindSaúde, o sindicato dos servidores na Sáude e Previdência do Paraná. Ela critica o governador Beto Richa (PSDB), que durante a campanha eleitoral do ano passado negou que tivesse interesse em terceirizar serviços de saúde, conforme vídeo disponível no site do Fops-PR. “Somos contra a entrega de patrimônio público para a mão de terceiros. Quem vai fazer a saúde pública? Ficaremos reféns da doença ou dos interesses do mercado?”, questiona Elaine.

O presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes, diz que há “motivos muito fortes” para barrar a iniciativa de qualquer administração de terceirizar serviços de saúde. Ele cita uma análise do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TC-SP) divulgada em maio deste ano. “A gestão terceirizada deixa a desejar. Segundo o TC, os hospitais das OSs são mais ineficientes e mais caros. Além disso, são discriminadores no atendimento. É uma forma de os governos municipais e estaduais fugirem de sua responsabilidade social para garantir a saúde.” Além disso, ele diz que já existem manifestações da Justiça contrárias à terceirização do atendimento médico.

Veja o vídeo:

http://www.youtube.com/watch?v=NLSioQLIeuA&feature=youtu.be

A única falha na reportagem da Rosana Félix foi a informação equivocada de que o ministro relator da ADIN das OS na STF, Carlos Ayres Britto, tenha aceitado a concessão de serviços para as OS. Na verdade o ministro entendeu a privatização via OS uma “terceirização aberrante”. Ele entende que as OS apenas podem ser fomentadas pelo Estado.

Faltou também entrevistar juristas contrários às OSs.

Beto Richa descumpre promessa de campanha e vai privatizar hospitais públicos

Conforme denúncia de 28 de setembro de 2011 do Blog do Tarso, de que o governador tucano Beto Richa pretende privatizar saúde, informática e demais áreas sociais via OSs, o governo neoliberal acabou de encaminhar o projeto de lei para a Assembleia Legislativa do Paraná.

Vejam o presente vídeo em que o então candidato diz que não vai privatizar e que nem conheçe o modelo das OSs. Ou é despreparado ou e mentiroso, pois o ICI – Instituto Curitiba de Informática é uma OS.

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=NLSioQLIeuA

Vejam notícia da querida Joice Hasselmann, que está de “férias forçadas” da radio BandNews a pedido de Valdir Rossoni, que informa o que falei para a rádio BandNews ontem:

Governo do PR quer regulamentar parcerias com organizações sociais

Do Blog da Joice

O governo do estado quer regulamentar parcerias com Organizações Sociais, as chamadas OS. O executivo enviou hoje um projeto de lei que trata do tema para a Assembleia Legislativa do Paraná. Segundo o texto, as OS vão poder atuar em todos os setores do estado, com exceção da segurança pública e educação. O projeto é enviado em um momento em que há muita discussão em torno de parcerias de entidades deste tipo com o governo federal. No Ministério do Trabalho, por exemplo, há indícios de irregularidades no convênio com 26 ONGs. A Controladoria Geral da União pede a devolução de cinco milhões de verbas. Para o advogado especialista em direito do terceiro setor, Tarso Cabral Violin, o projeto do governo pode piorar a prestação de serviços públicos.

O advogado lembra que as terceirização de serviços públicos tem causados problemas no sistema de saúde municipal. Atualmente, os médicos das unidades de emergências trabalham para hospitais privados conveniados com a Prefeitura. Quando eles faltam ao trabalho, a população espera por até oito horas por atendimento.
O projeto do governo do estado chegou hoje na Assembleia Legislativa e ainda vai passar pelas comissões antes de entrar na pauta de votações. A reportagem da BandNews entrou em contato com a liderança do governo para falar sobre o assunto, mas não conseguiu uma entrevista.

Vejam o que o Blog do Tarso já escreveu sobre as OS, clique aqui

Por fim, vejam o projeto de lei:

Luciano Ducci mantém privatização da saúde, mas reclama da qualidade

Os privatizadores

Após protestos graves dos curitibanos, conforme notícias nas TVs paranaenses, o prefeito de Curitiba Luciano Ducci (PSB) anda reclamando publicamente das Unidades de Saúde (US) 24 horas, que estão demorando no atendimento.

O problema é que essas US não são compostas por médicos concursados, mas por médicos de hospitais universiários, o que é uma afronta à Constituição, que proíbe a terceirização de atividades-fim da Administração Pública.

Os médicos, contratados ilicitamente por meio de contratos de gestão (que os tucanos e socialistas de mentirinha adoram no Paraná), faltam demais e não cumprem com seus horários.

Mais um exemplo que a fuga do regime jurídico administrativo, além de ineficiente, leva a casos de imoralidade.

Ao invés de fazer concurso público para a contratação dos médicos, a tendência é que o médico Luciano Ducci privatize de vez as unidades por meio das chamadas Organizações Sociais – OSs, entidades privadas que são contratadas sem licitação, o que é uma terceirização/privatização ilícita.

Alguém pode ajudar o Blog do Tarso: quem iniciou essa privatização das US 24 horas? Algo me diz que foi Cássio Taniguchi ou Beto Richa!

Doutor Rosinha eleito o Deputado Federal que mais se destaca na saúde

O deputado federal Doutor Rosinha (PT-PR) foi considerado o nono melhor deputado da edição deste ano do Prêmio Congresso em Foco. Único parlamentar do Paraná entre os finalistas, Dr. Rosinha também concorreu na categoria de parlamentar que mais se destaca na defesa da saúde, e entre os deputados ficou em primeiro lugar.

Médico pediatra com especialização em Saúde Pública e Medicina do Trabalho, Dr. Rosinha é deputado federal desde 1999. Foi dirigente sindical, vereador de Curitiba (1989-1990), deputado estadual (1991-1998) e presidente do Parlamento do Mercosul (2008-2009). Fundador do Partido dos Trabalhadores, é hoje vice-líder do PT na Câmara, onde atua nas Comissões de Relações Exteriores e de Seguridade Social. É também o vice-presidente brasileiro do Parlasul. Dr. Rosinha também já foi indicado por seis vezes entre os parlamentares mais atuantes do Congresso Nacional, segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar).

 

Charges: idiotices e uma força

Eu, o SUS, a ironia e o mau gosto

Torcida do Corinthians homenageia o ex-presidente Lula

Por Nina Crintzs

Recomendado por João Luiz da Costa Lopes, enviado por Luis Nassif

Eu, o SUS, a ironia e o mau gosto

Há seis anos atrás eu tive uma dor no olho. Só que a dor no olho era, na verdade, no nervo ótico, que faz parte do sistema nervoso. O meu nervo ótico estava inflamado, e era uma inflamação característica de um processo desmielinizante. Mais tarde eu descobri que a mielina é uma camada de gordura que envolve as células nervosas e que é responsável por passar os estímulos elétricos de uma célula para a outra. Eu descobri também que esta inflamação era causada pelo meu próprio sistema imunológico que, inexplicavelmente, passou a identificar a mielina como um corpo estranho e começou a atacá-la. Em poucas palavras: eu descobri, em detalhes, como se dá uma doença-auto imune no sistema nervoso central. Esta, específica, chama-se Esclerose Múltipla. É o que eu tenho. Há seis anos.

Os médicos sabem tudo sobre o coração e quase nada sobre o cérebro – na minha humilde opinião. Ninguém sabe dizer porque a Esclerose Múltipla se manifesta. Não é uma doença genética. Não tem a ver com estilo de vida, hábitos, vícios. Sabe-se, por mera observação estatística, que mulheres jovens e caucasianas estão mais propensas a desenvolver a doença. Eu tinha 26 anos. Right on target.

Mil médicos diferentes passaram pela minha vida desde então. Uma via crucis de perguntas sem respostas. O plano de saúde, caro, pago religiosamente desde sempre, não cobria os especialistas mais especialistas que os outros. Fui em todos – TODOS – os neurologistas famosos – sim, porque tem disso, médico famoso – e, um por um, eles viam meus exames, confirmavam o diagnóstico, discutiam os mesmos tratamentos e confirmavam que cura, não tem. Minha mãe é uma heroína – mãos dadas comigo o tempo todo, segurando para não chorar. Ela mesma mais destruída do que eu. E os médicos famosos viam os resultados das ressonâncias magnéticas feitas com prata contra seus quadros de luz – mas não olhavam para mim. Alguns dos exames são medievais: agulhas espetadas pelo corpo, eletrodos no córtex cerebral, “estímulos” elétricos para ver se a partes do corpo respondem. Partes do corpo. Pastas e mais pastas sobre mesas com tampos de vidro. Colunas, crânio, córneas. Nos meus olhos, mesmo, ninguém olhava.

O diagnóstico de uma doença grave e incurável é um abismo no qual você é empurrado sem aviso. E sem pára-quedas. E se você ta esperando um “mas” aqui, sinto lhe informar, não tem. Não no meu caso. Não teve revelação divina. Não teve fé súbita em alguma coisa maior. Não teve uma compreensão mais apurada das dores do mundo. O que dá, assim, de cara, é raiva. Porque a vida já caminha na beirada do insuportável sem essa foice tão perto do pescoço. Porque já é suficientemente difícil estar vivo sem esta sentença se morte lenta e degradante. Dá vontade de acreditar em Deus, sim, mas só se for para encher Ele de porrada.

O problema é que uma raiva desse tamanho cansa, e o tempo passa. A minha doença não me define, porque eu não deixo. Ela gostaria muitíssimo de fazê-lo, mas eu não deixo. Fiz um combinado comigo mesma: essa merda vai ter 30% da atenção que ela demanda. Não mais do que isso. E segue o baile. Mas segue diferente, confesso. Segue com menos energia e mais remédios. Segue com dias bons e dias ruins – e inescapáveis internações hospitalares.

A neurologista que me acompanha foi escolhida a dedo: ela tem exatamente a minha idade, olha nos meus olhos durante as minhas consultas, só ri das minhas piadas boas e já me respondeu “eu não sei” mais de uma vez. Eu acho genial um médico que diz “eu não sei, vou pesquisar”. Eu não troco a minha neurologista por figurão nenhum.

O meu tratamento custaria algo em torno de R$12.000,00 por mês. Isso mesmo: 12 mil reais. “Custaria” porque eu recebo os remédios pelo SUS. Sabe o SUS?! O Sistema Único de Saúde? Aquele lugar nefasto para onde as pessoas econômica e socialmente privilegiadas estão fazendo piada e mandando o ex-presidente Lula ir se tratar do recém descoberto câncer? Pois é, o Brasil é o único país do mundo que distribui gratuitamente o tratamento que eu faço para Esclerose Múltipla. Atenção: o ÚNICO. Se isso implica em uma carga tributária pesada, eu pago o imposto. Eu e as outras 30.000 pessoas que tem o mesmo problema que eu. É pouca gente? Não vale a pena? Todos os remédios para doenças incuráveis no Brasil são distribuídos pelo SUS. E não, corrupção não é exclusividade do Brasil.

O maior especialista em Esclerose Múltipla do Brasil atende no HC, que é do SUS, num ambulatório especial para a doença. De graça, ou melhor, pago pelos impostos que a gente reclama em pagar. Uma vez a cada seis meses, eu me consulto com ele. É no HC que eu pego minhas receitas – para o tratamento propriamente dito e para os remédios que uso para lidar com os efeitos colaterais desse tratamento, que também me são entregues pelo SUS. O que me custaria fácil uns outros R$2.000,00.

Eu acredito em poucas coisas nessa vida. Tenho certeza de que o mundo não é justo, mas é irônico. E também sei que só o humor salva. Mas a única pessoa que pode fazer piada com a minha desgraça sou eu – e faço com regularidade. Afinal, uma doença auto-imune é o cúmulo da auto-sabotagem.

Mas attention shoppers: fazer piada com a tragédia alheia não é humor, é mau gosto. É, talvez, falha de caráter. E falar do que não se conhece é coisa de gente burra. Se você nunca pisou no SUS – se a TV Globo é a referência mais próxima que você tem da saúde pública nacional, talvez esse não seja exatamente o melhor assunto para o seu, digamos, “humor”.

Quem me conhece sabe que eu não voto – não voto nem justifico. Pago lá minha multa de três reais e tals depois de cada eleição porque me nego a ser obrigada a votar. O sistema público de saúde está longe de ser o ideal. E eu adoraria não saber tanto dele quanto sei. O mundo, meus amigos, é mesmo uma merda. Mas nós estamos todos juntos nele, não tem jeito. E é bom lembrar: a ironia é uma certeza. Não comemora a desgraça do amiguinho, não.

Charge: defensores do modelo estadunidense de saúde paga tiram sarro de uma pessoa doente

Contribuição do Thiago Moreira

Justiça condena hospital por terceirização irregular

Do Consultor Jurídico

A Justiça do Trabalho de Porto Alegre condenou a Associação Educadora São Carlos (AESC), mantenedora do Hospital Mãe de Deus, e o Serviço Integrado de Radiologia (SIR), empresa terceirizada prestadora de serviços, por entender que houve terceirização irregular.

A Ação Civil Pública foi ajuizada pelo procurador Paulo Joarês Vieira. De acordo com o procurador Carlos Esteves Carneiro Neto, o Hospital Mãe de Deus terceirizava a contratação dos profissionais do setor de diagnóstico por imagem através do SIR. No curso da ação, o hospital firmou acordo judicial com o Ministério Público do Trabalho e regularizou os contratos de todos os profissionais do setor – exceto os médicos.

De acordo com a sentença, a AESC deve se abster de contratar trabalhadores médicos por intermédio de terceiros para prestação habitual de serviços no setor de diagnóstico por imagem. A SIR deve deixar de fornecer mão de obra de trabalhadores médicos a terceiros e de manter trabalhando ou contratar médicos terceirizados para sua atividade-fim.

A Justiça também condenou os dois réus ao pagamento de indenização no valor de R$ 250 mil. O MPT irá recorrer dessa decisão, pedindo que o valor seja fixado em R$ 500 mil para reparação pelos danos causados aos direitos difusos e coletivos dos trabalhadores. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPT-RS.

Veja a sentença, clique na imagem 

Senador Requião emite parecer contrário à empresa estatal de serviços hospitalares

Segundo o site do Senador Roberto Requião, nesta terça-feira, 25, a Comissão de Educação discute proposta da Presidência da República, já aprovada na Câmara, que cria a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, vinculada ao Ministério da Educação, com atribuições de prestar serviços de assistência no âmbito do SUS e serviços de apoio às instituições federais de ensino.
O relator do projeto é o senador Roberto Requião, presidente da CE, que vai se manifestar contra a criação da empresa.
A íntegra do parecer do senador Requião rejeitando a criação da empresa é esta:

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Enquanto Beto Richa quer implantar no Paraná, Justiça Federal no MT suspende privatização da saúde via OSs

Enquanto por todo Brasil o instituto das Organizações Sociais – OSs é questionado pelo Ministério Público, inclusive com decisões judiciais contrárias ao modelo de privatização via Terceiro Setor, o governador Beto Richa pretende criar a Lei das OS no Paraná, o que poderá proporcionar a privatização da saúde, informática e demais áreas sociais.

A Justiça Federal no estado do Mato Grosso acabou de suspender um contrato de gestão do Estado com uma Organização Social. A juíza Célia Regina Ody Bernardes cita texto de minha autoria, assim como de juristas como Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella Di Pietro e Carlos Ayres Britto para defender a tese da inconstitucionalidade da privatização de todo um hospital público para uma OS.

Veja matéria sobre o tema e a decisão da juíza:

Justiça do MT manda suspender contrato com OS

Do Saúde com Dilma (divulgado pelo Correio da Saúde do CAOP de proteção à Saúde Pública do MP PR)

Juíza determina ainda que o Estado deve “abster-se de qualificar outras organizações sociais para fins de celebrar contratos de gestão cujo objetivo seja a transferência da totalidade dos serviços de saúde”.

Por Patricia Sanches e Kamila Arruda do RD News.

Em meio a uma avalanche de questionamentos feitos pela Defensoria Pública de Várzea Grande, que aponta a existência de falhas no gerenciamento do Hospital Metropolitano, sob o Instituto Pernambucano de Assistência e Saúde (Ipas), a juíza da 2ª Vara Federal Célia Regina Odi Bernardes acatou os argumentos do Conselho Regional de Saúde, que interpôs uma ação civil pública questionando a contratação de OSSs no Estado, e determinou que a secretaria estadual de Saúde, sob Pedro Henry, suspenda o contrato com o Ipas.

Na decisão, a magistrada fixa um prazo de três meses para que o Paiaguás assuma o comando da unidade de saúde, adotando as cautelas necessárias para a manutenção dos serviços. A juíza também veta que a secretaria entregue a gestão de outros hospitais. “Abster-se de qualificar outras organizações sociais para fins de celebrar contratos de gestão cujo objetivo seja a transferência da totalidade dos serviços de saúde a serem prestados em outras unidades hospitalares, afim de evitar sérios e irreversíveis danos que essa prática pode resultar para a ordem administrativa”

O Ipas vem comandando o Hospital Metropolitano desde o início de agosto, quando a unidade foi inaugurada. A alteração no modelo de gestão foi implementada pelo secretário Pedro Henry justamente sob a justificativa de que seria a melhor alternativa para resolver o caos no setor, agora, ele se vê obrigado a buscar uma nova solução.

Caso descumpra a determinação, a secretaria terá de pagar multa diária de R$ 100 mil. A secretaria de Saúde, por sua vez, ressalta que ainda não foi notificada, mas que irá recorrer.

Veja, abaixo, a íntegra da decisão (clique na imagem)

Tribunal de Contas de SP diz que OSs são deficitárias menos eficientes que Administração Pública na saúde

 

TCE paulista diz que as OSs são deficitárias e menos eficientes do que a administração pública da saúde

Texto sugerido por Ivo Pugnaloni e divulgado por Sérgio Bertoni do Paraná Blogs

As OSs são deficitárias

Carta Capital nº 664
Por Soraya Aggege

A gestão da saúde pública por organizações sociais (OSs), adotada pelo governo paulista e que tem servido de modelo para outros estados, pode custar mais caro que o sistema da administração direta e apresenta alguns efeitos negativos na qualidade dos serviços.

É o que demonstra um estudo produzido pelo Tribunal de Constas do Estado (TCE) de São Paulo, que compara os dois métodos de administração. Apesar dos pontos negativos , o modelo ser adotado no Rio de Janeiro.

O sistema foi aprovado na terça-feira 123 pela Assembléia Legislativa fluminense.

O estudo do TCE paulista, do conselheiro Renato Martins Costa, compara seis hospitais estaduais semelhantes nos espectro dos dois modelos diferentes, ou seja, geridos por OSs e pela administração direta do governo. O relatório não partiu de uma auditoria nem teve como meta definir qual o melhor modelo, mas apenas avaliar a situação paulista.

As conclusões, porém, são relevantes. Fica claro, por exemplo, que os custos das OSs são mais altos, os doentes ficam mais tempo sozinhos nos leitos, a taxa de mortalidade geral é maior e que há uma ampliação da desigualdade salarial entre os trabalhadores. Enquanto os chefes ganham acima da média, os escalões inferiores recebem menos que seus pares dos hospitais geridos pelo estado.

Para ter uma idéia, do ponto de vista do resultado econômico, os hospitais analisados custam 60 milhões de reais a mais nas OSs do que nas gestões diretas – uma variação de 38,52% de menor eficácia. Outro exemplo significativo: o custo do leito por ano nas OSs foi 17,6% maior do que nos hospitais da administração pública.

Ainda com relação ao custo, um estudo complementar feito pela bancada do PT da Assembléia Legislativa de São Paulo mostra que nos primeiros quatro meses de 2011 o déficit das OSs chegou a 15 milhões de reais.

Dos 21 hospitais de OSs paulistas, nove tiveram déficits de até 43%. Alguns deles, inclusive, podem chegar à falência, como os de Pedreira, Grajaú e Itapevi, de acordo com esse estudo.

Também foram identificadas reduções nas quantidades de atendimentos públicos. “A falta de controle social alimenta o rombo que as OSs provocam nos cofres do estado, além de precarizar o atendimento à população”, avalia o estudo da bancada.

Charge: médicos X planos de saúde

Paul Krugman critica saúde estadunidense e a falta de compaixão da direita republicana

PAUL KRUGMAN

Livre para morrer

Folha de S. Paulo de sábado


A falta de compaixão tornou-se uma questão de princípio, pelo menos na base republicana


EM 1980, justamente quando os Estados Unidos estavam descrevendo uma virada política para a direita, Milton Friedman defendeu a mudança com a famosa série de TV “Free to Choose”. Em um episódio após outro, o simpático economista identificou a economia do laissez-faire com a escolha e o empoderamento pessoais -uma visão otimista que seria ecoada e ampliada por Ronald Reagan.
Mas, hoje, “livre para escolher” virou “livre para morrer”.
No debate dos pré-candidatos republicanos na última segunda-feira, Wolf Blitzer, da CNN, perguntou ao deputado Ron Paul o que deveríamos fazer se um homem de 30 anos que optou por não ter convênio médico precisasse de seis meses de atendimento em UTI.
Paul respondeu: “A liberdade implica nisso -assumir seus próprios riscos”. Blitzer o pressionou outra vez, perguntando se “a sociedade deveria simplesmente deixá-lo morrer”. A plateia explodiu com aplausos e gritos de “sim, sim!”.
O incidente destacou algo que a maioria dos comentaristas políticos ainda não absorveu: hoje, a política americana envolve visões morais fundamentalmente distintas.
Poucas das pessoas que morrem por falta de atendimento médico se parecem com o indivíduo hipotético postulado por Blitzer, que poderia ter pagado seguro médico.
A maioria dos americanos sem seguro médico ou tem renda baixa e não pode pagar, ou é rejeitada pelos convênios porque sofre de problemas médicos crônicos.
Então pessoas da direita estariam dispostas a permitir que as pessoas que não têm seguro médico, sem serem culpadas por isso, morram por falta de atendimento? Com base na história recente, a resposta é um “sim!” retumbante.
No dia seguinte ao debate, o Birô do Censo divulgou suas estimativas mais recentes. O quadro geral é lamentável, mas um ponto relativamente positivo foi o atendimento médico a crianças. A porcentagem de crianças sem cobertura foi mais baixa em 2010 que antes da recessão, graças à ampliação em 2009 do Programa de Seguro-Saúde Infantil do Estado, ou SCHIP.
O ex-presidente George W. Bush tinha bloqueado tentativas anteriores de proporcionar cobertura a mais crianças -sob aplausos de muitos da direita.
Logo, a liberdade de morrer se estende não apenas aos imprevidentes, mas também às crianças e às pessoas sem sorte. E a adesão da direita a essa noção assinala um deslocamento importante na natureza da política americana.
Agora, a compaixão está fora de moda -na realidade, a falta de compaixão tornou-se uma questão de princípio, pelo menos na base republicana.
O conservadorismo moderno é, na realidade, um movimento profundamente radical, hostil ao tipo de sociedade que temos há três gerações -que, agindo por meio do governo, procura mitigar alguns dos “perigos comuns da vida” por meio de programas como a Previdência Social, seguro-desemprego, Medicare e Medicaid.
Os eleitores estão preparados para aderir a uma rejeição tão radical do tipo de América em que todos nós crescemos? Vamos descobrir em 2012.

Tradução de CLARA ALLAIN

Governo Sérgio Cabral no Rio agride manifestantes e aprova privatização da saúde via OSS

Foto: Carlos Ivan / Agência O Globo)

A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro nesta terça-feira, por 49 votos a favor e 12 contra, aprovou o projeto de lei do governo Sérgio Cabral (PMDB), que autoriza a privatização de hospitais públicos via Organizações Sociais da Saúde. Do lado de fora Polícia Militar usou spray de pimenta para conter manifestantes contrários.

Beto “privatizador” Richa: nem venha querer privatizar via OSS!

Saúde não é mercadoria: fora planos de saúde, OSS e privatização saúde

Charge: OSS, privatização e planos de saúde X universalização da saúde

Hoje na Folha de S. Paulo

Promotor e Prof. Dr. Clayton Maranhão defende que planos de saúde ressarçam SUS

“A operadora cobra do usuário, mas terceiriza o custo de atendimento ao SUS, mantido com impostos pagos pelo povo.” Clayton de Albuquerque Maranhão, promotor da Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor do Paraná. Foto de Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Plano deve ao SUS, mas conta vai para usuário

Operadoras se recusam a ressarcir o governo pelos atendimentos a seus clientes feitos na rede pública. Prevista em lei, cobrança pode passar de R$ 4 bilhões

Publicado na Gazeta do Povo de domingo, por Fabiane Ziolla Menezes

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Mais um exemplo de que a saída para a melhoria da saúde no Brasil não é via privatização para o Terceiro Setor

http://www.youtube.com/watch?v=yO2Zb8Ze-dM&feature=player_embedded

Saúde não é mercadoria

Por Rafael Jardim do Jornal Opção

Apesar de parecer, para alguns, um mero capricho ideológico, a saúde pública, universal e gratuita é realidade na grande maioria dos países desenvolvidos. Enquanto isso, no Brasil, aplaudimos o “bilionário da saúde”

Charge: fora norte-americanização da saúde, universalização da saúde já!