Curitiba sediará o Circo da Democracia com a participação de mais de 100 entidades

Uma tenda de circo real está sendo montada na frente do prédio histórico da UFPR na praça Santos Andrade de Curitiba. Foto de Fotos: Bruna Baldi na Mídia Ninja

Uma tenda de circo real está sendo montada na frente do prédio histórico da UFPR na praça Santos Andrade de Curitiba para o grande evento popular que começa dia 5. Foto de Fotos: Bruna Baldi na Mídia Ninja

Do dia 05 a 15 de agosto, um circo será montado em praça pública no centro da cidade de Curitiba, aliando cultura e participação política na luta a favor da democracia no Brasil. Na programação, além das mesas de debate, acontecerão reuniões das entidades e aulas públicas. Juventude, justiça, arte, gênero, trabalho , saúde, educação, terra serão alguns dos temas que farão parte ao longo da programação. Há mais de um mês as mais de 100 entidades envolvidas já organizaram GTS – Grupos de Trabalho, para levantar debates sobre os principais direitos que hoje correm risco com o golpe contra a democracia. O circo utilizado para o evento é da Família circense Zanchettini que tem mais de 20 anos de trabalho no estado do Paraná. A abertura oficial contará com apresentações circenses da Familia Zanchettini, intervenções das entidades apoiadoras e a presença do sociólogo Emir Sader.

A ideia do Circo da Democracia se inspira no Circo da Constituinte, realizado também em Curitiba, no ano de 1987. Foram montados naquela época vários circos pela cidade para debater propostas para a Constituinte com a população. O lema daquele também inspira esta edição do Circo: “é proibido proibir a entrada de qualquer pessoa a qualquer hora e não haverá cobrança de ingressos.” Desta forma, a expectativa dos organizadores é promover um amplo fórum popular de debates sobre os rumos da democracia brasileira. Pela grande adesão de diversos setores, o circo também unifica a resistência ao golpe e às tentativas de retiradas de direitos sociais e trabalhistas, protagonizadas pelo governo interino de Michel Temer e pelo Congresso Nacional. As datas coincidem com o período em que o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff deve ser votado no Senado.

“É um momento de abrir e aprofundar a reflexão, porque todos nós temos certeza que se abre no Brasil um novo processo de discussão longo, profundo e denso”, afirma Carlos Frederico Marés de Souza Filho, professor de Direito na PUC/PR e membro da articulação Advogados pela Democracia. “Nada é mais simbólico do que um circo para representar a cultura popular, que se expressa como arte, consciência e transformação”, explica, sobre o formato escolhido pelos movimentos para contrapor o cenário de violação à democracia e de avanço do conservadorismo.

Entre os nomes confirmados estão: Glicéria Tupinambá, Laymert Garcia dos Santos, Plínio de Arruda Sampaio Jr, Ciro Gomes, Vanessa Grazziotin, Roberto Requião, Marcelo Lavenére, Raquel Rolnik, Guilherme Boulos, João Pedro Stédile, Juca Ferreira  e outros. E, ao longo dos 10 dias, a lona colorida do circo paranaense Zanchettini e sua arquibancada de mais de setecentos acentos darão espaço às conexões entre política e cultura. Estão previstos shows de artistas locais e nacionais, mesas de debate, rodas de conversa, exibições de filmes, exposições, peças de teatro, oficinas, entre outras atividades.

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Circo da Democracia de 5 a 15 de agosto em Curitiba

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Respeitável Público! Uma história e um convite:

A instalação da Assembleia Nacional Constituinte em 87-88 recolheu iniciativas por todo o Brasil, mobilizando entidades e pessoas as mais diversas. Uma delas, o Circo da Constituinte criado em Curitiba. Em 88, Carlos Frederico Marés era o presidente da Fundação Cultural de Curitiba e montou por toda a cidade diversos circos nos bairros e um no centro para realizar debates com a população. E em 2016, o advogado e professor de Direito, Carlos Frederico Marés que esteve a frente do Circo da Constituinte em 88, provocou a ideia para a realização de uma nova edição deste circo, mas agora com o nome de Circo da Democracia. Pois bem, fica aqui o convite do Marés pra vocês:

“É um momento de abrir e aprofundar a reflexão, porque todos nós temos certeza que se abre no Brasil um novo processo de discussão longo, profundo e denso. Nada é mais simbólico do que um circo para representar a cultura popular, que se expressa como arte, consciência e transformação para contrapor o cenário de violação à democracia e de avanço do conservadorismo. Cada um de vocês deve pegar nas mãos dos seus filhos e trazer para ver a lona levantar. É talvez um dos espetáculos mais bonitos da Terra, quando o circo, do nada, se transforma em um espaço cultural simbólico, cheio de luzes e estrelas.”

Jurista Carlos Marés é contrário o Impeachment de Dilma

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O Prof. Dr. Carlos Frederico Marés de Souza Filho, um dos maiores juristas do Paraná e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, é contrário ao Impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

É um dos maiores professores de Direito Ambiental e Agrário do país e já escreveu os livros “O renascer dos povos indígenas para o direito”,Bens Culturais e Proteção Jurídica”eA função social da terra”.

Marés é procurador do Estado do Paraná, foi Procurador-Geral do Estado e Presidente do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul no governo de Roberto Requião (PMDB), e Presidente da Fundação Nacional do Índio no governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

“Foi o meu melhor professor na graduação em Direito da PUC-PR, com grande conhecimento jurídico e sensibilidade social”, diz o advogado e professor de Direito Administrativo, Tarso Cabral Violin, autor do Blog do Tarso.

Marés assinou a petição dos advogados do Paraná contra o Impeachment e contra a posição da OAB-PR sobre o tema, veja aqui e foi um dos realizadores do ato em defesa da Democracia e contra o Impeachment realizado na Faculdade de Direito da UFPR (veja aqui).

Requião, Carlos Lessa e Carlos Marés entram com Ação Popular contra a privatização do pré-sal

MERCOSUL - Representação Brasileira no Parlamento do MERCOSUL

O ex-governador do Paraná e atual senador da República, Roberto Requião (PMDB), entrou com Ação Popular contra a privatização do pré-sal, junto com o ex-presidente do BNDES Carlos Lessa, o diretor-executivo da CUT Roni Barbosa, o jurista paranaense Carlos Frederico Marés de Souza Filho, os deputados estaduais Gilberto Martin e Antonio Anibelli Neto, entre outros. Também fui convidado pelo senador e por seu advogado, Samuel Gomes, para entrar com a ação como polo ativo, aceitei, mas infelizmente não deu tempo para que meu nome constasse na ação.

Veja a petição inicial abaixo ou em PDF aqui:

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Carlos Marés: Ruralistas querem mudar lei para bloquear reforma agrária

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por Prof. Dr. Carlos Frederico Marés de Souza Filho, especial para o Viomundo

Está para ser votado na Câmara dos Deputados o novo texto do Código de Processo Civil (CPC). Quero destacar, dentro do conjunto das discussões, pontos que procuram dar efetividade processual ao que ficou consagrado na Constituição Federal como função social do imóvel rural (arts. 184 e seguintes). Pontos estes que a bancada ruralista já se insurge contra qualquer normatização.

Primeiro, trata-se da proposta de se estabelecer audiências prévias de conciliação entre as partes e seus representantes legais, em casos de litígio coletivo pela posse ou propriedade de imóvel urbano ou rural, antes do exame do requerimento de concessão da medida liminar por um juiz.

Os ruralistas chamam esta audiência de aberração, em uma arrogante postura de considerar que, em todos os conflitos possessórios, o indivíduo tem sempre a verdade contra o coletivo. Continuar lendo

“Os índios guaranis-kaiowás sofrem hoje por continuarem índios. Há uma prepotência da população em não conceber outro modo de vida fora da lógica capitalista. Se a gente oferece um trabalho para o índio e ele não quer, então ele é considerado vagabundo. Mas o que, concretamente, nossa civilização tem a oferecer a eles que não sejam futilidades?” Carlos Frederico Marés de Souza Filho

Hoje na Gazeta do Povo

O conceito do movimento antropofágico, lançado durante a Semana de Arte Moderna de 1922, defende uma apropriação de múltiplas culturas para a construção de uma arte plural, aproveitando-se, principalmente, da diversidade étnica e cultural do país. Fora do ambiente artístico, porém, o conceito é prejudicial para as tradições indígenas. “Durante a ditadura, falava-se em ‘emancipar’ os índios. O termo, que é generoso para nós, era um anátema para eles, pois significava no contexto a morte da cultura nativa, inserindo-os completamente na sociedade”, explica Carlos Marés, ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) e professor de direito sócio ambiental do mestrado e doutorado da PUCPR. “Os índios guaranis-kaiowás sofrem hoje por continuarem índios. Há uma prepotência da população em não conceber outro modo de vida fora da lógica capitalista. Se a gente oferece um trabalho para o índio e ele não quer, então ele é considerado vagabundo. Mas o que, concretamente, nossa civilização tem a oferecer a eles que não sejam futilidades?”, indaga.

A diferença, portanto, vai além da cultura, e passa, antes de tudo, por ideologias divergentes. “Enquanto a nossa civilização trabalha com o conceito de igualdade, que anula diferenças, e só supõe igualdade entre humanos, todas as tribos latino-americanas adotam o conceito de equilíbrio, que procura compensar as desigualdades e harmonizar o humano com o não humano.”

A mudança de pensamento é uma saída que Marés consegue vislumbrar nas transformações correntes na América andina, que estão dando mais autonomia aos povos indígenas. “Nossa sociedade vê na livre concorrência a criação do bem-estar, ao passo que, para os índios, é a cooperação a causadora desta satisfação. A nossa relação com a natureza continua sendo a de concorrência. Mas o mundo ocidental está percebendo que esta disputa causará, invariavelmente, a derrota humana”, acredita Carlos Marés. Para um mundo cada vez mais carente do conceito de sustentabilidade, o pensamento indígena, ainda que pouco compreendido, tem muito a nos ensinar.

Veja a materia completa, clique aqui.

Fotos: Reuters/ Ueslei Marcelino

Meus professores

Celso Antônio Bandeira de Mello e Tarso Cabral Violin na Universidade Positivo, em 2011, em evento paralelo à Conferência Nacional da OAB que ocorreu no Teatro Positivo

Meus primeiros professores foram os meus pais, que eram pais e professores, ele de física na USP, ela professora de crianças, mas também professores em casa.

Tive vários bons professores nos colégios Miguel de Cervantes, Pueri Domus e Dom Bosco. Neste momento em especial me lembro do meu grande professor de história do terceirão, o Ari Herculano, que também foi meu professor na Oficina de Estudo, e junto com os professores Daniel Medeiros e Luís Fernando Lopes Pereira, me ajudaram a confirmar minhas preferências ideológicas atuais, no “lado bom da força”.

Na minha jornada também sou grato a minha grande professora particular de redação, Leonor do Rocio Demeterco Corrêa de Oliveira.

No Curso de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, meu grande professor de Direito Agrário e Ambiental, Carlos Frederico Marés de Souza Filho, que foi o professor que aliou teoria e a vontade de discutir e pesquisar.

No Curso de Especialização em Direito Administrativo no IBEJ minha grande professora foi a Angela Cassia Costaldello, responsável pelo meu amor ao Direito Administrativo, desde os tempos do estágio no Tribunal de Contas do Estado do Paraná e estágio e trabalho na Consultoria Zênite.

No mestrado em Direito do Estado na Universidade Federal do Paraná, meu orientador e grande professor foi o Romeu Felipe Bacellar Filho, professor que faz todos os seus pupilos crescerem como pessoas e profissionais.

Por fim, o professor de todos nós, em suas palestras, livros e conversas, Celso Antônio Bandeira de Mello, o maior nome do Direito Administrativo Brasileiro, que alia teoria jurídica e atuação como cidadão. Obrigado professor doutor Celso Antônio!