Argentina caminha novamente para o monopólio privado da mídia

argentina

Milhares de argentinos estão saindo às ruas nos últimos dias contra as políticas autoritárias e anti-democráticas do novo presidente argentino, de centro-direita, Mauricio Macri. Um dos focos de revolta é a tentativa de Macri de retorno aos privilégios do Clarín, a “Globo argentina”, que é o conglomerado que domina empresas de TV, rádio, jornal e internet que monopoliza as comunicações no país. A palavra de ordem é . Acompanhe no La Campora.

O presidente neoliberal extinguiu da TV Pública o famoso programa de análise de notícias 678; e interviu por meio de simples decreto, contra legislação aprovada no Congresso argentino, com o intuito de destituir o presidente da presidente da Autoridad Federal de Servicios de Comunicación Audiovisual (AFSCA), Martín Sabbatella, que tem mandato até 2017, conforma a Ley de Medios, e o presidente da Autoridad Federal de Tecnologías de la Información y las Comunicaciones (AFTIC), também com mandato fixo.

Não é possível que um presidente atue contra lei aprovada pelo Congresso Nacional, a não ser que a Argentina vivesse uma ditadura.

Mais informações (em espanhol) na Telesur TV:

SOL_6826_a-1024x682

Por que torço pela Argentina no domingo?

Brasil-x-Argentina1

Nesta Copa do Mundo FIFA 2014 no Brasil torci para as seleções latinoamericanas.

México, Costa Rica, Honduras, Colômbia, Equador, Argentina, Uruguai e Brasil eram os meus times, com preferência para o último, claro. Até para os Estados Unidos da América eu torci, pois esse país pode alavancar financeiramente ainda mais o futebol.

Por que torço para a Argentina ser campeão mundial no domingo contra a Alemanha no Maracanã?

São vários os motivos:

1. Se a Alemanha vencer será tetracampeão e estará a apenas um título do Brasil; e se a Argentina ganhar será apenas tricampeã, empatando com a Alemanha;

2. A Alemanha humilhou o Brasil por 7 a 1 e seria uma forma de vingança sul-americana;

3. A TV Globo é que principalmente faz uma campanha contra a Argentina e não há nenhum sentido que tenhamos tanta rixa contra nossos vizinhos-irmãos;

4. Devemos torcer primeiro pelo Brasil, depois pelos países do Mercosul, depois pelos países da América do Sul e depois pelos latinoamericanos. Não há motivo para rixas, não há guerras recentes. Os europeus conseguiram se unir na União Europeia e, mesmo com rixas grandes entre países, muitas se devem a recentes guerras. O único país que teria alguma justificativa para ter uma grande rixa seria o Paraguai contra o Brasil, pois nosso país acabou com a nação paraguaia na guerra do século XIX que dizimou o país mais desenvolvido da época e com maior potencial de futuro. Mas mesmo assim nossos irmãos paraguaios não têm grandes rixas com o Brasil. E não há um grande motivo para existir a rixa futebolística com a Argentina. Talvez a maior derrota do Brasil para a Argentina em confronto direto foi em uma oitavas-de-final quando a era Dunga de Sebastião Lazzaroni perdeu para Maradona e Caniggia. Haveria alguma razão de rixa apenas com o Uruguai pelo Maracanazo em 1950;

5. Devemos nos unir cada vez mais na América Latina, em todos os sentidos. A política de nos separar para nos debilitar sempre foi uma prática dos países colonizadores;

6. A Alemanha não fez uma grande Copa do Mundo, fora a vitória sobre o Brasil;

7. O povo argentino, mais sofrido do que o alemão, merece essa alegria;

8. Prefiro a Cristina Kirchner à Angela Merkel;

9. As seleções europeias continuaram a não ganhar nenhum título em solo americano;

10. Alfredo Di Stéfano, que junto com Messi e Maradona é um dos maiores jogadores argentinos de todos os tempos, acabou de falecer, e seria uma bonita homenagem;

Confesso que passeia a torcer pelo Boca Juniores e a não ter mais qualquer rixa com os argentinos no futebol depois do Tevez e Mascherano jogarem pelo Corinthians, mas cada vez mais argentinos estão jogando em times brasileiros, e espero que isso acabe logo com a rixa.

Vai Argentina!

Privatização das ferrovias na Argentina não deu certo e será revertida

90371_ext_arquivo

O contrato da Argentina com a empresa brasileira América Latina Logística – ALL foi rescindido no último dia 4 pelo governo da presidenta Cristina Kirchner, pois a empresa privada abandonou 60% da malha ferroviária de 8 mil quilômetros, privatizada desde 1999 para transporte de carga. A ALL ainda rejeitou novos clientes e prejudicou a economia argentina, para beneficio da sua própria frota de caminhões brasileiros, que faziam o mesmo trajeto que os trens.

A privatização da rede ferroviária argentina ocorrida nos anos 1990 é questionada porque as empresas privadas que ganharam as concessões têm sido acusadas de investir pouco em manutenção. O contrato com uma empresa privada argentina também foi rescindido por descumprimento e o Estado não terá que pagar indenização.

Debate entre Roberto Gargarella e Edgardo Mocca sobre a política na Argentina

Em espanhol:

Debatem sobre a Lei dos Medios e democratização das mídias. Tratam ainda das alianças liberais da presidenta Dilma Rousseff (PT) nesta segunda parte:

Veja o Blog do jurista argentino Roberto Gargarella, clique aqui.

 

Papa Francisco I, o argentino Jorge Mario Bergoglio, é questionado por suspeita de ter apoiado a ditadura militar

jorge-bergoglio-papa-francisco-i

O Papa Francisco I, cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio escolhido indiretamente pelos príncipes cardeais no Vaticano, é bastante questionado por causa das relações da Igreja Católica da Argentina com a ditadura militar no país, entre 1976 e 83. Os livros “El Silencio”, de Horacio Verbitsky, e “Igreja e Ditadura”, de Emilio Mignone, acusam Bergoglio de ter contribuído para a detenção dos padres Francisco Jalics e Orlando Yorio, em 1976 pelas Forças Armadas. Verbitsky conseguiu documento com testemunho de que o novo Papa dedurou o sacerdote de origem húngara Jalics por suspeitar que ele tivesse contato com guerrilheiros. O Papa Chico Primeiro nega.

O padre Yorio, falecido em 2000, teria dito a Verbitsky que foi traído por Bergoglio, que negou esforços para libertá-los e foi o responsável por sua perseguição, pois afastou os dois padres quando aderiram à teologia da libertação. A Associação Mães da Praça de Maio também acusa Bergoglio como cúmplice da ditadura militar argentina.

Testemunhas ainda dizem que o novo Papa sabia sobre o plano sistemático de roubo de bebês nascidos em prisões clandestinas, durante a ditadura, e adotados ilegalmente por outras famílias próximas a autoridades militares. Ele teria afirmado a um casal com criança desaparecida que ela estaria vivendo com um “bom casal” e que a suposta adoção já não tinha como voltar atrás. Veja um vídeo:

Habemus Papam, fumaça branca no Vaticano: o novo Papa é o argentino Jorge Mario Bergoglio

Jorge_Mario_Bergoglio-Papa_Francisco_I-San_Lorenzo-Almagro_ALDIMA20130313_0011_16

Chico 1º é torcedor do San Lorenzo

O novo Papa é da Argentina e será o dirigente vitalício da cidade-estado Vaticano. Seu nome fantasia será Francisco I. Ele é contra o casamento homoafetivo e contra que homossexuais adotem crianças. Além disso há suspeitas de que o novo Papa tenha colaborado e apoiado a ditadura militar na Argentina. Será o primeiro Papa não europeu. Quem sabe um dia tenhamos eleições diretas e possibilidade de uma Papisa, assim como direito ao casamento do Papa, padres e freiras?

Lei dos meios – Vladimir Safatle

ley-medios-argentina-brasil

Nas últimas semanas, a Argentina voltou ao noticiário brasileiro devido aos imbróglios relativos à aplicação da chamada “Lei dos meios”, responsável pela nova regulamentação dos serviços de comunicação. Alguns viram, no caráter antimonopolista da Lei, a expressão de uma sanha estatal visando limitar a liberdade de expressão, principalmente devido à arquirrivalidade entre o governo Kirchner e o maior grupo de mídia do pais: o grupo Clarín.

No entanto, há um debate importante que deve ser feito de maneira desapaixonada. Ele passa pela resposta à pergunta: “Precisamos ou não de leis que restrinjam a concentração da propriedade de canais de comunicação?”. Ou seja, podemos afirmar que a concentração da mídia não afeta necessariamente o funcionamento da democracia? Continuar lendo

Jurista argentino defende regulação estatal da mídia e critica “impeachment” no Paraguai

No Ópera Mundi

Imprensa não deve temer regulação estatal, diz advogado argentino

Para Pablo Ángel Gutierrez Colantuono, é imprescindível, porém, que o controle não se transforme em censura indiretaO Estado deve regular a imprensa como regula qualquer outra atividade, porém, sabendo que há um “direito especial”, o da liberdade de imprensa. Esta é a opinião do advogado argentino Pablo Ángel Gutierrez Colantuono, especializado na área de Direitos Humanos e professor da Uncoma (Universidade Nacional de Comahue), na província de Neuquén, oeste da Argentina.

Opera Mundi

Gutierrez: Lei de Meios argentina é importante porque pauta uma regulação dos meios de imprensa de maneira democrática

Continuar lendo

A redução da desigualdade na América Latina, segundo o Banco Mundial

No Carta Maior

A maioria da população da América Latina, vilipendiada por décadas de neoliberalismo, hoje está melhor do que ontem, diz estudo do Banco Mundial. A pesquisa apresentada no mês passado pelo setor de Pobreza, Igualdade e Gênero da América Latina e do Caribe, do Banco Mundial, destaca que, dos 17 países para os quais há dados comparáveis, 13 experimentaram um decréscimo na desigualdade. O artigo é de Alfredo Zaiat.

Alfredo Zaiat – Página12

Buenos Aires – O documento do Banco Mundial “A diminuição da desigualdade na América Latina na década de 2000. Os casos da Argentina, do Brasil e do México” oferece uma análise oportuna para compreender o ciclo político aberto na região que setores conservadores combatem com perplexidade, porque têm poder econômico, os grandes meios de comunicação e agora também capacidade de mobilização e vontade de orientar a agenda pública, mas não conseguem debilitá-lo, nem da gestão diária nem na hora da contagem de votos. Não conseguiram até agora porque, em que pese o que afirmam representantes da direita e da esquerda, a maioria da população da América Latina, vilipendiada por décadas de neoliberalismo, hoje está melhor do que ontem.

Continuar lendo

Há 20 anos Cristina Kirchner apoiou a privatização da YPF. As pessoas evoluem!

A revista Carta Capital desta semana, sempre imperdível, informa que a presidenta argentina, Cristina Kirchner, que acabou de reestatizar a primeira empresa estatal petrolífera do mundo, a Yacimientos Petrolíferos Fiscales – YPF, em 1992, junto com o seu marido o ex-presidente Néstor Kirchner, então governador de Santa Cruz, apoiaram o projeto privatizante do presidente Carlos Menem (o FHC argentino). Cristina era deputada provincial.

Mas se aqui no Brasil o ex-ministro da administração e reforma do estado de FHC, Bresser-Pereira, se arrependeu do período neoliberal, porque a presidenta não pode ter mudado nesses 20 anos?

Então vamos começar a campanha: tucanos, se arrependam das políticas neoliberais-privatizantes da década de 90 ou então se unam ao DEMO e se assumam de vez como o partido da direita brasileira!

O economista e ex-tucano Bresser-Pereira defende retomada do controle da YPF pela Argentina

A Argentina tem razão

Luiz Carlos Bresser-Pereira

Hoje na Folha de S. Paulo

Não faz sentido deixar sob controle estrangeiro um setor estratégico para o desenvolvimento do país

A Argentina se colocou novamente sob a mira do Norte, do “bom senso” que emana de Washington e Nova York, e decidiu retomar o controle do Estado sobre a YPF, a grande empresa petroleira do país que estava sob o controle de uma empresa espanhola. O governo espanhol está indignado, a empresa protesta, ambos juram que tomarão medidas jurídicas para defender seus interesses. O “Wall Street Journal” afirma que “a decisão vai prejudicar ainda mais a reputação da Argentina junto aos investidores internacionais”. Mas, pergunto, o desenvolvimento da Argentina depende dos capitais internacionais, ou são os donos desses capitais que não se conformam quando um país defende seus interesses? E, no caso da indústria petroleira, é razoável que o Estado tenha o controle da principal empresa, ou deve deixar tudo sob o controle de multinacionais?

Em relação à segunda pergunta parece que hoje os países em desenvolvimento têm pouca dúvida.

Quase todos trataram de assumir esse controle; na América Latina, todos, exceto a Argentina.

Não faz sentido deixar sob controle de empresa estrangeira um setor estratégico para o desenvolvimento do país como é o petróleo, especialmente quando essa empresa, em vez de reinvestir seus lucros e aumentar a produção, os remetia para a matriz espanhola.

Além disso, já foi o tempo no qual, quando um país decidia nacionalizar a indústria do petróleo, acontecia o que aconteceu no Irã em 1957. O Reino Unido e a França imediatamente derrubaram o governo democrático que então havia no país e puseram no governo um xá que se pôs imediatamente a serviço das potências imperiais.

Mas o que vai acontecer com a Argentina devido à diminuição dos investimentos das empresas multinacionais? Não é isso um “mal maior”? É isso o que nos dizem todos os dias essas empresas, seus governos, seus economistas e seus jornalistas. Mas um país como a Argentina, que tem doença holandesa moderada (como a brasileira) não precisa, por definição, de capitais estrangeiros, ou seja, não precisa nem deve ter deficit em conta corrente; se tiver deficit é sinal que não neutralizou adequadamente a sobreapreciação crônica da moeda nacional que tem como uma das causas a doença holandesa.

A melhor prova do que estou afirmando é a China, que cresce com enormes superavits em conta corrente. Mas a Argentina é também um bom exemplo. Desde que, em 2002, depreciou o câmbio e reestruturou a dívida externa, teve superavits em conta corrente. E, graças a esses superavits, ou seja, a esse câmbio competitivo, cresceu muito mais que o Brasil. Enquanto, entre 2003 e 2011 o PIB brasileiro cresceu 41%, o PIB argentino cresceu 96%.

Os grandes interessados nos investimentos diretos em países em desenvolvimento são as próprias empresas multinacionais. São elas que capturam os mercados internos desses países sem oferecer em contrapartida seus próprios mercados internos. Para nós, investimentos de empresas multinacionais só interessam quando trazem tecnologia, e a repartem conosco. Não precisamos de seus capitais que, em vez de aumentarem os investimentos totais, apreciam a moeda local e aumentam o consumo. Interessariam se estivessem destinados à exportação, mas, como isso é raro, eles geralmente constituem apenas uma senhoriagem permanente sobre o mercado interno nacional.

Cristina Kirchner pode estatizar empresa petrolera. Essa mulher é porreta!

O governo argentino estuda expropriar parte das ações da maior produtora de petróleo do país, a YPF, subsidiária da espanhola Repsol. A Casa Rosada já até enviou um projeto de lei ao Congresso para tornar “de utilidade pública e sujeito à expropriação” 50,01% das ações da YPF.

A companhia vem sendo acusada pelo governo de formação de cartel e de não ter investido o suficiente para enfrentar uma provável carência energética no próximo inverno.

A presidenta argentina Cristina Kirchner disse ontem: “Estou disposta a pagar todos os preços que tiver que pagar para seguir sustentando esse modelo de crescimento”.

Com isso o governo Espanhol começa a ameaçar: “O governo da Espanha defende os interesses de todas as empresas espanholas, dentro e fora [do país]. Se em alguma parte do mundo há gestos de hostilidade contra esses interesses, o governo os interpreta como gestos de hostilidade à Espanha e ao governo da Espanha”, disse o ministro da Indústria, José Manuel Soria.

A es-empresa estatal argentina YPF – Yacimientos Petrolíferos Fiscales foi privatizada em 1999 pelo presidente neoliberal Carlos Menem, da mesma linha entreguista do tucano FHC no Brasil. FHC quase vendeu a Petrobras, chegou a querer transformá-la em Petrobrax.

Na Argentina, Cristina Kirchner intervêm no trem privatizado por Menem (FHC de lá)

Da Rede Brasil Atual

Governo argentino anuncia intervenção na empresa que administrava trem acidentado

Por: Monica Yanakiew, da Agência Brasil

Buenos Aires – Seis dias após o acidente de trem em Buenos Aires que matou 51 pessoas e feriu mais de 700, o governo argentino anunciou hoje (28) a intervenção, por duas semanas, na empresa Trens de Buenos Aires (TBA).

A empresa obteve em 1995 concessões do Estado para operar as linhas Sarmiento e Mitre, que transportam 300 mil passageiros por dia. O acidente, o terceiro pior desde 1970, ocorreu na linha Sarmiento, no último dia 22, quando um trem não conseguiu frear a tempo e bateu na barreira da plataforma da estação do bairro Once – uma das mais movimentadas da capital argentina.

Em entrevista coletiva, o ministro do Planejamento, Júlio de Vido, explicou que a intervenção, decidida pela própria presidenta Cristina Kirchner, tem por objetivo garantir a segurança dos passageiros enquanto a Justiça investiga os motivos do acidente. Além de nomear um interventor, Raul Barido, o governo mobilizou a Comissão Nacional de Regulamentação do Transporte, empresas estatais do setor ferroviário e prefeitos dos municípios por onde passam as duas linhas de trem.

“O sistema ferroviário argentino vem sofrendo uma gigantesca deterioração desde 1958 até 2003”, disse De Vido. “Quase meio milhão de pessoas usam essas duas linhas diariamente. É nossa obrigação velar pela segurança dos usuários”.

O secretário de Transporte, Juan Pablo Schiavi, lembrou que 80% dos passageiros “são trabalhadores” e precisam continuar usando o trem. Por isso, disse, “o Estado estará mais presente” até que os peritos determinem se os vagões e trilhos têm problemas e se podem operar normalmente.

Ontem (27), a presidenta Cristina Kirchner falou pela primeira vez sobre o acidente. “A perícia para determinar os responsáveis diretos e indiretos [do acidente] pode durar mais de 15 dias e não quero que digam que a presidenta está fixando os prazos da Justiça, mas os 40 milhões de argentinos e as vítimas precisam saber”, disse Cristina, em discurso.

O acidente reabriu o debate na Argentina sobre as privatizações das estatais, ocorridas na década de 90, durante o governo de Carlos Menem. Especialistas dizem que os contratos foram mal feitos porque beneficiaram as empresas que receberam concessões. As empresas que operam linhas de passageiros, como a TBA, não são obrigadas e investir em infraestrutura – os trens, os trilhos e a sinalização pertencem ao Estado, que também concede volumosos subsídios para manter os preços baixos. Mas o Estado tampouco tem os mecanismos para obrigá-las a cuidar da manutenção.

“Os inspetores da Comissão Nacional de Regulamentação do Transporte podem apontar falhas e recomendar consertos, mas as empresas podem recorrer à Justiça e dilatar os prazos”, explicou, em entrevista à Agência Brasil, o presidente do Instituto Argentino de Ferrovias, Pablo Martorelli. Segundo ele, o último programa de investimento no sistema ferroviário argentino data de 1999, época das privatizações. Somente em 2003, durante o governo de Nestor Kirchner – marido de Cristina, morto em outubro do ano passado –, o Estado rescindiu contratos de concessões com empresas privadas e investiu na recuperação de algumas linhas.

**********

Veja o acidente que matou 49 pessoas: