Por que as manifestações golpistas retrocederam?

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Várias podem ser as razões da diminuição substancial das manifestações pelo Impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT) e da intervenção militar no Brasil, do dia 15 de março de 2015 para o dia 12 de abril.

Sinto que muitos manifestantes que saíram às ruas no dia 15 de março, por mais que em sua grande maioria conservadores e neoliberais, tinham como pauta a luta pela corrupção e uma antítese à política e aos partidos de esquerda e movimentos sociais.

Não é crime ser de direita, ser liberal, ser contra as conquistas sociais implementadas pelo Estado, ser contra que o proletariado se utilize de espaços que antes eram aproveitados apenas pela burguesia. Pode não ser crime, mas deve ser “pecado”.

A maioria dos “pecadores” do dia 15 de março não são criminosos. Não queriam uma ditadura militar, não queriam um golpe, apenas acreditaram na velha mídia de que o governo chefiado pelo Partido dos Trabalhadores é o mais corrupto de todos os tempos, o que sabemos que é mentira, bastando um mínimo de conhecimento de história.

Não são todos os liberais criminosos. “Pecadores” podem ser, mas não criminosos.

Quando os neoliberais do dia 15 de março perceberam que estavam ao lado de golpistas, fascistas, empresários criminosos que sonegam impostos e mantêm relações promíscuas com o Estado, políticos e partidos conservadores, “pularam fora” do movimento.

Não é porque a pessoa defende o Estado Mínimo, apenas regulador, que ela defenderia atos anti-democráticos.

Outra razão da redução substancial dos protestos golpistas foi a questão da “modinha”. A elite financeira adora novidades, como consumidores sedentos querem sempre mais, querem exclusividade, querem fazer uso dos camarotes.

Dia 15 de março existiam pessoas nas ruas que nunca haviam se manifestado na vida. Não saíram às ruas pelo fim da ditadura militar, não foram nas Diretas Já, não pintaram a cara pelo Impeachment de Fernando Collor de Mello (PRN), não lutaram pela eleição do primeiro trabalhador presidente e nem da primeira mulher presidenta, não participaram das jornadas de julho pelo passe livre.

Quando viram que era moda gritar pelo golpe, xingar a presidenta, chutar bandeiras de partidos de esquerda, com amplo apoio da velha mídia, saíram às ruas. Mas se manifestar dá trabalho. Por isso muitos pertencentes da elite financeira já têm outros afazeres e não vão mais em passeatas sem ar condicionado, sem garçons servindo champagne, sem tapetes vermelhos. Acabou a novidade, “vamos consumir outro produto”.

Outros motivos podem existir para a redução das manifestações golpistas, mas me parece que essas são as duas razões principais pelo fracasso do dia 12 de abril de 2015.

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Pesquisa: ricos e brancos invadiram as ruas dia 15 de março contra Dilma

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A Fundação Perseu Abramo divulgou pesquisa “Manifestações de Março/2015” sobre as manifestações ocorridas nos dias 13 e 15 de março de 2015, com o objetivo de conhecer o perfil dos manifestantes e seu posicionamento político, bem como suas percepções e expectativas frente ao atual momento da conjuntura nacional.

A pesquisa ouviu 839 pessoas no total, nos dois dias de manifestações, em São Paulo. A margem de erro para a amostra do dia 13 é de 5.4 pontos percentuais, e para a do dia 15 é de 4.13 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.

A pesquisa mostra, entre outras coisas, que no dia 15 foram os ricos e a classe média alta que pediu a cabeça da presidenta Dilma Rousseff (PT). Uma grande maioria de brancos (por isso o termo “elite branca”), votantes em Aécio Neves (PSDB) e pessoas contrárias aos sindicatos.

Baixe a pesquisa aqui.

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Veja quem bancou a marcha golpista do dia 15 de março

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Quem banca a marcha golpista no Brasil

Por Antonio Carlos, no site Outras Palavras, divulgado pelo Blog do Miro

David Koch se divertia dizendo que fazia parte “da maior companhia da qual você nunca ouviu falar”. Um dos poderosos irmãos Koch, donos da segunda maior empresa privada dos Estados Unidos com um ingresso anual de 115 bilhões de dólares, eles só se tornaram conhecidos por suas maldosas operações no cenário político do país.

Se esses poderosos personagens são desconhecidos nos Estados Unidos, o que se dirá no Brasil? No entanto eles estão diretamente envolvidos nas convocações para o protesto do dia 15 de março pela deposição da presidenta Dilma. Continuar lendo

Pesquisas comprovam caráter elitista dos atos do dia 15 de março

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Pesquisas publicadas na Folha de S. Paulo (Datafolha) e na Gazeta do Povo (Paraná Pesquisas) apontam o caráter elitista das pessoas que participaram dos atos do dia 15 de março de 2015, na capital de São Paulo e em Curitiba, capital do Paraná, respectivamente.

Em São Paulo 82% dos manifestantes do dia 15 votaram em Aécio Neves (PSDB), o que comprova que são pessoas indignadas pelo tucano não ter vencido a eleição da presidenta Dilma Rousseff (PT) em 2014. Uma elite privilegiada de 76% dos manifestantes têm nível superior. E o partido mais citado como de preferência dessas pessoas é o PSDB (37%). 74% dos manifestantes de São Paulo nunca haviam se manifestado antes. Ou seja, nunca saíram às ruas pelo fim da Ditadura, se mantiveram em casa nas Diretas Já, não foram cara-pintadas pelo Impeachment de Collor, não foram às ruas nas jornadas de junho de 2013, nunca se indignaram pelos problemas sociais brasileiros. São pessoas que não aceitam que os pobres caminhem para a classe-média e querem se manter no topo da pirâmide social brasileira.

Em Curitiba saíram às ruas no domingo pessoas que querem o Impeachment de Dilma (85,24%), mesmo não existindo respaldo legal, preferem o PSDB (33,81%), votaram em Aécio (77,62%), têm curso superior (63%) e se declararam de direita.

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