O concurso público para o cargo de gari no Município de Cambé/PR, cujo prefeito é João Dalmacio Pavinato (PSDB), realizado no último domingo (25), exigiu conhecimentos de “atualidades”. Até aqui tudo bem, se fossem exigidos, por exemplo, conhecimentos atuais básicos sobre o que acontece no Brasil e no mundo nas áreas relativas à Administração Pública, economia, cultura, etc.
Mas a prova elaborada pela Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (FUNTEF-PR), uma fundação privada de apoio à Universidade (cujo o modelo eu questiono bastante), fez uma prova exigindo conhecimentos de atualidade sobre porcarias da TV e da música, valendo 1/4 da prova.
Exigência de conhecimento sobre a crise européia? Não, preferiram exigir que o candidato conheça o que é transmitido no programa Zorra Total, uma porcaria da TV Brasileira.
Conhecimentos sobre a Semana de Arte Moderna de 1922? Não, foi necessário conhecer o que é noticiado nas revistas de fofoca mais rasteiras, que noticiam tudo sobre a vida pessoal dos sertanejos:
Tudo bem, poderia ser exigida cultura novelística. Que tal então exigir um pouco de história da novela sobre tramas como Roque Santeiro e Vale Tudo, com críticas políticas e sociais. Mas não:
Sem comentários sobre a próxima questão:
O que passou pela cabeça de quem formulou a prova? Que os garis devem ser todos ignorantes e com gosto cultural duvidoso? Isso é um total absurdo e para mim servirá para sempre como exemplo em minhas aulas de Direito Administrativo sobre como NÃO DEVE SER FEITA UMA PROVA DE CONCURSO PÚBLICO!
Mas foi bom isso acontecer para que comecemos a rediscutir o papel do concurso público no Brasil. Se é para quem sabe mais decorar dispositivos legais, ou no caso em em tela, saber mais sobre o lixo da nossa cultura, ou quem realmente é o mais capacitado para ser um agente ou servidor público realmente competente e comprometido com a coisa pública.
Para quem acha que isso é uma brincadeira, acesse a prova no site da fundação privada, clique aqui.
Seria cômico se não fosse triste!
Sem palavras…
CurtirCurtir
Dizer o que? Se tivesse feito essa prova teria tirado zero! Não sei nenhuma das respostas, não sabia que para ser lixeiro precisava conhecer tanto assim de lixo, pensei que era só recolher.
CurtirCurtir
É desse jeito que o Nosso Brasil vai pra frente!! Que Vergonha e ainda mais de isso ter ocorrido em nosso Belo Estado!!
CurtirCurtir
para passar nessa prova era só comprar a revista contigo ou assistir o leão lobo ou o nelson rubens na tv fama da redeteve.
CurtirCurtir
Seria cômico, se não fosse triste…(2)
CurtirCurtir
Francamente, estamos nivelando por baixo.
Uma Instituição Federal com este nível de cultura e apresentação, mesmo sendo para ensino primário, mostra o atual pensamento de alguns gestores que não possuem a mínima condição de ocupar os cargos que estão “bionicamente” e elaborar uma prova que abrange atualidades neste nível com a vastidão de temas mais cultos existentes, mostra a intensão de desaprendizado de nosso País. Fico profundamente indignado com a matéria e se não fosse trágico, realmente seria cômico. É mais um tapa na cara da sociedade, dada por aqueles que se perpetuam no poder. Uma Fundação que se preze não deveria se quer permitir a publicidade deste, muito menos cobrar em um concurso público tal material, é uma vergonha. Nada mais me surpreende vindo de onde vem. Ou estou errado???????
CurtirCurtir
Apenas lembrando que quem fez a prova não foi a UTFPR, mas uma fundação privada.
CurtirCurtir
Ou seja se você não engole esse lixo que a industria pop fabrica aos montes, não é qualificado o suficiente para um cargo público! Isso explica muita coisa, nesse Estado e no País!
É o mesmo que atestar que garis não tem conhecimentos maiores que esta porcaria toda! Um absurdo, sem tamanho. Um desrespeito com a inteligência alheia.
CurtirCurtir
Você está errado! Quem fez a prova foi Fundação de Apoio à Educação, Pesquisa e Desenvolvimento Científico e Tecnológico da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná do câmpus Cornélio Procópio.
CurtirCurtir