“O governo Beto Richa nem começou”

Celso Nascimento

Governo Beto Richa: fim do começo ou começo do fim?

Eram notoriamente exageradas as notícias que anunciavam para o último dia 21 o fim do mundo. Sobrevivemos todos ao Calendário Maia e seguimos em frente marcando o tempo pelo Gregoriano. Assim, nos é possível ainda comemorar alegremente o Natal de 2012 e soltar foguetes na passagem para 2013. Nem por isso, neste espaço de análise política do jornal, podemos fugir à realidade de que, não o mundo, mas pelo menos a primeira metade do mandato de Beto Richa obedeceu à previsão maia, isto é, chegou ao fim.

Talvez o governador, tomado pelo mesmo contido ânimo do estadista britânico Winston Churchill após derrotar o exército nazista no Norte da África, na Segunda Guerra, pudesse agora repetir: “Este não é o fim, não é nem o começo do fim, mas é, talvez, o fim do começo”. A grande questão, porém, no caso do governo Richa, é saber distinguir com precisão cada uma dessas etapas do tempo.

Por exemplo: observando os resultados políticos e administrativos dos dois primeiros anos do mandato, seria possível afirmar que seu governo um dia começou? Se nem começou, não há como dizer que terminou uma primeira etapa. Pela mesma lógica, portanto, também não há como afirmar que, em 1º de janeiro, se dará o começo do fim.

Complicado, né? Mas tentemos entender. Do ponto de vista administrativo, é generalizado o consenso (entre amigos e adversários) de que Richa não deixou marcas importantes nesses 24 meses no comando do estado. Nem mesmo parece ter aproveitado esse tempo para definir rumos e dotar o estado e o governo de condições para persegui-los. Passou distante, portanto, daquilo que, na campanha, definiu como choque de gestão, um novo jeito de governar. Não há sinais aparentes de que tenha conseguido atingir tais objetivos dada a paralisia que acomete a maioria dos setores governamentais.

Do ponto de vista político, o fato mais marcante foi a aposta errada que fez na eleição de Curitiba. Desfez-se do candidato natural do seu partido, o PSDB, Gustavo Fruet, e jogou suas fichas na reeleição de Luciano Ducci, do PSB. Perdeu não só o pleito: ao colocar o vitorioso Fruet no colo do PT, abriu também uma fenda enorme no projeto da própria reeleição em 2014.

No interior não teve muito melhor sorte. Perdeu Londrina e, nos demais grandes colégios, elegeu somente candidatos de partidos aliados. O seu PSDB ficou com apenas 38 municípios que, somados, representam 350 mil votos num universo de 7 milhões de eleitores.

Diz-se que, ao cooptar os deputados do PMDB e desbancar a pretensão do senador Roberto Requião de presidir o partido, obteve sua primeira grande vitória política desde que assumiu o governo. De fato, talvez tenha inviabilizado a tentativa de Requião de concorrer ao Palácio Iguaçu, mas isto não é garantia suficiente para manter o PMDB unido e aliado até 2014, pois forças poderosas vindas do Planalto Central, interessadas na reeleição de Dilma Rousseff e na eleição de Gleisi Hoffmann, certamente se alevantarão.

A vitória sobre Requião está lhe custando caro sob outro aspecto. Richa esperava marcar o “começo do fim” do mandato com fornadas de empréstimos que lhe permitissem realizar obras. Com o voto contra de Requião no Senado, o primeiro financiamento, de US$ 350 milhões, só voltará à discussão no ano que vem. Outras autorizações que dependem do Senado, totalizando perto de R$ 1,3 bilhão, podem passar pela mesma dificuldade.

Isso tudo não é exatamente o fim do mundo, mas, por essas e outras, não há dúvida de que, se marcarem outra data para o Juízo Final, o Paraná chegará atrasado.

Hoje na Gazeta do Povo

8 comentários sobre ““O governo Beto Richa nem começou”

  1. Oi Celço, acrescento a sua análise um conteúdo que acho importante. A Revolução de Costumes Políticos Eleitorais iniciada no fim do mundo de Curitiba em 2012 pode contaminar todas as reeleições de políticos do Paraná, É chegada a hora da Cidadania Curitibana e Paranaense recuperar o atraso de 22 anos de “obduzidos” “Institucionais” e derrubar todos dos 24 anos de DITADURAS DOS GOVERNADORES EM 2014.. FELIZ 2013.

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  2. Pingback: FATOS & FOTOS
    • TARSO COM BETO RICHA E O PSDB E COM ROBERTO REQUIÃO E O PMDB É O PARANÁ SENDO IMPLODIDO (INTERNAMENTE) E EXPLODIDO (EXTERNAMENTE)!
      DE TUDO QUE SAIU NA IMPRENSA, PODEMOS DEDUZIR O SEGUINTE:

      1 – O Senador Roberto Requião um ex-governador do estado, querendo atingir o seu desafeto e inimigo político que é o governador Beto Richa de certa forma prejudicou os paranaenses. Considerada uma vingança de Roberto Requião depois de sua derrota na convenção do PMDB paranaense, vencida pelo grupo do deputado federal Osmar Serraglio que se vendeu e vendeu parte do PMDB para ficarem mais próximos de Beto Richa.
      2 – A sua intervenção baseada no rancor segundo muitos foi desastrada, pois, o Senado deixou de aprovar um empréstimo de US$ 350 milhões do Banco Mundial, atrasando investimentos nas áreas de educação, saúde, agricultura, meio ambiente, segurança pública e melhorias na gestão pública do estado que segundo a opinião pública imparcial sofrem com o mal governo de Beto Richa. Roberto Requião se opôs, alegando querer mais detalhes sobre a destinação dos recursos.
      3 – O empréstimo foi aprovado pelo Ministério da Fazenda, pela Secretaria do Tesouro Nacional, pela Comissão de Financiamentos Externos do Ministério do Planejamento, pela presidente Dilma Rousseff e até mesmo pela ministra Gleisi Hoffmann forte candidata ao governo do estado em 2014 e possível eleita ao cargo com quem Beto Richa anda tendo desentendimentos inclusive em público por causa da redução da tarifa de energia elétrica e segundo ela por ver “o Paraná afundar com administração atual”.
      4 – Roberto Requião se justifica afirmando, como se já não houvesse informações suficientes, que não queria “votar no escuro!” Mas três ministérios, o Tesouro Nacional e a Presidente da República já tinham dado seus avais! Roberto Requião certamente não estaria “no escuro” se tivesse participado de uma reunião em maio deste ano, na qual quatro secretários de Estado detalharam à bancada paranaense o plano de empréstimos pretendidos pelo Paraná. E, ainda que tivesse bons motivos para faltar, o senador teve tempo suficiente para se informar a respeito, como fizeram Alvaro Dias (PSDB) e Sérgio Souza (PMDB), que também não estiveram no encontro de maio: na época, eles disseram esperar mais detalhes; nesta semana, afirmaram que votariam a favor do empréstimo.
      Resumindo depois de todo esse histórico podemos até dar razão em partes ao (des) governador Beto Richa quando ele diz “que o Paraná foi traído por Roberto Requião!”
      Mas tem um detalhe: Por que ele o desgastado político Beto Richa foi se meter como “um parasita faminto por apoio no intestino grosso do PMDB”?

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  3. Tarso, blz !!
    Esse g”u”verno Beto Richa, FOI, É e SERÁ um Fiasco.
    E muitos eleitores apostaram n’ele.
    Tarso, a você e sua Família, um Feliz Natal !!!

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  4. O governo Beto ainda não começou mesmo, só o que ele precisa e para com as mentiras e descursos de olofote para imprensa, na area de segurança falou-se em investimento só engodo, divulga a maior contratação de policiais mais o concurso ´so foi liberado agora estes policiais estaram prontos no final do ano que vem, e as viaturas no litoral algumas novas sem placa que ficam parada na orla pois estam irregulares e não podem circular e alendo mais tiraram viaturas de Curitiba para falar que houve um investimento maior neste ano no litoral, cobriram um santo descobrindo outro, é muita mentira!!!!!! e não tem tanto policiais ne bombeiros no litoral como divulgam, mas o povo enganado e se tibver sorte de não dar nenhum acontecimento grave no litoral ou Curitiba tudo bem….Vamos abrir o olho….

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