Atualizado em 14.08.2013, 23h40
Tudo é muito estranho no Brasil e no Paraná.
O Congresso em Foco é um site que faz uma cobertura do Congresso Nacional e que desde 2010 mantém parceria com o portal Universo Online – UOL, do grupo da Folha de S. Paulo.
Esse site organiza um prêmio que é concedido aos melhores senadores e deputados federais do Brasil, e é patrocinado pela Ambev, fábrica de cerveja que congrega a Brahma, Skol, Antarctica, Bohemia, entre outras.
O Prêmio Congresso em Foco premia os parlamentares em várias categorias, como “Parlamentares de Futuro”, “Destaque na Defesa da Democracia”, “Destaque na Defesa dos Consumidores”, “Destaque na Defesa da Seguridade Social e dos Servidores Públicos”, “Destaque na Gestão Pública”, “Destaque no Combate ao Crime Organizado”, “Destaque na Defesa do Desenvolvimento Econômico” e “Destaque na Defesa da Educação”.
Neste ano votei em vários ótimos congressistas paranaenses e brasileiros, como por exemplo Eduardo Suplicy (PT-SP), Jean Wyllys (Psol-RJ), Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), Cristovam Buarque (PDT-DF), Alessandro Molon (PT-RJ), Luiza Erundina (PSB-SP), Paulo Teixeira (PT-SP), Pedro Simon (PMDB-RS), Doutor Rosinha (PT-PR), Angelo Vanhoni (PT-PR), João Arruda (PMDB), entre outros.
Como entendo que Roberto Requião (PMDB) tem uma essencial atuação contra o neoliberalismo e o gerencialismo e em defesa do Estado Social, Republicano e Democrático de Direito, eu quis votar no senador paranaense nas categorias “Destaque na Defesa da Democracia”, “Destaque na Defesa da Seguridade Social e dos Servidores Públicos”, “Destaque na Gestão Pública”, “Destaque na Defesa do Desenvolvimento Econômico” e “Destaque na Defesa da Educação”.
Eis que procuro seu nome na lista e não o acho.
Envio um e-mail reclamando para o Congresso em Foco, que me responde que no regulamento do Prêmio Congresso em Foco 2013 não podem participar parlamentares “acusados de práticas criminosas em inquéritos ou ações penais em andamento no Supremo Tribunal Federal”, e que o senador “Roberto Requião responde a uma ação penal e três inquéritos no STF”.
É verdade. Requião responde a esses inquéritos e processo.
Mas algum por corrupção? Não!
Algum por improbidade administrativa? Não!
Todos por crimes de opinião, quando Requião critica de forma mais áspera seus opositores neoliberais-gerenciais.
O próprio site Congresso em Foco informa: “Conhecido pela língua ferina, o ex-governador do Paraná responde a quatro investigações no Supremo por calúnia, difamação e injúria: duas ações penais (607 e 584) e dois inquéritos (3094 e 3100). Também é investigado em inquéritos por desacato (3432), crimes de responsabilidade (3299) e questões eleitorais (3225). A ação 584 é movida pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que cobra responsabilização criminal do senador que o acusou, em 2010, de ter lhe proposto o superfaturamento de uma obra ferroviária”.
E nenhuma ação transitou em julgado. E o princípio constitucional da presunção de inocência?
Requião sempre diz que se verificar um ladrão batendo a carteira de um cidadão e gritar “pega ladrão!”, é mais fácil a Justiça condená-lo do que o próprio ladrão.
Esses tipo de processos de seus opositores são verdadeiros troféus para Requião, e não motivo para impedi-lo de participar de um prêmio como esse.
Notinha final: a Ambev, fábrica de cervejas, que patrocina o prêmio, vai abrir fábrica no Paraná e hoje o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), divulgou em seu Facebook com orgulho e como se fosse garoto propaganda, a instalação da fábrica no Paraná. Ao mesmo tempo que baixou o imposto das bebidas alcoólicas e aumentou as tarifas da água e luz no estado. E nada de instalar a Defensoria Pública do Paraná.
Há algo de podre no Reino da Dinamarca!
Por favor 2014, chega logo!