Parte da reportagem publicada na revista Carta Capital em 10.05.2017 de René Ruschel:
https://www.cartacapital.com.br/politica/a-liberdade-de-lula-e-a-nossa-liberdade
Se a juventude é a esperança de um futuro melhor, a experiência e a sabedoria do passado não podem ser esquecidas. No vai e vem de pessoas que transitam pelo acampamento, a professora aposentada Roseni Cabral Violin, 77 anos, chama a atenção. Passos lentos, amparada pelo filho, caminha e observa tudo o que vê. “Sempre fui muito preocupada com as questões sociais” afirmou. Na adolescência, fez parte da Juventude Estudantil Católica (JEC), um movimento ligado à Igreja Católica que teve grande importância na resistência à ditadura militar de 64.
Depois, o casamento com um físico, professor da USP e os filhos, fizeram-na abandonar a militância política. “Na sala de aula, como professora, continuei engajada na discussão das questões sociais com os jovens”. Para ela, a juventude hoje perdeu um pouco daquele ímpeto de sua geração. “Às vezes penso que nossa geração falhou em alguma coisa. Mas também reconheço que os tempos são outros. Acho que o consumismo exagerado mudou o perfil da juventude. Precisam ser mais atuantes, mais ousados. Por isso estou aqui hoje. Vejo neles toda a força que necessitamos para mudar o Brasil. Sou otimista e acredito na juventude”.
Só que tem uma coisa. Vejo muitos jovens participativos e empenhados em movimentos sociais, Diretórios Estudantis, Partidos e etc. e tal, mas existe um porém com relação a repressão. Os milicos para conter a manifestação que vai pra rua para reivindicar os seus direitos, ou mata ou aleija. Não sou jovem, mas estou indo às manifestações lado a lado com muitos jovens no Rio de Janeiro. Mas teve um dia a repressão foi tão violenta, com bomba de gás de todo tipo, que hoje só fico pigarreando como se algo tivesse preso na minha garganta e tive um pisoteamento em um dois pés que já têm mais de 5 meses que estou mancando. O médico só diz descansando… é só descanso… Só estou descansando, mas até agora, nada de parar a dor. Infelizmente, são os ossos do ofício. Agora, o que acho é que temos que nos organizar e sair preparado seja de que maneira for. Se estamos entrando em uma guerra, não vamos colocar esse negócio, de Paz e Amor. Sou mais a filosofia do Malcom X do que Martin Luther King que infelizmente, os dois e dentre outros acabaram assassinados.
E outra, Roseni é mais ou menos a minha idade, provavelmente, fez parte também da minha geração. E não concordo, quando ela diz, que “a nossa geração falhou em alguma coisa…”. Que ela me desculpe, acho que não. A nossa geração abriu caminhos, e a geração seguinte e outras mais, é que tem que dar continuidade aos avanços conquistados, nem que seja na base do confronto. Namastê para todos.
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