Bizarrices do Ministério da Educação e o Curso de Direito da UFPR

IMG_2052

Até as estátuas da Praça Santos Andrade sabem que os estudantes das Universidades Federais – estudantes do curso de Direito inclusive – têm boicotado sistematicamente as provas que são feitas pelo MEC para avaliar a qualidade dos estudantes. Assim era na época do “Provão” do FHC e assim ainda é na prova do ENADE, que existe desde o governo Lula. Isso faz com que alguns dos melhores cursos do Brasil (que estão nas universidades públicas federais) tenham um conceito “oficial” baixo, já que essa prova boicotada pelos estudantes compõe quase todo o conceito na avaliação do curso. Até aí, nenhuma novidade. Acontece que por força de uma previsão numa Portaria do Ministério da Educação, depois da terceira nota baixa no ENADE, o Ministério deve fazer uma inspeção “in loco” no curso que tem tido notas baixas para aferir a existência de problemas de qualidade.

Esse pode ser o caso do curso de Direito da UFPR. Pode ser, porque se espera que recaia um pingo de bom senso nas autoridades responsáveis e não seja jogado dinheiro público no lixo com passagens para consultores e com um procedimento de avaliação num curso que todos reconhecem como um dos melhores do Brasil – sempre está entre os primeiros do país nos resultados do teste nacional da OAB (lembrando que temos mais de 1100 Faculdades de Direito) e tem o programa de pós-graduação melhor avaliado no Brasil, de acordo com o mesmo MEC. Num tempo em que trombamos em cada esquina com um curso de Direito (só em Curitiba e região metropolitana temos mais de 30), uma inspeção do MEC na UFPR e em seu centenário curso de Direito seria um belo exemplo de desperdício.

Recentemente o MEC já protagonizou um vexame nacional ao divulgar a lista dos melhores cursos de Direito do Brasil (sempre de acordo com seus atuais critérios de avaliação). Pra quem esperava ver instituições como a USP, a UFPR ou UFMG, acabou descobrindo que os melhores cursos estão em Faculdades privadas do interior paulista com sede em Catanduva, Bauru, Jaboticabal e Santos (clique aqui). Quem sabe agora seja uma boa ocasião para as próprias autoridades começarem a revisar os critérios oficiais de avaliação dos cursos superiores. E também, quem sabe, para os estudantes começarem a repensar se boicotar as provas que o MEC faz para aferir a qualidades dos cursos é uma boa estratégia para protestar por melhores condições de ensino.

Publicidade

Datafolha Senado: Alvaro Dias em 1º, Gomyde em 2º, Marcelo Almeida em 3º e Piva em 4º

Senador-Alvaro-Dias-PSDB-PRFoto-Roberto-Stuckert-Filho

Na Pesquisa Datafolha para o Senado divulgada hoje o senador Álvaro Dias (PSDB) tem 57% das intenções de voto, Ricardo Gomyde (PCdoB) 4%, Marcelo Almeida (PMDB) e Professor Piva (PSOL) 3% cada, Mauri Viana (PRP) 2%, Adilson Senador da Família (PRTB) e Luiz Barbara (PTC) 1% cada e Castagna (PSTU) não pontuou. Branco/nulo/nenhum 10% e não sabe 19%.

Pesquisa realizada entre os dias 12 e 14 de agosto, com 1.226 eleitores em 46 municípios do Paraná, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%, e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o número 00014/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00358/2014.

O PT errou ao não indicar o deputado Doutor Rosinha como candidato ao senado, mas Gomyde, Almeida ou Piva têm totais condições de vencerem o Alvaro. Quem dos três despontar mais nas pesquisas, provavelmente receberá o voto útil dos paranaenses desgostosos com Dias que está no Senado desde 1983, com pequenas interrupções.

Dias ainda será prejudicado com as péssimas campanhas de Beto Richa e Aécio Neves, que estão em baixa.

Requião tem tudo para ser o governador do Paraná pela quarta vez

1404745529_postimg__campanha_png

O senador Roberto Requião (PMDB) tem tudo para ser o governador do Paraná pela quarta vez. Foi governador entre 1991-1994, 2003-2006 e 2007-2010, e atualmente é o favorito para vencer a eleições do Estado pela quarta vez.

Requião não saiu com ótima aprovação em 2010, mas mesmo assim venceu a eleição para senador.

Muitos o atacavam pela centralização do poder e pelo nepotismo, mas após quase quatro anos de governo de Carlos Alberto Richa (PSDB), vulgo Beto Richa, os paranaenses estão percebendo que o nepotismo tucano é pior, e a falta de comando e competência de Richa quebrou o Paraná.

Requião quase ficou de fora da disputa, pois vários deputados e o ex-vice-governador Orlando Pessuti queria que o PMDB apoiasse Beto, com a indicação da vice. Requião os venceu internamente.

A pesquisa Datafolha divulgada hoje aponta empate técnico entre Beto Richa e Requião. A senadora e ex-Ministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT) está em terceiro lugar e se o primeiro turno acabar assim, Beto e Requião vão para o segundo turno e a tendência seria os votos de Gleisi migrarem quase todos para Requião.

Os debates na TV nem começaram, e a tendência é Requião ser o vencedor desses duelos, pois é o mais carismático e com melhor oratória dos três concorrentes.

Requião ainda pode vir a ser apoiado pela agora possível candidata a presidenta Marina Silva (PSB), sendo que Eduardo Campos apoiaria Richa. Muitos eleitores da presidenta Dilma Rousseff (PT) também votarão em Requião.

Requião virá com um discurso de defesa dos movimentos sociais, dos pequenos empresários e do Estado de Bem-Estar Social desenvolvimentista, e já mostrou que é possível governar sem privatizar e garantir o desenvolvimento econômico e social do Estado em seus outros governos.

Gleisi, com sua bela propaganda e bem preparada por sua competente equipe ainda pode crescer e tirar Beto Richa do segundo turno, como ocorreu com o candidato do governador em Curitiba, Luciano Ducci (PSB), prefeito de Curitiba que tentou a reeleição e perdeu ainda no primeiro turno.

Nesse caso seria uma bela disputa no segundo turno, com resultado imprevisível.

Datafolha: Beto Richa cai e está empatado com Requião

O instituto de pesquisas Datafolha, contratado pela RPC/Globo e Folha de S. Paulo, acabou de divulgar pesquisa para a disputa ao governo do Estado do Paraná.

Há empate técnico!

O governador Beto Richa (PSDB), que tenta a reeleição, está com 39% (pode estar com 36% pela margem de erro), o senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB) tem 33% (pode estar com 36% na margem de erro), a senadora e ex-Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), tem 11% (pode estar com 14% na margem de erro), Bernardo Pilotto (PSOL) e Ogier Buchi (PRP) 1% cada um, e os candidatos Geonisio Marinho (PRTB), Rodrigo Tomazini (PSTU) e Tulio Bandeira (PTC) não chegam a 1%. Brancos e nulos 5% e não sabe ou não respondeu 10%.

Na rejeição os dois também estão empatados: Requião tem 27% (pode estar com apenas 24%pela margem de erro) e Beto tem 23% (pode estar com 26% pela margem de erro).

A tendência é de Beto Richa perder as eleições, pois os votos de Gleisi iriam todos para Requião no segundo turno.

Pesquisa realizada entre os dias 12 e 14 de agosto, com 1.226 eleitores em 46 municípios do Paraná, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança de 95%. Registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) sob o número 00014/2014 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00358/2014.

Na última pesquisa publicada, em dezembro de 2013, o Instituto Paraná Pesquisas/Gazeta do Povo apontava o governador Beto Richa (PSDB) com 42%, a senadora Gleisi Hoffmann (PT) 23% e o senador Roberto Requião (PMDB) 19%, com margem de erro de 2,5 pontos porcentuais. Requião tinha 28% de rejeição, Richa 14% e Gleisi 11%. No 2º turno: Richa 54% X Gleisi 32%, Richa 57% X Requião 28%. Espontânea: Richa 15%, Requião 5%, Gleisi 3%.

Em outubro/2013 o Instituto Paraná Pesquisas apontava Richa com 43,8%, Gleisi 23,2% e Requião 20,7%. A Paraná Pesquisas entrevistou 2.512 eleitores entre 30 de setembro e 6 de outubro, em 90 municípios do Paraná, com margem de erro de 2%.

Em agosto/2013 o mesmo Instituto apontava Beto com 39%, Gleisi 24% e Requião 21%. Pesquisa realizada nos dias 10 a 14 de agosto, em 72 municípios do Paraná, com 1.503 eleitores, e margem de erro de 2,5 pontos porcentuais.

O que muda nas eleições após a tragédia com Eduardo Campos?

Eduardo-Campos-Marina-Silva-Manaus_ACRIMA20140813_0027_15

Com a morte do presidenciável Eduardo Campos (PSB), que estava em terceiro lugar em todas as pesquisas, eis o que muda nas eleições para o cargo de presidente da República:

1. Provavelmente será sua até então vice, Marina Silva (PSB, ex-PT, ex-PV), a substituta a ser escolhida pelo PSB, por mais que a ex-petista e ex-verde não agrade a muita gente dentro do PSB. Provavelmente o PSB vai exigir um compromisso moral de Marina para que ela não saia do PSB para a Rede Sustentabilidade nos quatro anos do seu primeiro mandato, se eleita.

2. Provavelmente a presidenta Dilma Rousseff (PT) ainda vencerá no primeiro turno, conforme indicam as pesquisas até aqui.

3. Provavelmente quem ficará em segundo lugar será Marina, e não o até então segundo colocado Aécio Neves (PSDB).

4. Dilma vai ganhar votos que eram de Eduardo no Nordeste.

5. Marina vai ganhar pontos percentuais mais rapidamente do que Campos conquistaria, por ser mais conhecida por já ter ficado em terceiro lugar nas eleições de 2010 com vinte milhões de votos.

6. Votos que eram de Eduardo de pessoas preconceituosoas contra mulheres e trabalhadores vão migrar para Aécio, e não para Marina.

7. Marina vai ganhar mais votos de evangélicos do que Campos.

8. Caso ocorra 2º turno, Marina vai dar um pouco mais de trabalho para a presidenta Dilma do que daria Aécio.

9. O vice de Marina será Luiz Erundina (PSB, menos provável, infelizmente), Romário (PSB, talvez ele não queira entrar nessa barca furada, por estar quase certa sua eleições como senador do Rio de Janeiro), o governador do Espírito Santo Renato Casagrande (PSB), o governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB), ou a coligação fará a grande besteira de colocar como vices os membros do PPS Roberto Freire ou Rubens Bueno.

E tenho dito…

Pesquisa aponta que aeroportos estatais são mais eficientes do que os privados

Captura de Tela 2014-08-15 às 00.42.09

O aeroporto internacional de Curitiba (São José dos Pinhais), Afonso Pena, um aeroporto estatal, com gestão estatal realizada pela Infraero, todo o trimestre é eleito pelos passageiros como o melhor do país, segundo levantamento da Secretaria de Aviação Civil. No levantamento do 2º trimestre de 2014 não foi diferente, com nota 4,10 (de 0 a 5).

Desde 2013 todo o trimestre é exarado o Relatório Geral dos Indicadores de Desempenho Operacional em Aeroportos, pesquisa coordenada pela Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República – SAC.

No 2º trimestre de 2014 foi realizada pesquisa com 15856 usuários da aviação civil, no momento em que estavam dentro dos aeroportos. Atribuíram notas a itens como preço do estacionamento, disponibilidade de carrinhos para bagagem, tempo de espera na fila, cordialidade no atendimento, limpeza dos banheiros, restituição de bagagem, informação de voo, internet e também a satisfação geral com o aeroporto, nos 15 dos maiores aeroportos do país.

Enquanto isso o maior aeroporto do Brasil, o de Guarulhos, que é gerido por empresas privadas, cada vez piora mais a sua gestão, que é considerada ineficiente, com nota 3,09. Sua colocação vem piorando, era o 9º, depois 13º, 14º, e agora é o 15º lugar (último) entre os aeroportos analisados.

Infelizmente o governo federal, pressionado pelo mercado financeiro e políticos neoliberais, concedeu para a iniciativa privada os aeroportos de Viracopos/Campinas, Guarulhos/SP, Brasília/DF, Galeão/RJ e Confins/MG, cuja maioria piorou na eficiência com a privatização.

A pesquisa desmente novamente a falácia de que a iniciativa privada é mais eficiente do que a Administração Pública.

Veja o relatório completo, clique aqui.

vista_aerea_afonso_pena_aeroporto_051112