
Os manifestantes questionaram as privatizações do governo do Paraná, Beto Richa (PSDB), na frente do Palácio Iguaçu. Fotos da Gazeta do Povo

O início das manifestações foram na frente do símbolo de Curitiba, o prédio histórico da UFPR, a melhor universidade do Paraná, pública e estatal

Para quem até agora não entendeu o que os jovens manifestantes em todo o país estão exigindo, explico. Os ativistas são anti-privatizações!
Em São Paulo as manifestações começaram contra os altos lucros das concessionárias privadas de serviços de transporte coletivo na cidade, e aumentou com a resposta truculenta da Polícia Militar e do governo de São Paulo contra o movimento passe livre – MPL.
Em Curitiba as manifestações começaram com a 1ª Farofada no Granito, que questionou a privatização das calçadas de granito no Batel e exigiu a democratização do uso dos bens públicos na cidade.
Em várias outras cidades do país o movimento começou contra a insegurança pública e a cada vez maior necessidade de seguranças privadas e surgimento de milícias privadas.
Em determinados municípios o movimento começou contra os altos lucros das empreiteiras em obras da Copa do Mundo, com possibilidade de superfaturamento em contratos derivados de licitações mal feitas pela Administração Pública federal, estaduais e municipais.
Em certos movimentos foi exigida a reforma política com o financiamento público de campanha, o que vai desprivatizar as eleições no Brasil.
Muitos ativistas questionam as privatizações da saúde realizadas por meio de OSs.
Outros querem a democratização dos meios de comunicação no Brasil, pois as grandes rádios e TVs são quase todas privadas, o que não respeita a Constituição.
Os manifestantes ainda questionam o Poder Legislativo federal, estaduais e municipais. O apoderamento de interesses privados, principalmente de grandes empresas privadas, inclusive os empresários do agronegócio e igrejas em detrimento do interesse público é algo presente nas casas legislativas e deve ser combatido.
Os ativistas ainda questionam a corrupção existente na Administração Pública federal, estaduais e municipais, e todos nós sabemos que a corrupção ocorre principlmante por meio de privatizações e terceirizações, em contratos administrativos com empresas privadas.
Por que a tarifa de ônibus é cara e o serviço é ineficiente? Em todas as grandes cidades o serviço público de transporte é privatizado por meio de concessões de serviços públicos. Altos lucros para os grandes empresarios privados. Que tal um transporte coletivo totalmente gratuito, público e estatal?
Por que o povo não tem saúde e educação pública, estatal e de qualidade? Pouco investimento dos governos federal, estaduais e municipais e privatização da saúde e educação, o que que transforma esses dois serviços sociais em simples mercadorias.
Sobre a Copa do Mundo, defendo sua realização no Brasil. A maioria dos estádios e infraestrutura que estão sendo construídos é benéfica para os brasileiros a médio e longo prazo. É claro que as privatizações por meio da contratação de empreiteiras geram corrupção nos âmbitos municipais, estaduais e federal. Isso deve ser questionado.
Privatizações na cultura, informática, presídios, terceirizações de atividades-meio. Os exemplos são vários.
É claro que uma minoria no país saiu às ruas em defesa das candidaturas Aécio Neves (PSDB) ou Marina Silva (Rede), pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), ou mesmo para depredar bens públicos e privados. Mas a grande maioria é consciente de que o que o Brasil precisa é de um Estado cada vez mais Social e Democrático de Direito, como manda a Constituição de 1988, e uma Administração Pública profissionalizada, organizada, democrática e participativa, sem privatizações.
Muitos manifestantes podem não saber, mas são contrários ao neoliberalismo-gerencial.
Viva a sociedade civil organizada!

Manifestações em São Paulo, que acabaram no Palácio do Governo Geraldo Alckmin (PSDB). Foto da Folha de S. Paulo
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