
Júnior Pamplona, 38, sócio-gerente do bufê Bela Sintra, prefere autônomos conhecidos. Foto de Gabo Morales/Folhapress
Hoje na Folha de S. Paulo
Pequenas empresas também têm dúvidas na opção entre CLT ou PJ
Júnior Pamplona, 38, sócio-gerente do bufê Bela Sintra, prefere autônomos conhecidos. Foto de Gabo Morales/Folhapress
Hoje na Folha de S. Paulo
Pequenas empresas também têm dúvidas na opção entre CLT ou PJ
O grupo político do PSDB do Paraná, comandado pelo governador Beto Richa, está em franca decadência depois de uma rápida ascensão. Senão vejamos: Como sabemos, Richa se elegeu prefeito de Curitiba em 2.004, foi reeleito em 2.008 e, logo em seguida, 2.010, foi eleito governador do estado do Paraná.
Ao assumir o governo em 1° de janeiro de 2.011 em seu discurso de posse, não faltaram arroubos de que, o Paraná, a partir daquele instante viveria uma nova era de realizações. Ledo engano.
Constatar-se-ia mais tarde que o discurso era vazio, cheio de promessas demagógicas, muito engodo e nada de concreto. Naquela oportunidade, para enganar a torcida, não faltaram críticas ácidas contra seus antecessores, Roberto Requião e Orlando Pessuti.
Hoje, já passados mais de 15 meses de gestão, o que vemos é uma grande decepção, que atinge todas as camadas da população. O governo Beto Richa nada apresentou de concreto, a não ser correr à Brasília com o pires na mão, em busca de recursos do governo federal. E, a cada volta de Brasília o que percebemos é um “sorriso” amarelo do governador que, por não conseguir nada, passou a tecer ácidas críticas ao governo federal. Continuar lendo
Segundo a Folha de S. Paulo de hoje, a presidenta Dilma Rousseff (PT) pretende estimular a indústria a fabricar produtos sustentáveis, o que pode baratear preços ao consumidor. Um decreto regulará as “compras verdes” da Administração Pública federal. Na Rio+20 (conferência de desenvolvimento sustentável da ONU que ocorre em junho no RJ), o governo federal vai defender que empresas também adotem percentual mínimo de compras sustentáveis.
Dilma pretende valorizar nas licitações públicas a contratação de produtos e serviços que gerem menos resíduos e que tenham menor consumo de água, matérias-primas e energia em sua fabricação. Com isso o governo pretende “dar o exemplo” e obter o compromisso público de alguns dos maiores consumidores do planeta -empresas, escolas, hotéis, hospitais, shoppings, setor público e outros- de adotarem cotas mínimas de compra de “produtos verdes” que agridam menos o ambiente.
O objetivo é criar economia de escala de produção para esses produtos, que hoje custam mais caro por conta da demanda ainda muito restrita.
Em 2011 apenas 0,07% das compras governamentais foram de produtos considerados sustentáveis. Segundo o Ministério do Planejamento, o governo já fez R$ 22,2 milhões em compras de produtos sustentáveis em 1.546 processos licitatórios desde 2010. O Programa de Contratações Públicas Sustentáveis tem 548 produtos considerados “verdes” no catálogo de materiais do Comprasnet. A primeira fase de implementação focará os produtos de almoxarifado (papelaria, embalagens e insumos do dia a dia), em seguida, deve se estender para a compra de eletroeletrônicos, e a terceira etapa envolverá produtos de limpeza.
O ex-presidente Lula já havia assinado a Lei 12.349/2010, que alterou a Lei Nacional de Licitações e Contratos Administrativos (8.666/93, art. 3º), no sentido de fixar que uma das funções da licitação é a garantia do desenvolvimento nacional sustentável.
O jornal Folha de S. Paulo, que utiliza espaço na TV Cultura de São Paulo, uma TV Pública, por meio do programa TV Folha, via reportagem do filósofo e autor de livros Luiz Felipe Pondé, critica o aeroporto de Guarulhos, dizendo que parece um “churrasco na laje”, uma “rodoviária”, por causa de pessoas que compram muito nos Estados Unidos. Só faltou o jornalista dizer que isso não é “chique”, mas disse que isso é “brega”. Uma reportagem com a cara da elite paulistana. Eles podem fazer compras no exterior, classes antigamente subalternas não podem.
Hoje na Folha de S. Paulo
O turismo religioso a Jerusalém era lucrativo. A crise culminou quando Jesus ousou bagunçar a entrada do templo. Xingou, revirou bancas. Foi executado
Jesus chegou a Jerusalém no Domingo de Ramos, que aliás então nem se chamava assim: afora sábado, nenhum dia tem nome na semana judaica.
Aristocratas saduceus (grupo de judeus de então) logo detectaram pregação subversiva: forasteiro com intenção de criar mais uma seita? Como se já não lhes bastasse aturar fariseus demagogos, essênios santarrões e zelotes fanáticos! Viria agora perturbação no modus vivendi tão custosamente negociado com os dominadores romanos?
Herodes continuava sibarítico rei da Judeia. Precisava apenas pagar a Roma parte dos impostos que arrecadava. A eles, saduceus, cabia proveitosa exploração comercial da peregrinação. Atração turística suprema no país, o templo magnífico estimulava a economia local, sobretudo na Páscoa.
Em termos políticos de hoje, saduceus e fariseus representariam a direita nacionalista, fascista, teocrática. Jesus, a esquerda universalista, democrática, até secularista (“a César…”). Referia como iguais os samaritanos, que os conservadores detestavam como hereges. Assistia mendigos, escravos, leprosos, até mulher do mau passo (“vai, e não peques mais”).
A crise culminou quando Jesus ousou bagunçar a lucrativa bolsa de câmbio instalada na entrada do templo. Ali afluíam peregrinos com moedas provindas do comércio nas lonjuras. Iam trocá-las para pagar incenso, animais dos sacrifícios rituais, bordéis, hospedagem, refeições. (Quem terá pago a Santa Ceia?)
Jesus vociferou contra a profanação. Xingou cambistas, revirou bancas, esparramou moedas escadaria abaixo.
Foi a conta. O sumo sacerdote convocou reunião de emergência do Sinédrio, que logo condenou à morte o Messias impostor.
Problema: execução era privilégio romano. Seria preciso, portanto, sanção do governador Pilatos. Levá-lo a crer, por exemplo, que o subversivo Jesus ambicionava ser rei da Judeia.
A Pilatos pouco importava quem fosse rei, desde que pagasse em dia. Percebeu a intriga e seus interesses. Mas, enfim, convinha manter a paz do status quo. Sem dizer que crucificação era um dos poucos divertimentos naquela cidade de bárbaros que nem circo tinha. Condenou.
Mesmo aturdidos, os apóstolos conseguiram se reorganizar em uma seita marginal chefiada por Tiago, um dos irmãos de Jesus. Pedro, obtuso e obstinado, preferia o cristianismo como seita judaica, interdita a incircuncisos.
Mas Paulo discordou resolutamente. (Só patrícios romanos tinham sobrenome; a qualificação “de Tarso” é gentílica.) Converter o mundo em reino de Cristo requeria sobretudo aliciamento das massas de plebeus e escravos do império romano. Embora miseráveis, sabia Paulo, a maioria deles não se sujeitaria a mutilar o pênis pela esperança de entrar no céu.
Três séculos depois, o imperador Constantino (272-337), hoje santo, admitia: o futuro estava mesmo naquele contagioso delírio coletivo. Mais astuto que reprimi-lo seria cooptar para o império aquela cruz, a infâmia sublimada em glória.
ALDO PEREIRA, 79, é ex-editorialista e colaborador especial da Folha aldopereira.argumento@uol.com.br