Charge: Comissão da Verdade

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Luciano Ducci não sabe negociar e guardas municipais podem entrar em greve em Curitiba

CARTA ABERTA

Caro Sr. Prefeito de Curitiba
Luciano Ducci

Nós guardas municipais estamos passando por um momento muito delicado em nossa carreira, e de certa forma, em nossas vidas.
Recentemente nosso contrato de trabalho foi alterado pela Administração, e consequentemente nossa escala de trabalho.
Com esta alteração, nós guardas municipais, fomos prejudicados com a redução de nossos vencimentos de forma abrupta, causando uma insatisfação generalizada em nossa base.
Isso se deu através da redução das horas extras que há muitos anos compunham uma parte de nossos rendimentos, e que eram laboradas obrigatoriamente mesmo contrariando o edital de concurso público.
Repentinamente estas horas foram suprimidas, ocasionando uma perda remuneratória de R$ 650,00 em média para cada servidor que cumpre esta escala.
Esta perda está sendo suportada com muito sacrifício por nós guardas municipais que, em virtude do ocorrido, estão atrasando aluguéis, financiamentos, inclusive contas de luz e água, que são essenciais a sua dignidade e de sua família.
Recentemente, a Administração e Guarda Municipal percebendo a movimentação dos guardas para uma provável GREVE se reuniram na prefeitura. E logo foi anunciado extra oficialmente uma reposição de R$ 300,00 no vencimento base em duas parcelas de R$ 150,00, sendo a primeira para junho e a segunda para dezembro.
Infelizmente Sr. Prefeito, esta medida paliativa não repõe o valor real de redução de rendimentos, e desta forma, levando os profissionais da Guarda Municipal a uma insatisfação e descrédito para com a Administração e o Comando da Guarda Municipal.
Nossos chefes (Chefes de Núcleos – FG-5) vivem nos pedindo um voto de confiança, porém não são votos de confiança que paga nossas contas e coloca comida na boca de nossa família.
Os produtos de primeira necessidade estão com os preços cada vez mais elevados, tornando o salário do guarda municipal cada vez mais defasado.
Infelizmente, estamos percebendo menos que dois salários mínimos para laborar uma grande quantidade de horas, e com a responsabilidade de proteger nossos cidadãos e a nossa cidade. Infelizmente, muitas outras Guardas Municipais de cidades bem menos expressivas do que nossa capital que é a 4ª economia do Brasil, está com vencimentos básicos para os seus agentes da Guarda Municipal superiores aos nossos.
Com a desvalorização que sentimos, muitos de nossos companheiros estão deixando à carreira, tornando nossa missão muito mais difícil.
Estamos atravessando um dos piores momentos de toda história da Guarda Municipal e é mais que justo e necessário que nossa situação seja apreciada pela Administração.
Estamos a um passo de um movimento de GREVE, haja vista o grau de insatisfação de nós guardas municipais.
Portanto, em uma última tentativa de chegarmos a um consenso sem que seja necessária uma ação mais extrema, esperamos que o Senhor Prefeito, intercedendo pelos trabalhadores, possa buscar uma alternativa para recompor a perda dos rendimentos salariais dos guardas municipais, sendo que o que foi proposto não é a metade do que foi retirado com a alteração da escala e da nova forma de cálculo da folha ponto.
Outrossim, aguardamos uma nova proposta da prefeitura, que valorize àqueles que são os embaixadores azuis desta cidade.
Atenciosamente:

GUARDAS MUNICIPAIS DE CURITIBA
Curitiba, 27 de Fevereiro de 2012

Governo Beto Richa “lava as mãos” sobre a destruição no litoral paranaense que se mantém um ano depois

Logo após as enchentes no litoral do Paraná o governador Beto Richa esteve lá fotografando o local. Mas nada fez um ano depois.

A Gazeta do Povo de hoje denuncia que um ano depois das enchentes que ocorreram em nosso litoral, a destruição se mantém e nada foi feito pelo governo Beto Richa (PSDB).

José Richa Filho, irmão do governador e Secretário Estadual de Infraestrutura e Logística, responsável pelas ações no litoral que não foram realizadas, disse que “foi feito o que dava para fazer”. Ele confessou que houve atrasos e colocou culpa na “burocracia”. Se não sabe lidar com a Administração Pública, por que não pede para sair?

Confessou ainda que no início do ano passado seus técnicos e gestores de confiança tinham acabado de assumir suas funções e não sabiam o que fazer.

Moradores do litoral já se arrependeram de terem eleito Beto Richa, cujo governo ainda não disse a que veio depois de um ano. Ou melhor, disse: precarizar a Administração Pública para depois privatizar, como fez Jaime Lerner.

Crise beneficia os mais ricos, diz o geógrafo David Harvey

Harvey durante debate no Fórum Social Mundial, em 2009. Foto de Janduari Simões - 29.jan.2009/Folhapress

Hoje na Folha de S. Paulo

Crise beneficia os mais ricos, diz geógrafo

Para David Harvey, a lógica das políticas de austeridade é perpetuar o desastre econômico e concentrar mais o poder

Professor vê ascensão do nacionalismo e diz esperar movimentos mais sólidos contra a desigualdade no mundo

ELEONORA DE LUCENA

DE SÃO PAULO

As políticas de austeridade perpetuam o desastre econômico. E há uma lógica por trás disso: os ricos e poderosos se beneficiam da crise, que provoca mais concentração de renda e de poder político. A análise é do geógrafo marxista David Harvey, 76.

Professor de antropologia da Universidade da Cidade de Nova York, ele fala da ascensão do pensamento de direita e espera a emergência mais sólida de movimentos contra a desigualdade.

“Até pessoas muito ricas, como Warren Buffett, reconhecem que a desigualdade foi longe demais”, afirma.

Harvey estará no Brasil nesta semana para debates em São Paulo e no Rio e para o lançamento de seu livro “O Enigma do Capital”.

Folha – Como analisa a crise?

David Harvey – As crises não são acidentes. São fundamentais para o funcionamento do capitalismo. O capital não resolve as crises, mas as move de um lugar para o outro.

Que mudanças ocorrerão?

A China está além do limite e terá problemas difíceis. Há superprodução e superinvestimento e haverá fortes pressões inflacionárias.

Como avalia o caso da Grécia?

A Grécia terá que declarar moratória e deixar o euro. No curto prazo, pode ser traumático, mas a Argentina decretou moratória e voltou mais forte. É preciso sair do euro para fazer o que a Argentina fez: desvalorizar a moeda.

Qual o impacto dessa crise na política?

A visão da direita é muito nacionalista. Há a emergência do nacionalismo não só na Grécia, mas em outras partes, o que pode se mover para ditaduras. Há uma transferência de riqueza do povo para os bancos, e o povo protesta em muitos países.

A crise ampliará a diferença entre ricos e pobres?

Nos EUA, os dados mostram que a desigualdade de renda cresceu de forma notável com a crise. Cresce também a desigualdade de poder político. Há muitos movimentos no mundo contra a desigualdade.

Mas a direita cresce.

Sim. Não é só a direita que está crescendo, mas um movimento nacionalista, que também existe na esquerda. Uma das respostas políticas é tentar cortar as ligações com a globalização e buscar um programa de autonomia local e de autodeterminação local, demandas que estão na esquerda e na direita.

Isso pode levar a guerras?

Gerará mais tensões. Podemos ver conflitos militares regionais, não o tipo de guerra dos anos 40. Por exemplo, o Brasil tem uma versão disso nos conflitos das favelas do Rio de Janeiro.

E o que deve ser feito?

É preciso que haja um movimento político que enfrente a questão sobre qual deve ser o futuro do capital. Não vejo nenhum movimento fazendo isso de forma coerente. É o que tento estimular.

E o que o sr. defende?

Acredito que os trabalhadores precisam ter o controle do seu processo produtivo. Eles deveriam se auto-organizar em fábricas, locais de trabalho, nas cidades. A ideia é que associações de trabalhadores possam regular sua produção e suas decisões. É preciso também ter um mecanismo de coordenação, o que é diferente dos mercados.

Isso não é tarefa do Estado?

Historicamente o Estado tem que fazer isso, mas muitas pessoas não confiam no Estado, pois ele é muitas vezes corrupto e foi desenhado essencialmente para benefício do capital, não em benefício do povo. É preciso pensar numa forma alternativa de coordenação e organização.

Em “O Enigma do Capital” (2010), o sr. propõe criar um “partido da indignação” contra um “partido de Wall Street”. Como vai essa ideia?

Há muitas diferenças entre os movimentos pelo mundo. Nos EUA, o movimento “Occupy” é pequeno e fragmentado e não está maduro em termos de força política. Isso poderá ser mudado.

Em “O Novo Imperialismo” (2003), o sr. fala da questão da hegemonia dos EUA. Como vê isso hoje?

Os EUA continuarão a ser um poder significativo, mas não da forma que foram nos anos 70 e 80. Haverá poderes hegemônicos regionais. O Brasil será um deles. China, Índia e Alemanha também.

O consumismo é ainda a chave para a paz social nos EUA, como o sr. diz no mesmo livro?

Austeridade reduz o padrão de vida, o consumo, a produção e o emprego. Torna as coisas ainda piores. Mas EUA e Europa estão engajados na política da austeridade, e isso está perpetuando a crise. Mas há uma lógica por trás na perpetuação da crise: as pessoas poderosas e influentes se beneficiam dela. Os ricos estão indo muito bem. Portanto, perpetuar a crise é uma forma de perpetuar seu crescente poder e sua crescente riqueza.

Em “The Limits to Capital” (1982), o sr. descreve a dinâmica do capital. O poder das finanças cresce com a crise?

Sim. O capital financeiro é hoje importante como nunca foi. Mais ativos serão fornecidos ao setor bancário. Quando é preciso mais dinheiro, o Fed [banco central dos EUA] aparece com um trilhão de dólares e joga no mercado.

Portanto, não há limite à capacidade de criar o poder do dinheiro. Há limites em muitas outras áreas: recursos naturais, produção de commodities etc. Não há limite ao poder do capital financeiro.

O sr. está otimista?

Sou otimista no sentido de que acredito que as pessoas vão reconhecer que há limites sérios no capitalismo e que é preciso considerar modos alternativos. De outro lado, a volatilidade é tanta que as pessoas podem tomar direções malucas, o que pode levar a autoritarismos e a sérias rupturas na economia.

As ideias que o sr. defende não podem ser consideradas utópicas?

Pode ser. Mas mesmo o pensamento dominante está começando a reconhecer que o nível de desigualdade que existe hoje não pode ser sustentado. Até pessoas muito ricas, como Warren Buffett, reconhecem que a desigualdade foi longe demais.

Leia a íntegra da entrevista
folha.com/no1053440

Corinthians é o maior time do Brasil em potencial de consumo (R$ 450 milhões por mês)

Corinthians é a maior torcida de São Paulo, do Paraná e de todo o Sudeste do Brasil, regiões com maior poder aquisitivo.

Hoje na Gazeta do Povo

“Grupos econômicos que apoiam Jaime Lerner não desejam o avanço político e social, mas a volta da política de compadrio, das benesses e da corrupção” Maurício Fruet em 1988

Hoje na Gazeta do Povo, em matéria sobre a eleição para prefeito de Curitiba de 1988, na qual infelizmente Maurício Fruet perdeu na campanha dos 12 dias de Jaime Lerner, que venceu e começou o domínio da direita na prefeitura de Curitiba, desde então.

A mão visível e o Capitalismo de Estado (The Economist – Carta Capital)

A Carta Capital de 15.02.2012 publicou interessante matéria do “The Economist” sobre o Capitalismo de Estado com o título “A mão visível”.

A reportagem de 15 páginas informa que a crise do capitalismo liberal ocidental coincidiu com a ascensão de uma poderosa nova forma de capitalismo de Estado nos mercados emergentes: “A crise do capitalismo liberal foi agravada pela ascensão de uma poderosa opção: o capitalismo de Estado, que tenta fundir os poderes oficiais com os poderes do capitalismo. Ele depende de o governo escolher vencedores e promover o crescimento econômico, mas também usa instrumentos capitalistas como o lançamento de ações das companhias estatais nas bolsas e abraça a globalização”.

“O Estado chinês é o maior acionista das 150 maiores empresas do país e determina os rumos de milhares de outras.”

“As 13 maiores companhias petrolíferas, que entre si possuem mais de três quartos das reservas mundiais de petróleo, são todas controladas pelo Estado. Assim como a maior companhia de gás natural do mundo, ar ussa Gazprom. Estatais de sucesso encontram-se em quase todos os setores”.

“As empresas estatais somam 80% do valor do mercado de ações na China, 62% na Rússia e 38% no Brasil”

O texto informa que o mundo rico ainda tem um grande número de empresas controladas pelo Estado: a França tem 85% da EDF energia, o Japão tem 50% da Japan Tabacco e a Alemanha tem 32% da Deutsche Telekom.

O artigo fala do Brasil:

“O Brasil é o membro mais ambíguo do time do capitalismo de Estado: uma democracia que também adota muitas características do capitalismo anglo-saxão. Mas vale a pena examiná-lo por duas razões. Primeiro, é um catavento do capitalismo de Estado, uma liderança nas privatizações na década de 1990 que agora força sua maior mineradora, a Vale, a segurar trabalhadores que não precisa e obriga empresas menores a embarcar em uma consolidação subsidiada. E segundo, inventou uma das ferramentas mais afiadas do repertório do capitalismo de Estado.

O Brasil passou a maior parte de sua história moderna a perseguir uma modernização conduzida pelo Estado. Uma pesquisa no começo da década de 1980 mostrou que o País tinha mais de 500 EEs. O Brasil lançou um esforço de privatização nos anos 1990 para lidar com a hiperinflação, déficits em disparada e uma esclerose generalizada. Mas recentemente ele moveu-se em uma nova direção. O governo despejou recursos em um punhado de campeãs estatais, particularmente de recursos naturais e telecomunicações. Também criou um novo modelo de política industrial: substituiu a propriedade governamental direta por indireta por meio do Banco nacional de Desenvolvimento Econômico e Social(BNDES) e sua subsidiária de investimentos (BNDESPar) e trocou o controle majoritário por minoritário ao adquirir ações de uma ampla gama de diferentes empresas. Sergio Lazzarini, do (Insper) Instituto de Ensino e Pesquisa, e Aldo Musacchio, da Harvard Business School, batizaram o modelo de “Leviatã como Acionista Minoritário”.

O modelo de acionista minoritário tem várias vantagens. Limita a capacidade do Estado de usar as EEs para recompensar clientes ou conduzir políticas sociais. Os acionistas privados têm poder suficiente para criar barulho. Mas também dá ao Estado mais influência em troca do seu dinheiro. Em 2009, as participações da BNDESPar valiam 53 bilhões de dólares, ou apenas 4% do mercado de ações. Mas o Estado tinha uma grande influência em todo o Brasil corporativo. Os professores Sergio Lazzarini e Aldo Musacchio também mostraram, em um estudo detalhado de 296 empresas negociadas na Bolsa de São Paulo, entre 1995 e 2003, que esse modelo pode aumentar o retorno das companhias sobre seus ativos. As empresas brasileiras normalmente sub investem em equipamentos para aumentar a produtividade, porque os mercados de capital são muito subdesenvolvidos. As participações estatais as proveem de recursos que não poderiam conseguir em outros lugares.

Mas essa astuta versão de capitalismo de Estado está atualmente correndo perigo de exceder suas possibilidades. A descoberta da Petrobras, em novembro de 2007, de enormes reservas de petróleo enterradas profundamente sob o leito do Atlântico encheu a cabeça dos políticos de sonhos sobre grandes projetos. A mudança no equilíbrio mundial de poder dos Estados Unidos para a China também ajudou a persuadir muitos brasileiros de que o futuro está no capitalismo de Estado. O resultado foi um surto de intervencionismo insensato. O governo está tentando forçar a Petrobras a usar caros fornecedores locais de equipamentos apesar de dúvidas quanto à sua competência. Ele tirou Roger Agnelli de seu cargo de CEO da Vale a despeito de seu formidável histórico. E também deu para criar campeãs nacionais por meio de fusões forçadas: a BRF (Sadia e Perdigão)no setor de alimentação; a Oi (que foi obrigada a comprar a Brasil Telecom)nas telecomunicações; a Fibria (VCP e Aracruz) no papel e celulose. Até os modelos mais sofisticados de capitalismo de Estado não estão a salvo de políticos excessivamente zelosos.

Todas essas variedades de capitalismo de Estado têm uma coisa em comum: os políticos têm muito mais poder do que sob o capitalismo liberal. Em regimes autoritários, eles podem reestruturar setores inteiros com uma canetada. Até mesmo nas democracias como o Brasil eles podem dizer às maiores empresas o que fazer.”

O texto ainda diz que é perfeitamente possível para o capitalismo de Estado funcionar bem em algumas áreas (como infraestrutura) e mal em outras (como bens de consumo), e que ele estimule o crescimento em um determinado estágio de desenvolvimento e prejudique em outro, mas suas conquistas óbvias são nas áreas de infraestrutura, como as áreas de hidrelétricas, ferrovias de alta velocidade e aeroportos. A rede de telefonia móvel da China é a maior do mundo, com menos problemas de eficiência do que nos EUA. Dois terços doas empresas dos mercados emergentes que entraram na lista Fortune 500 são estatais.

Veja a matéria completa em inglês no site do The Economist

Veja a matéria quase completa em português:

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Licitações estão bloqueando inovações brasileiras

Na Carta Capital de 15/02/2012

“Peru à brasileira”
Empresários nacionais estão diante de um pérfido paradoxo que condena à inação certas inovações tecnológicas nativas em atividades que só podem ser concedidas ou contratadas mediante licitações.

Órgãos e organizações concedentes exigem em editais a comprovação técnica, mediante prazo de atividade da tecnologia e escalas de produção muito expressivas. Trata-se, na prática, de bloqueio de inovações criadas aqui. Vetam o acesso ao mercado mesmo quando a tecnologia made in Braziljá opera em centros tecnológicos, em média escala, sem prejuízo da avaliação da eficiência do processo empregado.

Há casos surpreendentes, como, por exemplo, o que ocorre na área de produção de energia limpa, em que empresários se mostram dispostos a competir em parceria com quem desenvolveu técnica própria.

Esse processo está na contramão de ações protecionistas adotadas por nações consideradas líderes em inovação. Dificuldades assim travam a ampliação da nossa carteira de inovações, hoje restrita a pouco mais do que o “Peru à brasileira”, notória contribuição nativa à gastronomia mundial.

No governo FHC a participação do rendimento do trabalho decresceu, diz IPEA

Na Carta Capital de 15/02/2012

A força do trabalho I
Estudo recente do Ipea mostra a evolução do rendimento do trabalho na renda nacional a partir do Plano Real, em 1994.

A distribuição da renda nacional do trabalho estabelece o peso relativo do conjunto dos ganhos do trabalho no total do Produto Interno Bruto (PIB).

Entre 1995 e 2002 (FHC), a participação do rendimento do trabalho decresceu. Passou de 48% para 42,4%. No período seguinte, 2002 e 2009 (Lula), a participação do rendimento do trabalho cresceu de 42,4% para 43,4% da renda nacional (gráfico).

A força do trabalho II
O resultado combina o crescimento da renda per capita do trabalho com a diminuição das desigualdades distributivistas dessa renda e é mais um flagrante de “dois Brasis”.

Sul e Sudeste tiveram quedas importantes. No Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o crescimento foi contínuo. Apesar da recuperação, ela ainda está 9,6% abaixo do que era em 1995.

Gazeta do Povo exalta governo Lerner por ele ter reduzido gasto com pessoal. A que custo?

Os neoliberais Jaime Lerner e FHC comemorando as privatizações. Beto Richa no mesmo caminho.

Na Gazeta do Povo de ontem, a colunista Rosana Félix exalta o governo de Jaime Lerner (1995-2002) por ele ter reduzido o gasto de pessoal no Estado do Paraná. Disse textualmente que “a gestão Lerner não foi muito boa para os servidores, que não tiveram reajustes significativos, mas foi importante para equilibrar um pouco mais as finanças”. Ora, a que custo? A jornalista se esqueceu de dizer, culposa ou dolosamente.

Jaime Lerner (DEMO) terceirizou atividades-fim do Estado do Paraná para empresas privadas e entidades do Terceiro Setor. É claro, ao pagar (caro) para entidades privadas, o governo deixou de contratar servidores públicos por meio de concurso público.

Com isso Jaime Lerner precarizou a Administração Pública estadual, ao tentar implementar o neoliberal-gerencialismo. Burlou a legislação licitatória ao contratar entidades privadas sem licitação. Burlou a Constituição da República ao deixar de realizar concursos públicos ao implementar as terceirizações ilícitas de atividades-fim.

Quase vendeu a Copel, queria privatizar a Procuradoria Geral do Estado para o escritório do seu advogado, foi condenado por aditivar contratos de concessão/privatização com empresas concessionárias, etc.

Não contratou policiais, não contratou professores, não contratou profissionais da saúde por meio de concurso público. Assim fica fácil gastar menos com pessoal.

É uma pena que o governador atual, Beto Richa (PSDB), esteja indo pelo mesmo caminho.