“Beto Richa é truculento e autoritário”

Não. Não sou eu que estou dizendo. Quem disse que o Governador do Estado do Paraná, Beto Richa (PSDB), é truculento e autoritário foi a cientista política e jornalista Lucia Hippolito, na CBN: “Com a saída de Gustavo Fruet do PSDB, Beto Richa se mostrou truculento e autoritário. E ainda criou super-secretarias e nomeou mulher e irmão”.

Em sua carta de despedida encaminhada a Beto Richa, Gustavo Fruet criticou o modelo de gestão e de desenvolvimento urbano de Curitiba, do grupo de Beto Richa.

O próprio PSDB criticou a atitude de Beto Richa, ao apoiar Luciano Ducci para 2012, de outro partido, e não Gustavo Fruet.

Celso Torquato, vereador e vice-presidente do PSDB de Curitiba, disse que teme um esvaziamento e enfraquecimento do PSDB e que entende as razões de Gustavo Fruet, pois o grupo de Beto Richa não deu espaço para Fruet, e que Gustavo, até o último momento e até o último argumento, tentou resolver sua situação pelo diálogo.

Presidente Nacional do PSDB, Sérgio Guerra, disse: “perdemos a única chance que o PSDB tinha de eleger um prefeito de capital em 2012”.

Alvaro Dias disse que “os interesses de Beto Richa prevaleceram sobre o interesse coletivo e nacional”.

Beto Richa disse desconhecer os motivos que levaram Fruet a sair do PSDB e que soube pela imprensa da saída.

A jornalista Joice Hasselmenn, da BandNews e Rede Massa/SBT, disse que Beto Richa é um cara-de-pau ao falar isso.

XII Congresso Paranaense de Direito Administrativo. Curitiba, 29 a 31.08.2011, na OAB/PR

Com Celso Antônio Bandeira de Mello, Maria Sylvia Zanella Di Pietro, José Afonso da Silva, Romeu Felipe Bacellar Filho, Luiz Edson Fachin, Weida Zancaner, Valmir Pontes Filho, Clèmerson Merlin Clève e diversos outros juristas.

Programação e maiores informações: clique aqui

“O socialismo é uma doutrina triunfante” – entrevista com Antonio Candido

Aos 93 anos, Antonio Candido explica a sua concepção de socialismo, fala sobre literatura e revela não se interessar por novas obras

Jornal Brasil de Fato – Joana Tavares, da Redação

Crítico literário, professor, sociólogo, militante. Um adjetivo sozinho não consegue definir a importância de Antonio Candido para o Brasil. Considerado um dos principais intelectuais do país, ele mantém a postura socialista, a cordialidade, a elegância, o senso de humor, o otimismo. Antes de começar nossa entrevista, ele diz que viveu praticamente todo o conturbado século 20. E participou ativamente dele, escrevendo, debatendo, indo a manifestações, ajudando a dar lucidez, clareza e humanidade a toda uma geração de alunos, militantes sociais, leitores e escritores.

Tão bom de prosa como de escrita, ele fala sobre seu método de análise literária, dos livros de que gosta, da sua infância, do começo da sua militância, da televisão, do MST, da sua crença profunda no socialismo como uma doutrina triunfante. “O que se pensa que é a face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele”, afirma.

“O senhor é socialista?

Ah, claro, inteiramente. Aliás, eu acho que o socialismo é uma doutrina totalmente triunfante no mundo. E não é paradoxo. O que é o socialismo? É o irmão-gêmeo do capitalismo, nasceram juntos, na revolução industrial. É indescritível o que era a indústria no começo. Os operários ingleses dormiam debaixo da máquina e eram acordados de madrugada com o chicote do contramestre. Isso era a indústria. Aí começou a aparecer o socialismo. Chamo de socialismo todas as tendências que dizem que o homem tem que caminhar para a igualdade e ele é o criador de riquezas e não pode ser explorado. Comunismo, socialismo democrático, anarquismo, solidarismo, cristianismo social, cooperativismo… tudo isso. Esse pessoal começou a lutar, para o operário não ser mais chicoteado, depois para não trabalhar mais que doze horas, depois para não trabalhar mais que dez, oito; para a mulher grávida não ter que trabalhar, para os trabalhadores terem férias, para ter escola para as crianças. Coisas que hoje são banais. Conversando com um antigo aluno meu, que é um rapaz rico, industrial, ele disse: “o senhor não pode negar que o capitalismo tem uma face humana”. O capitalismo não tem face humana nenhuma. O capitalismo é baseado na mais-valia e no exército de reserva, como Marx definiu. É preciso ter sempre miseráveis para tirar o excesso que o capital precisar. E a mais-valia não tem limite. Marx diz na “Ideologia Alemã”: as necessidades humanas são cumulativas e irreversíveis. Quando você anda descalço, você anda descalço. Quando você descobre a sandália, não quer mais andar descalço. Quando descobre o sapato, não quer mais a sandália. Quando descobre a meia, quer sapato com meia e por aí não tem mais fim. E o capitalismo está baseado nisso. O que se pensa que é face humana do capitalismo é o que o socialismo arrancou dele com suor, lágrimas e sangue. Hoje é normal o operário trabalhar oito horas, ter férias… tudo é conquista do socialismo. O socialismo só não deu certo na Rússia.”

Veja a entrevista completa:

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