Lula vai para Cuba no lançamento do livro “Os últimos soldados da guerra fria”, de Fernando Morais

images-44O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajará para Cuba no dia 28 de janeiro de 2013, para participar da III Conferência Internacional pelo Equilíbrio do Mundo, evento que marca as comemorações dos 160 anos do nascimento do político e escritor cubano Jose Martí. Lula esta totalmente recuperado do câncer e está pronto para concorrer, com sucesso, das eleições de 2014 ou 2018.

Lula participará da Conferência no dia 29 de janeiro. No mesmo dia estará no lançamento do livro “Os últimos soldados da guerra fria”, de Fernando Morais, em um debate com o autor do livro e Ricardo Alarcón, presidente da Assembleia Nacional de Cuba. Se você ainda não leu esse livro, é imperdível.

Fernando Morais dá uma merecida surra no politicamente incorreto Leandro Narloch

Do Contexto Livre por indicação do Rodopiou

Sem graça, Narloch foi fisgado pela própria inconsistência e por uma necessidade fantasiosa de acreditar no que quer, como quando diz que o “capitalismo é o que de melhor já aconteceu na história da humanidade”. Assista ao vídeo no final do texto.

Quem deu a largada foi o moderador Vandek Santiago. Ele questionou o jornalista sobre as fontes usadas na produção do livro, dentre as quais estavam “as más línguas” em capítulo sobre o relacionamento de Perón, na Argentina, com jovens meninas.Nem as batatas cubanas ficaram de fora da mais animada e polêmica entre as mesas da 7ª Festa Literária Internacional de Pernambuco (Fliporto), que reuniu, em Olinda, os jornalistas Fernando Morais, Leandro Narloch e Samarone Lima. O tema proposto era América Latina para o bem e para o mal e Cuba dominou boa parte da conversa. A segunda parte do debate ficou concentrada nos dois livros de Narloch: Guia politicamente incorreto do Brasil (hoje, o quinto mais vendido no Brasil) e o Guia politicamente incorreto da América Latina (Leya)

Morais se juntou ao debate quando Narloch disse que “vários” cubanos desertaram durante os Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. “Foram dois”, respondeu. Em outro momento, Narloch afirmou que as conquistas nas áreas econômica e de saúde não valeram a pena para Cuba, o que mereceu o deboche de Morais. “Essa fala me lembrou Nelson Rodrigues, que era um grande dramaturgo e um péssimo político, e que disse que preferia a liberdade ao pão. Pergunte a uma mãe que está enterrando o filho de cinco anos por desnutrição o que ela pensa disso”, disse Morais, que tinha acabado de citar dados da Unesco que mostram que Cuba tem o menor índice de mortalidade infantil entre os países concentrados do sul dos Estados Unidos à Patagônia.

Mais um pouco de conversa sobre liberdade e Cuba e a atenção voltou para Narloch. Fernando Morais, que não leu o livro, mas acompanhou algumas entrevistas do autor, mencionou o caráter marqueteiro das obras. O autor chegou a comentar em uma dessas entrevistas que tinha começado a coleção, que terá um novo volume sobre a história do mundo, para ganhar algum dinheiro. “Estou em pânico. Passei a faculdade lendo Fernando Morais e agora estamos quebrando o pau.”

Samarone Lima, que trazia um dos exemplares cheios “post-it”, disse que encontrou uma série de problemas no livro, mas que o principal dizia respeito ao capítulo dedicado ao general Augusto Pinochet. “É de uma inconsistência dolorosa. Nós, jornalistas, trabalhamos com fontes. Você não pode escrever sobre Pinochet usando como fonte um livro lançado pelo governo golpista”, disse Lima, que encontrou 12 referências ao tal livro oficial no capítulo.“Leandro Narloch se reconhece como uma pessoa de direita. Em um país onde Paulo Maluf se diz de centro-esquerda, alguém de 30 e poucos anos se assumir de direita é de uma honestidade política”, comentou. “Mas seus livros deveriam ter uma errata dizendo que eles se chamam “Guias politicamente corretos”, porque estão remando a favor da maré e absolutamente a favor do vento que sopra na imprensa, especialmente na revista Veja”, completou. 

Enquanto Lima procurava outra passagem, Narloch, já sem graça com a repercussão que seu trabalho tinha ganhado naquele painel, brincou: “Acabou, não dá mais tempo.” Mas deu. Ainda desconfortável, perdeu o fio da meada e foi vaiado quando, mais calmo, também citou Nelson Rodrigues: “Quem não é socialista com 20 anos não tem coração. Quem é com 40 não tem cérebro.”

Foi então a vez de ele contestar uma informação publicada por Morais sobre o episódio das larvas jogadas pelo governo norte-americano nas plantações de batatas em Cuba. “Use um pouco do dinheiro que você ganha com direitos autorais e vá até os Estados Unidos checar isso. Nós não vamos ficar aqui brigando pelas batatas cubanas”, finalizou Morais.

Você conhece a história dos 5 heróis cubanos que estão presos nos EUA?

Como leitura para as férias, recomendo o livro “Os últimos soldados da guerra fria”, de Fernando Morais, da editora Companhia das Letras. O livro, que não tem uma gota de ficção, conta a história de cinco cubanos que estão presos nos Estados Unidos há mais de 10 anos.

Todos sabem que os Estados Unidos não toleram a existência de uma ilha há poucos quilômetros de Miami que vive um regime socialista desde 1959, quando Fidel Castro, Che Guevara e vários outros heróis derrubaram o ditador Fulgência Batista.

Desde então os EUA mantém um criminoso bloqueio econômico, patrocinou mercenários na infantil invasão da baia dos porcos, criou a rádio Martí (Ronald Reagan) para difundir propaganda anticastrista junto à população cubana, entre outras questionáveis tentativas de intromissão junto a política interna cubana.

A Lei do Ajuste Cubano (Lei dos Pés Secos), de 1966 no período de Lyndon Johson, estimulava o êxodo de cubanos, garantindo ao cubano de pisasse nos EUA um visto de residente permanente e um ano depois o green card. Por que o país não fez ou faz o mesmo com mexicanos e brasileiros que saem de seus países?

Com o fim da União Soviética na década de 90, país que comprova o açúcar cubano, Cuba teve que começar a se abrir para o turismo internacional, para manter o seu regime que garante saúde, educação e uma vida digna aos seus cidadãos.

Com isso, organizações de extrema-direta na Flórida, composta por cubanos contrários a revolução, como por exemplo a Fundação Nacional Cubano-America, criada em 1981 por sugestão do mocinho de foroeste Ronald Reagan, que já jogavam pragas nas plantações cubanas, interferiam deliberadamente nas transmissões da torre de controle do aeroporto José Martí de Havana, começaram também a patrocinar mercenários latino-americanos que colocavam bombas em pontos turísticos de Havana e das prais de Varadero, inclusive com a morte e ferimento de turistas.

Essas organizações são compostas por muitos fazendeiros cubanos que perderam suas terras com a revolução socialista, amigos dos presidentes norte-americanos, normalmente os republicanos, e de presidentes de direita da Amárica Latina, como Carlos Menem.

Contra o terrorismo na ilha patrocinado pela extrema-direita da Flórida e realizado por mercenários, o governo cubano organizou a operação Vespa, e encaminhou espiões cubanos para Miami para investigarem as organizações terroristas, infiltrados entre os cubanos moradores nos EUA. Esses espiões não iriam investigar o governo norte-americano, mas apenas as organizações privadas terroristas.

Além de investigar o terrorismo contra o turismo da ilha os espiões também iriam investigar outros tipos de terrorismo, como por exemplo atentados contra aviões de passageiros cubanos que mataram vários inocentes. Alguns terroristas chegaram a ser presos mas foram indultados pelo presidente George Bush (pai) e outros presidentes latino-americanos de direita, ou tiveram seus processos arquivados por juízes conservadores de Miami.

Os espiões cubanos foram presos nos EUA, alguns participaram do programa de delação premiada e foram soltos, mas Gerardo Viramóntez Hernández, Tony Guerrero, Ramón Urso Labañino, Fernando Rubén Campa González e René González negaram que estivessem espionando o governo dos EUA, foram condenados por juri composto por moradores de Miami, onde 74% de sua população é  favóraveis as ações armadas promovidas contra Cuba, e até hoje estão na prisão nos EUA.

Um ex-assessor de segurança nacional de Jimmy Carter disse que “Um julgamento de agentes de inteligência cubanos em Miami será tão justo quanto seria o julgamento de agentes da inteligência de Israel em Teerã”.

Um das alegações para a condenação dos heróis cubanos foi que com suas informações, um avião com 4 mercenários de Miami foi derrubado por MIGs cubanos, avião que estava irregularmente em território cubano.

Para detalhes e outras histórias interessantes, recomendo a leitura do livro!

Fernando Morais utilizou informações de 5 sites:

http://www.antiterroristas.cu

http://www.cubadebate.cu

http://www.foia.ucia.gov

http://www.freethefive.org

http://www.huffingtonpost.com

http://www.pedropan.org

http://www.thecuban5.org

Isto não está no livro, mas informo que um dos 5 heróis cubanos presos nos EUA foi liberado da prisão no dia 07 de outubro de 2011 e agora ficará sob liberdade vigiada. Depois de 13 anos preso, René Gonzalez foi libertado e terá que aguardar por 3 anos em solo estadunidense para poder ter visto e então regressar a Cuba.