É louvável que a imprensa faça controle da Administração Pública. A fiscalização realizada pelo próprio Poder Público não é suficiente para que tenhamos um Estado realmente Social e Democrático de Direito e uma Administração Pública Burocrática profissionalizada, longe do patrimonialismo.
Cada vez a velha mídia (TVs, rádios, jornais e revistas) vem perdendo importância para a mídia digital, as redes sociais, blogs, sites, etc. Mas claro que ainda tem uma força e audiência grande.
Assim, denúncias como já fez o programa dominical Fantástico de licitações fraudulentas, desvios em parcerias do Poder Público com organizações sociais – OS, escândalos como o da empresa de radares Consilux, que respingou em Curitiba e nas gestões passadas, a grave denúncia do comitê Lealdade do PRTB pró-Beto Richa em 2008, entre outras denúncias que envolveram o Paraná, são importantes.
O problema é que fica parecendo que o Fantástico apenas divulga denúncias contra “bagrinhos” corruptos, como empresas corruptoras menores, servidores públicos menos poderosos ou políticos de menor expressão.
A pergunta que fica:
1. Por que o Fantástico nunca investigou a Privataria Tucana, ocorrida na década de 90 com as privatizações escandalosas do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso (PSDB)?
2. Por que não fiscalizou a compra de votos da aprovação da reeleição de FHC no Congresso Nacional ocorrida em 1998?
3. Por que não questiona as contratações bilionárias de serviços de publicidade com dinheiro público, em TVs, jornais e revistas, por parte de prefeituras, estados e União?
4. Por que alguns políticos são poupados?
5. Por que mostra uma suposta maior ineficiência do Poder Público e não demonstra que são as privatizações, terceirizações e precarizações da Administração Pública, sob influência do neoliberalismo-gerencial, é que levam às grandes corrupções com dinheiro público?
6. Por que sempre escondeu que TVs e rádios são serviços públicos segundo a Constituição da República, e sendo serviços públicos, a Globo e demais emissoras não têm liberdade para fazer o que bem entenderem com esses serviços, sem qualquer controle?
A Rede Globo, o Fantástico e o Jornal Nacional já apoiaram e cresceram na ditadura militar, elegeram e destronaram governantes. Fazem política, mas de forma mascarada. Que pelo menos isso fique claro para seus telespectadores. Não há neutralidade e muito menos imparcialidade no seu jornalismo.
Como uma empresa com finalidade lucrativa, seu principal objetivo não é o atendimento do interesse público, mas sim o lucro de seus proprietários e investidores.
Quem paga terá benefícios, sejam empresas do grande capital ou governos bondosos com dinheiro público.
Não nos enganemos…