Buenos Aires

Mui amable, usted lo merece

14 de janeiro de 2011
Ignácio de Loyola Brandão – O Estado de S.Paulo

BUENOS AIRES

Fim de ano. Nas ruas onde há postos de serviço, longuíssimas filas de carros nas ruas provocam congestionamentos imensos. Há falta de gasolina, os argentinos estão revoltados. Dizem que a cena se repete a cada ano. O que se vê? Pessoas carregando galões e furando as filas dos automóveis. Brasileiros já viveram esta época nos anos 80. Este é o verão mais quente dos últimos 58 anos, avisam os jornais. Excesso de turistas (90% brasileiros barulhentos, grande parte cariocas prepotentes), excesso de aparelhos de ar-condicionado, ventiladores e freezers ligados levam ao colapso de energia. Na frente dos restaurantes e lojas de grife ficam estacionados geradores gigantes, como prevenção. A cada um ou dois dias nosso apartamento em Palermo Soho viveu às escuras. Se não há energia, a água não sobe para as caixas. Falta, portanto, água.

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Foto oficial da primeira Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff

Presidenta Dilma Rousseff

Banco Central vetou Cássio Taniguchi na Agência de Fomento

Barrados no Baile

Por REDACAO BLOG LADO B | Publicado:14 DE JANEIRO DE 2011
Governo 2 caras em 1. Pergunta aos eleitores paranaenses: você sabia que ao votar no Beto, elegeria o Cássio? Imagem do Blog do Esmael Morais.

E o Banco Central azedou o leitinho quente do velho-novo governo de Beto Richa, que já começa capenga. De acordo com o estatuto social da Agência de Fomento do Paraná S.A., órgão de apoio às ações e políticas de desenvolvimento no estado, os nomes que compõe o seu conselho administrativo são submetidos à aprovação do Banco Central do Brasil. Entre estes, os dos secretários estaduais das pastas econômicas e financeiras. A cena é de constrangimento. O Banco Central VETOU o nome de Cássio Taniguchi (DEM), secretário do Planejamento do governo de Beto Richa, para compor o conselho de administração da Agência de Fomento do Paraná. Em outras palavras, ele não é considerado idôneo para tamanha responsabilidade com as finanças públicas. Além dele, os nomes de Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), secretário do Trabalho, e de Ricardo Barros (PP), secretário da Indústria e do Comércio, que respondem a processos na Justiça, passaram, mas sob rigorosas ressalvas.

Por lei, o organismo financeiro da União levanta toda a vida e a ficha corrida dos integrantes do conselho administrativo da agência, pois essas pessoas respondem – por meio do seu CPF – legalmente pelas decisões que tomam. E agora, Betinho? Que vexame para o Paraná! As indicações político-interesseiras e nepóticas dele esbarraram nas normas que resguardam a seriedade no trato das contas públicas. O rigor que faltou na escolha do secretariado, agora, é motivo de constrangimentos. Em outras palavras, a eleição democrática do Beto só lhe confere legitimidade para ser o chefe do Executivo, mas há limites às suas ações, principalmente quando um interesse menor tenta se sobrepor ao interesse público. Afinal, os eleitores paranaenses não votaram no ex-prefeito de Curitiba e ex-secretário do governo corrupto do DEM no Distrito Federal, Cássio Taniguchi, para compor o governo do Paraná. Quem o escolheu foi o Beto.

Qual a saída? Não podendo Taniguchi assumir a cadeira de conselheiro da Agência de Fomento que é reservada ao secretário do Planejamento, pois seu nome foi vetado legalmente pelo Banco Central, resta saber se o Beto vai trocar o secretário (improvável!) ou atropelar as regras estabelecidas para resguardar o interesse público e mudar o estatuto social que rege a Agência. A seguir cenas dos próximos capítulos da série “Barrados no Baile” do governo de Beto Richa.