Deputada Christiane Yared sabe que não há crime de responsabilidade mas votará pelo Impeachment

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A deputada federal Christiane Yared (PR-PR), a mais votada do Paraná, então pelo PTN, disse em seu Facebook que “em virtude da ATUAL falta de governabilidade”, votará pelo Impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

Yared foi eleita após seu filho ser morto em acidente automobilístico causado pelo ex-deputado Ribas Carli, do grupo político do governador Beto Richa (PSDB).

Ao saber disso a critiquei na mesma rede social, e prontamente a deputada pediu para eu ligar para ela.

Me disse que sabe que não há crime de responsabilidade contra a presidenta, que não há corrupção apenas do PT, que quer que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB) também caiam e ocorram novas eleições.

Fundamentou o seu apoio ao Impeachment pela crise econômica e porque se Dilma ficar o Congresso não deixaria ela governar, pois “está tudo parado”.

E ainda profetizou: Dilma não sofrerá o Impeachment.

Caso pretendam encaminhar algum recado para a deputada, pode ser por sua página no Facebook, por seu perfil pessoal no Facebook, ou seu site.

Quem conta as lágrimas das mães paranaenses?

Do Blog Lado B

Esta semana, o governador Beto Richa (PSDB) resolveu visitar a mãe da menina Estefani Vitória Rochinski de Porto Amazonas, desaparecida desde o dia 4 de maio e teria prometido todo o empenho da polícia para resolver o caso. O conforto e a promessa não duraram nem um dia. Poucas horas depois do governador visitar a família, a delegada responsável pelo caso informa que as buscas foram suspensas e que essa determinação vale para todos os órgãos envolvidos na procura por Estefani.

Apesar da publicidade toda em torno do gesto do governador, Beto carregou nessa visita a consciência pesada pelas lágrimas de outras mães que choram até hoje a perda de seus filhos e a falta do empenho prometido. Basta citar dois momentos que causaram comoção e ganharam a atenção dos noticiários. Quando prefeito de Curitiba, Beto comemorou a instalação de câmeras de vídeo e segurança que monitoraram usuários de drogas e praticantes de furtos, para garantir o sossego de quem faz caminhadas ou passeia no Parque Barigui. Mas uma única das seis câmeras espalhadas pelo parque, se colocada no interior da Rodoferroviária de Curitiba, poderia ter identificado meses depois da alardeada proteção no Parque Barigui o assassino da menina Rachel Genofre, que desapareceu após sair da escola, foi abusada sexualmente, morreu asfixiada e teve seu corpo abandonado dentro de uma mala na rodoferroviária. Nesse terminal, circulavam em 2008 cerca de 20 mil pessoas por dia. Mas nem isso mereceu a mesma atenção de que gozava quase que com exclusividade o jacaré do Parque Barigui.

190 Km/h é crime!

Outro remorso que pode ter pousado sobre a cabeça de Beto Richa ao visitar a família da menina Estefani Rochinski e prometer todo o empenho da polícia nas investigações também tem a ver com câmeras de monitoramento e também remetem à sua responsabilidade de prefeito de Curitiba e gestor dos órgãos municipais relacionados às investigações. Quando o ex-deputado Carli Filho atropelou e matou os jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo de Almeida, em maio de 2009, imagens de câmeras entregues à polícia foram adulteradas, segundo informa laudo de perícia contratada pelo advogado da família Yared, e suprimiram informações preciosas para elucidar questionamentos e suspeitas levantados com base nos primeiros depoimentos de testemunhas do acidente.

Imagem compartilhada nas redes sociais para ilustrar reportagens sobre os três anos da morte dos jovens Gilmar Rafael Yared e Carlos Murilo Almeida.

Os destinos do ex-deputado serão definidos em júri popular, mas, até então, ele goza de três anos de uma impunidade que só aumenta a dor das mães de Gilmar Rafael e Carlos Murilo, que não conseguem sepultar a injustiça. Fazer justiça não lhes devolverá os filhos, mas devolverá às suas casas e em segurança os filhos de outras tantas mães, que, após trabalharem e percorrerem de madrugada as ruas de Curitiba, não se depararão com criminosos ao volante e em livre circulação, de posse de caras, violentas e rápidas máquinas de matar.