Classe Média e Meritocracia

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Desvendando a espuma: o enigma da classe média brasileira

No GGN Luis Nassif Online

Por 

A primeira vez que ouvi a Marilena Chauí bradar contra a classe média, chamá-la de fascista, violenta e ignorante, tive a reação que provavelmente a maioria teve: fiquei perplexo e tendi a rejeitar a tese quase impulsivamente. Afinal, além de pertencer a ela, aprendi a saudar a classe média. Não dá para pensar em um país menos desigual sem uma classe média forte: igualdade na miséria seria retrocesso, na riqueza seria impossível. Então, o engrossamento da classe média tem sido visto como sinal de desenvolvimento do país, de redução das desigualdades, de equilíbrio da pirâmide social, ou mais, de uma positiva mobilidade social, em que muitos têm ascendido na vida a partir da base. A classe média seria como que um ponto de convergência conveniente para uma sociedade mais igualitária. Para a esquerda, sobretudo, ela indicaria uma espécie de relação capital-trabalho com menos exploração.

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Meritocracia na Gestão Escolar: Avaliar para punir ou para promover?

"Para uma seleção justa todos farão a mesma prova: por favor, subam aquela árvore"

“Para uma seleção justa todos farão a mesma prova: por favor, subam aquela árvore”

Por LUIZ CARLOS PAIXÃO DA ROCHA, hoje na Gazeta do Povo

Coerente com a utilização da “meritocracia” como fundamento para a definição de políticas salariais para os educadores, o governo do estado de São Paulo acaba de anunciar concurso público e um novo processo de avaliação de diretores de escolas da rede estadual. Segundo esse anúncio, aqueles mal-avaliados poderão até perder o cargo. Continuar lendo

Meritocracia é uma fraude

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Juízes que desmembram processos para que julguem uma quantidade maior e cumpram metas.

Avaliações periódicas de servidores públicos que beneficiam os amigos do rei.

Médicos da saúde pública ou de planos de saúde privados que tratam os pacientes como gado, em consultas de alguns minutos, para cumprir números e controles de resultados.

Agora mais um escândalo que vai contra a mentira que é a Administração Pública gerencial-neoliberal e a meritocracia: uma dirigente de escola estadunidense é suspeita de corrigir respostas de alunos em avaliação oficial para aumentar prêmio dado aos educadores.

A dirigente escolar Beverly Hall, dos Estados Unidos, que em 2009 foi eleita pela Associação Americana de Administradores de Escolas como a superintendente do ano, sendo recebida até na Casa Branca pelo ministro da Educação, está sendo acusada de fraude.

Foi descoberto que mais de 52 mil alunos de colégios públicos sob sua responsabilidade, na maioria pobres, com médias maiores do que de alunos de áreas ricas, tinham suas notas fraudadas por 34 educadores, que apagavam com borracha e corrigiam as respostas erradas.

Tudo para que recebessem 500 mil dólares

como recompensa pelo bom desempenho na política de meritocracia.

E agora o escândalo está gerando um intenso debate sobre a meritocracia nos Estados Unidos, país que mais aplica a fórmula neoliberal-gerencial de cópia de práticas empresariais nas escolas.

Enquanto isso, os tupiniquins brasileiros, miquinhos amestrados copiadores de modelos estadunidenses, continuam adotando práticas equivocadas de meritocracia no Brasil.

Aqui já ocorreram casos semelhantes no Rio de Janeiro e São Paulo, mas o discurso da meritocracia em espaços públicos continua forte, com apoio da velha mídia e de políticos, administradores públicos e “pensadores” neoliberais.

É essencial o controle de procedimentos e não apenas o controle de resultados na Administração Pública. Chega do discurso mentiroso e inconstitucional da eficiência.