Lei de licitações do país poderá ficar mais rigorosa

12343485

Ontem na Folha de S. Paulo

MARIANA BARBOSA

Depois de meses de debates que envolveram a participação de 8.500 internautas por meio do portal e-Democracia, do Congresso Nacional, deve chegar nesta semana à Comissão de Constituição e Justiça um amplo e polêmico projeto de reforma da lei das licitações.

Quase 20 anos depois de sua aprovação, no auge da CPI do Orçamento, quando escândalos envolvendo empreiteiras pipocavam no país, a lei 8.666/93 não só não reduziu a corrupção como é vista como uma das principais amarras que impedem o setor público de ser mais ágil e mais eficiente.

Pelo texto a ser apresentado pelo deputado Fabio Trad (PMDB-MS), empresas ou indivíduos que fizerem doações de campanha não poderão participar de licitações na esfera de administração do político ou partido eleito.

Entre outras medidas, o projeto também acaba com a brecha das OS (Organizações Sociais) e das Oscip (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público) ao exigir que sejam submetidas ao processo licitatório para firmar contratos de gestão com a administração pública.

EXCEÇÃO E REGRA

Sob a justificativa de dar mais celeridade a obras essenciais, o Executivo passou por cima da lei 8.666 ao aprovar, no ano passado, o chamado RDC (Regime Diferenciado de Contratação).

Incluído de última hora em um projeto de lei de conversão de medida provisória, o RDC nasceu para acelerar obras de portos e aeroportos da Copa do Mundo de 2014.

Foi modificado posteriormente para incluir também obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e, mais recentemente, obras do sistema público de ensino. Há duas semanas, o Congresso aprovou mais uma ampliação do RDC, para abarcar obras da pasta da Saúde.

“O RDC era para ser exceção”, diz o deputado Trad. “Para evitar que vire regra, estamos mudando a lei.”

O projeto de lei incorpora melhorias introduzidas pelo RDC, como a inversão de fases –a qual permite que as empresas deixem para apresentar certidões e documentos de habilitação só depois de terem suas propostas técnica ou de preço aprovadas.

Mas o texto rejeita a “contratação integrada”, prevista no RDC, que é um regime de execução de obras que libera o setor público de apresentar o projeto básico da obra.

Sem o projeto básico, dizem os críticos, é mais difícil calcular o preço final da obra e também fiscalizá-la.

“A contratação integrada é a institucionalização do direcionamento da licitação”, afirma o advogado Augusto Neves Dal Pozzo, vice-presidente do Ibeji (Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos da Infraestrutura).

Durante dois meses, especialistas do Ibeji, instituto ligado à faculdade de direito da PUC-SP, ajudaram na elaboração do texto do projeto.

Foram analisadas as mais de 50 propostas de alteração da lei apresentadas nos últimos 19 anos no Congresso e também quase 5.000 proposições via e-Democracia e audiência pública. O tema foi o terceiro mais popular no portal no último ano: só ficou atrás do Marco Civil da internet e do novo Código de Processo Civil.

Para Trad, o grande desafio foi conciliar o maior rigor contra desvios com a necessidade de agilizar os processos. “Para cada dispositivo que acelera a gestão, é preciso contrapor outro que dê segurança jurídica e iniba desvios de finalidade.”

Publicidade

Beto Richa quer criar mais 140 cargos comissionados sem concurso público

captura-de-tela-2012-09-30-c3a0s-22-20-15

Os neoliberais-gerencialistas não gostam dos princípios constitucionais da isonomia, igualdade, impessoalidade, moralidade e supremacia do interesse público. Eles odeiam a Constituição Social e Democrática de 1988. São contrários os concursos públicos e as licitações, ao defenderem as privatizações via organizações sociais – OS, as terceirizações de atividades-fim, a precarização da Administração Pública e o alto número de cargos em comissão sem concurso.

O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), não foge a regra. Ele quer que a Assembleia Legislativa do Paraná aprove a criação de 140 novos cargos comissionados sem concurso público na Administração paranaense, com custos de R$ 16,3 milhões ao Erário.

E pior, o Estado está muito próximo de ultrapassar o limite de gastos com pessoal prudencial estabelecido pela Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

Os deputados que votarem pelo aumento dos cargos comissionados irão para a Lista Proibida do Blog do Tarso que será criada a partir de 2013 para a eleição de 2014.

Os órgãos e entidades que serão agraciados com os cargos de confiança serão a Secretaria do Meio Ambiente, o Instituto Ambiental do Paraná – IAP, o Instituto de Terras, Cartografia e Geociências, o Instituto das Águas do Paraná, a autarquia Paraná Edificações (ligada à Secretaria de Infraestrutura), que será criada, e a Secretaria da Saúde.

Pior de tudo foi a justificativa do líder do governo na AL, o deputado estadual tucano Ademar Traiano: que a Administração Pública precisa de servidores urgentemente!

Francamente governador Beto Richa! Vossa excelência já está há dois anos no poder. Sua gestão já está no meio. E agora Vossa Excelência quer criar carquinhos, boquinhas, sem concurso público, de forma emergencial?

Por que não fez isso no início do governo? Por que não abriu concurso público há dois anos?

Essa justificativa deve ser questionada pelos órgãos de controle e por toda a sociedade!

Suspeita-se que um dos motivos não oficiais para o aumento dos cargos de confiança é abraçar os comissionados demitidos por Gustavo Fruet (PDT) da prefeitura de Curitiba, a partir de 1º de janeiro de 2013.

E vejam só, o Blog do Tarso já noticiou sobre denúncia que durante governo Beto Richa cargos comissionados foram negociados no Porto de Paranaguá e que testemunhas reforçam suspeita de uso eleitoral de cargos no Porto, que ocorreu denuncia de uma farra dos comissionados do Governo Beto Richa na Sanepar, que Beto Richa aumentou em 462% o número de cargos comissionados sem concurso público na Celepar, que Beto Richa já havia aumentado os cargos comissionados da Secretaria do Trabalho, e 295 novos cargos comissionados no início do seu governo.

Por favor 2014, chega logo!

Beto Richa, 33% de hora-atividade já para os educadores!

cf89b615854629663c4ea2214d390e94

33% de hora-atividade já!

Por que isto é importante

Uma das grandes conquistas da educação do último período foi a aprovação e assinatura da Lei 11.738/2008, que institui o Piso Salarial Profissional Nacional para os educadores de todo o país. A medida tem como objetivo criar condições salariais e de trabalho adequadas para o atividade docente brasileira, ampliando-se assim, a qualidade da nossa educação pública.

A Lei do Piso começou a ser aplicada de fato, a partir de 2011, após o Supremo Tribunal Federal negar um pedido de declaração de inconstitucionalidade requerido por cinco governadores.

Além do salário, um dos aspectos fundamentais da Lei do Piso é a obrigatoriedade de Estados e municípios destinarem, nas carreiras docentes, 1/3 da jornada de trabalho para as atividades fora de sala de aula, tempo denominado como hora-atividade.

No Paraná, após um intenso processo de mobilização da categoria e negociações, o governo assumiu o compromisso de implementar os 33% de hora-atividade para o início do ano letivo de 2013.

Assim, educadores, e a sociedade paranaense solicitam para o governador o cumprimento do acordo.

33% de hora-atividade já!

Assine a petição aqui.

Leitores do Blog do Tarso pelo mundo: Japão

Foto de Tatyana Friedrich

Foto de Tatyana Friedrich

Dando continuidade à série “Leitores do Blog do Tarso pelo mundo“, já que muitos estão de férias, o Blog do Tarso está divulgando seus leitores pelo Brasil e pelo mundo, que mesmo em viagem continuam “antenados” no Blog.

O advogado trabalhista e ex-vereador de Curitiba, André Passos, está no Japão para ver o Bi-Mundial do Corinthians e foi fotografado na frente da prefeitura de Tokyo, navegando no Blog do Tarso. Obrigado!

Leitores prometem mais fotos dos Estados Unidos, Dinamarca e de todo o Brasil. Participe!