Decisão da Ministra da Cultura Ana de Hollanda sobre Creative Commons causa polêmica

Publicado hoje na Gazeta do Povo

Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

Aniele Nascimento / Gazeta do Povo / Gilberto Gil: primeiro a defender as licenças Creative Commons no Brasil

Gilberto Gil: primeiro a defender as licenças Creative Commons no Brasil
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Decisão de ministra causa polêmica

Com pouco mais de um mês de mandato, a ministra da Cultura, Ana de Hollanda, provocou a ira de uma legião de defensores do compartilhamento digital com uma atitude aparentemente inofensiva: retirar do site do Ministério da Cultura (MinC) as licenças Creative Commons (saiba mais sobre elas no quadro abaixo).

Beto Richa propõe criar Agência para regular suas privatizações via PPPs

FHC e Beto Richa

O Deputado Estadual Ademar Tráia ano (PSDB), líder do Governo Beto Richa na Assembléia Legislativa, informou que o Governador pretende criar a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados. Quando Carlos Alberto era Deputado Estadual da base de apoio de Jaime Lerner, ela já havia proposto Projeto de Lei nº 80/1999 no mesmo sentido.

Carlos Alberto quer que essa autarquia especial fiscalize os serviços que serão privatizados em seu Governo, assim como regule as concessionárias de pedágio criadas com seu apoio no Governo Jaime Lerner.

O ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso também criou agências reguladoras quando privatizou empresas estatais durante o seu Governo (1995-2002). A idéia era acabar com o Estado do Bem-Estar Social e transformar o Brasil num Estado apenas Regulador, que não prestasse serviços públicos e atividades econômicas estratégicas de forma direta.

Segundo Traiano, Beto Richa pretende privatizar via as chamadas Parcerias Público-Privadas – PPPs (Lei 11.079/2004). Conforme a obra de Hely Lopes Meirelles, por meio das PPPs o Estado repassa para a iniciativa privada principalmente rodovias, ferrovias, hidrovias, portos e energia (Direito Administrativo Brasileiro, 2005, p. 386).

Nas PPPs o contratado particular presta o serviço, não assumindo totalmente o risco do empreendimento, pois há contribuição financeira do Poder Público. Ou seja, capitalismo com risco reduzido para o grande capital. Existem PPPs na modalidade Concessão Patrocinada (concessão de serviços públicos ou de obras públicas de que trata a Lei no 8.987/95, quando envolver, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária da Administração Pública ao parceiro privado. Nela aplica-se subsidiariamente a legislação de concessões já existente) e a Concessão Administrativa (contrato de prestação de serviços no qual a Administração Pública é usuária direta ou indireta, ainda que envolva execução de obra ou fornecimento/instalação de bens. Nesta caso, a remuneração é integral da Administração Pública. Hely Lopes Meirelles entende que ela se destina à “inserção do setor privado em serviços (…) como a construção e administração de presídios, hospitais, escolas“. A concessão administrativa não é concessão de serviços públicos, mas apenas contratação de serviços, uma forma de terceirização). Sobre o tema ver nosso Terceiro Setor e as Parcerias com a Administração Pública: uma análise crítica.

Traduzindo: se Beto Richa pretende implementar PPPs no Estado do Paraná, ele pretende privatizar rodovias (mais pedágios?), ferrovias (vai privatizar a Ferroeste?), portos (vai privatizar o Porto de Paranaguá?), energia (vai privatizar a Copel?), presídios, hospitais e escolas (vai privatizar tudo isso?).

Com a palavra o Governador Beto Richa, para esclarecer o que ele irá privatizar via PPPs!

Traiano também informou que Beto Richa pretende criar a Agência de Defesa da Agropecuária e a Agência paraná de Desenvolvimento. Além do intuito de criar autarquias para regular as privatizações, a criação de agências em geral, reguladoras e executivas, tem o intuito de fuga do regime jurídico-administrativo. FHC criou agências com o intuito de que elas fossem autarquias com servidores celetistas, o que é vedado constitucionalmente, além de ser uma entidade gerida por diretores com mandato fixo, que inclusive extrapolam o próprio mandato do Chefe do Executivo, o que segundo o maior administrativista do país, Celso Antônio bandeira de Mello, é anti-democrático.

As agências reguladoras ainda foram criadas para que elas tivessem poder normativo semelhante ao Poder Legislativo e poder decidir com força de trânsito em julgado, sem possibilidade de questionamento junto ao Poder Judiciário, o que também é inconstitucional.

Sobre as agências reguladoras ver meu texto publicado em 2004: Aspectos gerais das agências reguladoras no direito brasileiro

Por que a RPC/Globo não tem um Jornal da Massa?

Ogier Buchi, Ruth Bolognese, Denian Couto e Ernani Buchmann

Sim, sou um telespectador diário do Jornal da Massa (2ª a 6ª das 7h às 7h30 na Rede Massa/SBT). Quando não posso assistir ao vivo, gravo e assisto durante o horário do almoço. Assisto porque é um jornal espetacular? Não, longe disso, mas sem dúvida é o melhor da TV do Paraná. Não estou falando de programas de entrevistas, uma vez que, por exemplo, o programa Jogo do Poder (Domingo, 23h, na CNT), com o advogado Luiz Carlos Rocha é muito bom.

O problema é que os jornais diários da RPC/Globo, a emissora de maior audiência, são muito ruins. Não expressam opinião de articulistas, mas apenas a ideologia do patrão. Os apresentadores parecem robôs.

O Jornal da Massa pelo menos expressa a opinião dos seus debatedores.

Denian Couto, o mediador, está cada vez melhor como uma espécie de juiz mediador dos debates.

Ogier Buchi representa a opinião “estilo Tribuna”, raivozo contra o ex-Governador Roberto Requião e dócil com o Beto Richa.

Ruth Bolognese, a melhor da bancada, é bastante crítica com relação aos políticos paranaenses. Lembremos que ela foi demitida de jornais do interior após criticar Beto Richa durante as eleições de 2010.

Ernani Buchmann é o debatedor mais equilibrado da bancada, mas exagera nas notícias sobre o decadente Paraná Clube.

Paulo Martins substitui o âncora ou os debatedores em suas ausências, e é o membro de extrema-direita do programa.

A jornalista Joice Hasselmann, da rádio BandNews, em alguns momentos também substitui, com muita competência, os debatedores. Ácida como sempre, mas ainda um pouco dócil com o Governador Carlos Alberto. Bem que ela poderia compor a bancada permanentemente.

Para terminar: quando informei a um amigo que eu gravava o programa, ele perguntou: “em VHS?”. Sim, ele ainda está na idade da pedra com relação às tecnologias…