Corinthians é o campeão da Recopa 2013 sobre o São Paulo. Veja o pôster

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O Corinthians acabou de vencer o São Paulo por 2 X 0 e é o campeão da Recopa Sul-Americana de 2013, no Pacaembu, com gols de Romarinho e Danilo. Em um ano é o terceiro título internacional do time que foi campeão da Copa Libertadores da América em julho de 2012 e do Mundial de Clubes pela FIFA em dezembro de 2012. O Corinthians ainda é o atual campeão paulista de 2013.

O timão já havia vencido o jogo de ida por 2 a 1 no Morumbi, considerado o salão de festas do Corinthians.

A Recopa é uma competição oficial organizada pela Confederação Sul-Americana de Futebol – CONMEBOL, e é disputada entre o campeão da Libertadores e o campeão da Copa Sul-Americana.

Corinthians: Cássio, Edenílson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Guilherme e Danilo; Romarinho (Renato Augusto), Emerson e Paolo Guerrero (Alexandre Pato). Técnico Tite.

São Paulo: Rogério Ceni; Douglas, Lúcio, Rafael Toloi e Juan (Maicon); Wellington (Aloísio), Denilson, Rodrigo Caio e Paulo Henrique Ganso; Osvaldo e Luis Fabiano. Técnico Paulo Autuori.

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As imagens da vergonha na Assembleia Legislativa do Paraná

O deputado estadual Fábio Camargo (PTB) foi eleito nesta segunda-feira (15) para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Paraná na vaga aberta com a aposentadoria de Hermas Brandão. Ele teve 27 votos contra os 22 dados ao seu colega Plauto Miró Guimarães (DEM), 1º secretário da Mesa Executiva. Os dois deputados que disputavam o posto se abstiveram de votar. O advogado Tarso Cabral Violin recebeu dois votos e Paulo Drabik, um. Vários postulantes acompanharam a sessão nas tribunas de honra. Ao final, o povo se manifestou: “vergonha, vergonha!”

A mensagem da juventude brasileira – Lula

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Por Luiz Inácio Lula da Silva, The New York Times

Parece mais fácil explicar esses protestos quando ocorrem em países não democráticos, como no Egito e na Tunísia, em 2011, ou em países onde a crise econômica aumentou o número de jovens desempregados para marcas assustadoras, como na Espanha e na Grécia, do que quando eles surgem em países com governos democráticos populares – como o Brasil, onde atualmente gozamos das menores taxas de desemprego da nossa história e de uma expansão sem precedentes dos direitos econômicos e sociais.

Muitos analistas atribuem os recentes protestos a uma rejeição da política. Eu acho que é precisamente o oposto: Eles refletem um esforço para aumentar o alcance da democracia, para incentivar as pessoas a participar mais plenamente.

Eu só posso falar com autoridade sobre o meu país, o Brasil, onde acho que as manifestações são em grande parte o resultado de sucessos sociais, econômicas e políticas. Na última década, o Brasil dobrou o número de estudantes universitários, muitos de famílias pobres. Nós reduzimos drasticamente a pobreza e a desigualdade. Estas são conquistas importantes, mas é completamente natural que os jovens, especialmente aqueles que estão obtendo coisas que seus pais nunca tiveram, desejem mais.

Esses jovens não viveram a repressão da ditadura militar nas décadas de 1960 e 1970. Eles não convivem com a inflação dos anos 1980, quando a primeira coisa que fazíamos quando recebíamos nossos salários era correr para o supermercado e comprar tudo o possível antes de os preços subirem novamente no dia seguinte. Lembram-se muito pouco da década de 1990, quando a estagnação e o desemprego deprimiu nosso país. Eles querem mais.

É compreensível que assim seja. Eles querem que a qualidade dos serviços públicos melhore. Milhões de brasileiros, incluindo os da classe média emergente, compraram seus primeiros carros e começaram a viajar de avião. Agora, o transporte público deve ser eficiente, tornando a vida nas grandes cidades menos difícil.

As preocupações dos jovens não são apenas materiais. Eles querem maior acesso ao lazer e a atividades culturais. Mas, acima de tudo, eles exigem instituições políticas que mais limpas e mais transparentes, sem as distorções do sistema político e eleitoral anacrônico do Brasil, que recentemente se mostraram incapazes de gerir a reforma. A legitimidade dessas demandas não pode ser negada, mesmo que seja impossível atendê-las rapidamente. É preciso primeiro encontrar recursos, estabelecer metas e definir prazos.

A democracia não é um compromisso de silêncio. Uma sociedade democrática é sempre em fluxo, debater e definir as suas prioridades e desafios, em constante desejo por novas conquistas. Apenas em uma democracia um índio pode ser eleito presidente da Bolívia, e um afro-americano pode ser eleito presidente dos Estados Unidos. Apenas em uma democracia poderia, primeiro, um metalúrgico e depois, um mulher serem eleitos presidentes do Brasil.

A história mostra que, quando os partidos políticos são silenciados e as soluções são procuradas pela força, os resultados são desastrosos: guerras, ditaduras e perseguição das minorias. Sem partidos políticos não pode haver uma verdadeira democracia. Mas as pessoas simplesmente não querem votar a cada quatro anos. Eles querem interação diária com os governos locais e nacionais, e querem participar da definição de políticas públicas, oferecendo opiniões sobre as decisões que os afetam a cada dia.

Em suma, eles querem ser ouvidos. Isso cria um enorme desafio para os líderes políticos. Exige as melhores formas de engajamento, através da mídia social, nos espaços de trabalho e nos campi, reforçando a interação com grupos de trabalhadores e líderes da comunidade, mas também com os chamados setores desorganizados, cujos desejos e necessidades não devem ser menos respeitado por falta de organização.

Tem-se dito, e com razão, que enquanto a sociedade entrou na era digital, a política permaneceu analógica. Se as instituições democráticas utilizassem as novas tecnologias de comunicação como instrumentos de diálogo, e não para mera propaganda, eles iriam respirar ar fresco em suas operações. E seria mais eficaz trazê-los em sintonia com todas as partes da sociedade.

Mesmo o Partido dos Trabalhadores, que ajudei a fundar e que tem contribuído muito para modernizar e democratizar a política no Brasil, precisa de profunda renovação. É preciso recuperar suas ligações diárias com os movimentos sociais e oferecer novas soluções para novos problemas, e fazer as duas coisas sem tratar os jovens de forma paternalista.

A boa notícia é que os jovens não estão conformistas, apáticos ou indiferentes à vida pública. Mesmo aqueles que pensam que odeiam a política estão começando a participar. Quando eu tinha a idade deles, nunca imaginei que me tornaria um militante político. No entanto, acabamos criando um partido político quando descobrimos que o Congresso Nacional praticamente não tinha representantes da classe trabalhadora. Através da política conseguimos restaurar a democracia, consolidar a estabilidade econômica e criar milhões de empregos.

É evidente que ainda há muito a fazer. É uma boa notícia que os nossos jovens querem lutar para garantir que a mudança social continue em um ritmo mais intenso.

A outra boa notícia é que a presidente Dilma Rousseff propôs um plebiscito para realizar as reformas políticas que são tão necessárias. Ela também propôs um compromisso nacional para a educação, saúde e transporte público, em que o governo federal iria fornecer apoio técnico e financeiro substancial para estados e municípios.

Ao conversar com jovens líderes no Brasil e em outros lugares, eu gostaria de dizer-lhes o seguinte: Mesmo quando você está desanimado com tudo e com todos, não desista da política. Participe! Se você não encontrar em outros o político que você procura, você pode achá-la em si mesmo.

Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente do Brasil e presidente de honra do Partido dos Trabalhadores

Vergonha na Assembleia

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Editorial de hoje da Gazeta do Povo

O candidato mais despreparado acabou eleito para o Tribunal de Contas. Mas a eleição para o TC atraiu um nível inédito de interesse popular; esperamos que esse nível de mobilização possa perdurar

Não causou surpresa a proclamação do deputado Fabio Camargo como novo conselheiro do Tribunal de Contas do Paraná, anteontem, pela Assembleia Legislativa. Era a notícia aguardada havia meses, desde o dia em que se revelou a intenção do parlamentar – filho do presidente do Tribunal de Justiça – de disputar a vaga com o colega Plauto Miró, tido até então como o candidato in pectore dos poderosos que mantêm sob controle os cordéis do teatro encenado no plenário.

Protegido sob o manto das disposições constitucionais, o processo eleitoral guardou quase toda a aparência de legalidade. Candidataram-se todos os que se dispuseram a tanto e puderam comprovar, documentalmente, o cumprimento das regras regimentais. Foram todos sabatinados, todos puderam discorrer livremente sobre suas qualidades para que, em seguida, secretamente, 52 dos 54 deputados (Camargo e Miró não votaram, embora pudessem fazê-lo) votassem naqueles que suas consciências indicassem como os melhores para ocupar o cargo.

Ledo engano. Ainda que na aparência não se tenha agredido a processualística legal e regimental, as cartas estavam previamente marcadas para que, vergonhosamente, fosse eleito exatamente o candidato mais despreparado para integrar o conselho do Tribunal de Contas – tanto por seu pífio histórico profissional e parlamentar quanto pelas pobres manifestações que fez em defesa da própria candidatura na tribuna da Casa ou em declarações públicas ao longo de sua campanha.

Persistem, porém, algumas dúvidas sobre a decisão do presidente da Assembleia, deputado Valdir Rossoni, ao proclamar a vitória de Camargo por 27 votos – um a menos do que prevê o regimento interno, que leva em conta o número de eleitores presentes em plenário e se omite em relação às abstenções. Ora, presentes estavam os 54 deputados e, nesse caso, a maioria só estaria assegurada com 28 votos, ou seja, 50% mais um. Mas há controvérsias: o corpo jurídico da Assembleia entende que a composição da maioria se faz pelo número de votos encontrados na urna. Nesse caso, como os dois deputados candidatos não votaram, os 27 votos dados a Camargo lhe confeririam a maioria dos 52 que depositaram votos.

Independentemente desta controvérsia, que poderá ser levada à Justiça e até mesmo provocar a anulação do pleito, o que de mais lastimável resulta desse episódio é o fato de a Assembleia Legislativa ter perdido a chance de melhorar sua imagem perante os eleitores – tarefa de que não deram totalmente conta muitas das providências elogiáveis tomadas pela atual direção. Se a revelação dos descalabros administrativos e morais que se perpetravam nos porões da Casa, denunciados na série Diários Secretos, fez com que o Legislativo paranaense procurasse elevar seu conceito sob aqueles aspectos, a eleição para o Tribunal de Contas o fez cair de patamar.

A Assembleia e seus deputados mostraram-se evidentemente surdos aos protestos nascidos nas ruas. Preferiram, em sentido diametralmente contrário à indisfarçável ojeriza popular aos vícios da política que se pratica no país, manter o velho corporativismo e dar as costas para o anseio da sociedade que clama por mais qualidade, honestidade e seriedade das instituições republicanas e de seus gestores.

Nem tudo, entretanto, é motivo de decepção e entristecimento. Esta eleição para conselheiro do Tribunal de Contas provocou um debate sem precedentes na história desse tipo de escolha. A população despertou e se conscientizou sobre a importância de escolhas técnicas e politicamente isentas para melhor fiscalizar as contas públicas. O que pode significar que, da batalha agora perdida, se tire lição positiva para as próximas eleições.