Empresários da indústria dizem não ao Governo Beto Richa

Beto Richa suou mas não conseguiu eleger Ricardo Barros na Fiep

O candidato do governo Beto Richa (PSDB), o ex-deputado Ricardo Barros (PP), nas eleições de ontem para a presidência da Federação das Indústrias do Paraná – Fiep, teve apenas 21 votos. O candidato vencedor, Edson Campagnolo, apoiado pelo atual presidente, Rodrigo Rocha Loures, obteve 69 votos. O candidato derrotado volta hoje, como prêmio de consolação, ao cargo de secretário estadual de Indústria e Comércio, do qual estava licenciado.

Estou de saco cheio do capitalismo

Por Gilberto Felisberto Vasconcellos

Na Revista Caros Amigos de julho/2011, p.35.

O que significa o fim da esperança de uma sociedade socialista?

O ex-chanceler Amorim privou com Glauber Rocha. Sorte a dele.

A política externa de um país é a continuação da política em casa.

Trotsky dizia: o Kremlin é uma burocracia rentista de um Estado degenerado pelo imperialismo.

Marx falou da ditadura do proletariado, mas não viu a degeneração burocrática dessa ditadura.

É genial a paráfrase feita por Trotsky: nada que é humano é estranho à política.

O marxismo não deve transformar seus heróis em santos.

Augusto Bebel foi torneiro mecânico, embora não tenha trabalhado no ABC automobilístico.

O conceito de revolucionário não é independente do conteúdo de classe.

Lênin falou sobre Stalin: ele é desleal e abusa do poder.

A “janela do tio Sam” (Trotsky) pela qual o PT vê o Brasil, é a mesma da UDN. Obrigado Leonel

Brizola.

O que significa Dilma aprofundar o que foi feito por Lula? O governo Lula não privatizou porque FHC não deixou quase mais nada para ser privatizado e, destarte, a privatização saiu da agenda do imperialismo.

Para o povo e o país, o governo Lula representou algum avanço ou progresso?

O destino da massa trabalhadora não está nas mãos de nenhum partido político.

Fala-se em “compromisso republicano” quase como uma “República da virtude” ou virtude da República. Frescura.

A história anda devagar.

Dona Dilma esta à direita de Lula ou dará o salto além do assistencialismo e da submissão ao imperialismo?

É um equívoco achar que partido político deixou de ser a expressão política das classes sociais.

A ideologia da igreja é a linguagem política: o rico egoísta não pode querer tudo para si, tem que pensar um pouco nos fodidos. Enfim, estabelece-se um abismo entre rico e pobre, sem o menor vínculo de exploração de classe.

O adeus ao socialismo (se é que alguma vez o PT foi marxista) significa que acabou o imperialismo. A supressão do antagonismo classista da “sociedade civil” leva à concepção da política como jogo de linguagem ou matéria de negociação, de diálogo, de conversa, de churrasco.

Negociar, negociar, negociar. A linguagem é política. A bandeira da linguagem. Quem não se recusa a conversar, pontificou o ex-presidente Lula, eis aí um autêntico político.

A FIESP ganhou o perdão por ter dado o golpe de 64, a memória da ditadura ficou nos capítulos da telenovela pornô Jabor I Love You.

O assunto democracia, o valor mais alto que se alevanta, deixou de ter qualquer relação com o imperialismo.

O Gramsci da “sociedade civil” ( o anti-Trotsky de A Revolução Permanente) trazido depois de 64 pelo partido stalinista teve efeitos deletérios na cultura brasileira de formação jesuítica. Isso resultou no excelente material armazenado pelos Bancos junto com a mais-valia psíquica do assistencialismo igrejeiro.

Glauber Rocha gostava menos de Gramsci do que de Visconti, ao contrário do que sucedeu com o PT Vaticano e antiluta de classes, e também com o CEBRAP rockfelleano do “autoritarismo versus democratização”.

O Banco Gramsci ( a moeda católica com esmola para os pobres) não é um oximoro escandaloso, é antes o condimento da salada cipaia da burguesia bandeirante.

Gilberto Felisberto Vasconcellos é sociólgo, jornalista e escritor.