Coluna do Esmael Morais

Câmara aprova novo Código Florestal

O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) conseguiu aprovar ontem à noite na Câmara a íntegra do relatório do novo Código Florestal com 410 votos a favor, 63 contra e uma abstenção. Agora o texto seguirá para o Senado, onde o governo diz que tentará modificar alguns pontos polêmicos como, por exemplo, a garantia de que a fiscalização das Áreas de Preservação Permanentes (APPs) — margens de rios, topos de morros e encostas — continuará sob responsabilidade da União. O projeto aprovado delega a tarefa aos estados.

Aldo também conseguiu manter no texto a “anistia” aos proprietários rurais que desmataram até 2008, como previa decreto editado pelo ex-presidente Lula no final de 2009. Os pequenos produtores agrícolas também foram isentados de recompor a reserva legal em propriedades que variam de 40 a 100 hectares.

Concretamente, a esmagadora maioria da base governista acompanhou o voto do relator. No Senado, muito provavelmente, pouca mudança haverá no texto de Rebelo. O líder Cândido Vaccarezza (PT-SP) disse no calor do debate que a presidenta Dilma Rousseff vetará alguns pontos do novo Código. Pela expressiva votação conquistada no plenário da Câmara (410 votos), resta saber se ela correrá o risco de perder a queda-de-braço com o Congresso Nacional.

Termômetro

A votação do Código Florestal ontem à noite também serviu para prever entre os parlamentares a temperatura, nos próximos dias, da crise envolvendo o ministro Antonio Palocci (Casa Civil). A tendência é de esfriamento.

Esses tucanos…

O governo identificou o dedo do PSDB no vazamento de informações da Projeto, empresa de Palocci, através da quebra do sigilo fiscal de contribuintes do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Olho clínico

O ex-presidente Lula já havia enxergado na semana passada as digitais de Serra nos bombardeios a Palocci. “Tudo para atingir Dilma”, dizia.

Execução

O casal José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo foi executado ontem no Pará. Eles eram extrativistas e travavam luta parecida com a de Chico Mendes, também assassinado, em defesa da floresta Amazônica. A presidenta Dilma determinou a entrada da PF no caso.

Fim de feira

Passados os primeiros cem dias de gestão de Beto Richa (PSDB), governador do Paraná, os senadores Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) estão animados para enfrentar o tucano em 2014, a quem eles já chamam “carinhosamente” de Yeda Crusius das araucárias.

Placar da vergonha

O “Blog do Esmael”, de propriedade deste colunista, está censurado há 48 dias pela Justiça do Paraná a pedido do governador Beto Richa (PSDB).

A política como ela é:

 

O encontro de Lula com Getúlio Vargas

No final do ano passado, o presidente Lula inaugurou em Brasília o Centro de Referência do Trabalhador que levou o nome do ex-governador Leonel Brizola. Em animado discurso à plateia, o presidente lembrou que o pedetista o convenceu em 1998 a visitar o túmulo de Getúlio Vargas, em São Borga, no Rio Grande do Sul. O petista sempre foi arredio ao sindicalismo varguista devido, segundo ele próprio, semelhanças com a “Carta del Lavoro”, do ex-ditador italiano Benito Mussolini.
“Em determinado momento, o Brizola começou a conversar com o Getúlio. E era uma coisa que eu fiquei espantado. Ele estava conversando com admiração como se o Getúlio estivesse ali, ouvindo ele. E, de repente, o Brizola fala: ‘Ô Lula, quer conversar com o Getúlio?'”.
“Não, Brizola, não quero conversar, não”, devolveu Lula, sem esconder o medo com aquela conversa com o Além.
“Mas aí ele me apresentou pro Getúlio. Eu saí de lá, e falei: ‘Esse Brizola transcendeu a minha compreensão'”, relatou Lula, arrancando gargalhadas da plateia.

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