Luis Fernando Verissimo: “data da informatização o começo do desvio das redações para a direita”!

Teclado silencioso
LUIS FERNANDO VERISSIMO
O GLOBO – 21/04/11
Os escritores antigos escreviam muito mais do que nós. Acho até que existia uma relação direta entre a dificuldade para escrever e a quantidade – e a qualidade – do que era escrito. Não há nada parecido, na era do e-mail, com o volume de correspondência dos escritores a pena, que além de manuscrever livros que pareciam monumentos manuscreviam cartas que pareciam livros. Quanto mais fácil ficou escrever, menos os escritores escrevem. Os livros ficaram mais finos e a correspondência se reduziu a latidos digitais, breves mensagens utilitárias cheias de abreviaturas, “envia” e pronto. Já um George Bernard Shaw escrevia uma peça atrás da outra com introduções maiores do que as peças e ainda tinha tempo para escrever cartas para todo o mundo. Geralmente xingando todo o mundo, o que exigia mais tempo e palavras.
Desconfio que a nova técnica também modificou o jornalismo. As barulhentas redações pré-eletrônicas eram áreas conflagradas onde o combate com o teclado duro era um teste de resolução e resistência, um trabalho decididamente braçal. Depois vieram os computadores e o ambiente de chão de fábrica foi substituído pelo de laboratório. Tese: data da informatização o começo do desvio das redações para a direita. E isso que a gente muitas vezes confunde com linhas editoriais conservadoras dominando a nossa grande imprensa pode ser apenas um efeito do teclado silencioso.
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Professor Paulo Schier opina sobre a CPI das Falências

Publicado hoje na Gazeta do Povo

Comissões: democracia com limites

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Gazeta do Povo diz que audiências públicas de Beto Richa e Luciano Ducci são pro forma

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Beto Richa sempre disse que é um defensor das audiências públicas, que fez várias quando era Prefeito de Curitiba, e que fará o mesmo no Governo do Estado. Luciano Ducci também discursa no mesmo sentido.

Mas o jornal Gazeta do Povo desmascarou o discurso vazio do Governador e do Prefeito.

Rogério Galindo, da Gazeta do Povo, disse hoje que as audiências públicas são pro forma, que o poder público finge que ouve o cidadão (que quer participar e até dá sua contribuição), e que a participação popular parece ser um mal necessário.

A matéria de Chico Marés, transcrita abaixo, ainda informa que nas audiências públicas de Curitiba a população pode apenas sugerir, mas que em Porto Alegre, no orçamento participativo implementado pelo PT, os moradores podem efetivamente decidir onde investir parte do que o município arrecada.

Veja a matéria publicada nesta quarta:

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