
PM de Geraldo Alckmin na Avenida Paulista, no dia 06 de junho, quando agrediu os manifestantes. Fotos de Tarso Cabral Violin
Dia 6 de junho de 2013 eu estava em São Paulo durante a primeira manifestação do MPL – Movimento Passe Livre SP. O movimento de esquerda, que luta pela passagem do transporte coletivo gratuita, questionava o aumento, abaixo da inflação, que a prefeitura de São Paulo havia efetivado na tarifa do ônibus de R$ 3,00 para R$ 3,20.
Perguntei para alguns “filhinhos de papai” que estavam nos bares da Avenida Paulista o que havia ocorrido e eles me disseram que era um movimento de “meia-dúzia” de membros do PSOL e PSTU que ficavam reclamando de um aumento de “apenas” vinte centavos na tarifa, e que eles atrapalharam o trânsito na Paulista.
O problema é que desde aquele dia a Polícia Militar de São Paulo, comandada pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), bateu e agrediu os manifestantes.
Divulguei as minhas fotos acima no Instagram, informando da agressão da PM e uma amiga minha chegou a dizer que eu era mentiroso.
Até ali a velha mídia representada pelo Datenas, Arnaldo Jabor, Reinaldo Azevedo e outros fascistas criticavam o movimento e alguns chegavam a dizer que os manifestantes tinham que apanhar.
Depois foi comprovada a agressão por parte da PM. Dias depois a manifestação cresceu e até jornalistas foram agredidos e levaram balas de borracha no olho. Um inclusive vai ficar cego.
O movimento cresceu, manifestantes de outras cidades do Brasil e do mundo se solidarizaram com o MPL e aconteceu o que aconteceu. Um dos maiores movimentos nas ruas dos últimos 20 anos. Dessa vez muito mais contra a truculência da PM do que sobre a própria questão dos transporte coletivo.
Eis que hoje o MPL conseguiu seu objetivo inicial mais urgente: o prefeito Fernando Haddad (PT) diminuiu a tarifa para os iniciais R$ 3,00.
Parabéns ao MPL e ao movimento de esquerda que eles iniciaram. Antonio Gramsci deve estar orgulhoso, seja onde ele estiver!
Obs.: minha amiga ainda não me pediu desculpas!

