Breaking Bad

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Como já comentei aqui, desde muito tempo eu dizia que não assistia enlatados norte-americanos, uma vez que adoro filmes e já faria muita coisa na vida pessoal, profissional e na Academia e não daria tempo de também assistir séries de TV estadunidenses.

Com a queda na qualidade cada vez maior dos filmes, sempre ouvia falar da melhoria do nível das séries, e que muitas delas seriam melhores do que muitos filmes.

Fui inicialmente convencido a assistir House of Cards, por gostar de política e por estar estudando a imprensa no doutorado. Adorei.

Depois fui convencido a assistir Game of Thrones, também pela política e outras qualidades. Adorei.

Depois assisti Narcos, por ser uma séria estadunidense dirigida e estrelada por brasileiros. Boa, mas não com a mesma qualidade das outras duas e com uma visão muito norte-americana da história do traficante colombiano Pablo Escobar.

Depois de assistir essas três, perguntei a dois grandes amigos: qual devo assistir agora, que seja obrigatória? A resposta foi incisiva: “Breaking Bad!”

Sinceramente? Até aquele momento, quando eu ouvia falar em “Breaking Bad” eu pensava que era a série de zumbis “Walking Dead”.

Acabei hoje de assistir todas as cinco temporadas e talvez seja a melhor série que já assisti na minha vida. No mínimo, no mesmo nível de House of Cards e Game of Thrones, mas é uma pena que é a única das três já encerrada, sem mais filmagens.

Não cabe aqui fazer um crítica, apenas digo que a série sai do lugar comum ao mostrar servidores públicos honestos e eficientes e uma iniciativa privada desonesta, corrupta e antiética.

Outro debate importante que a série suscita é a necessidade da descriminalização das drogas. O que um químico (inicialmente bonzinho) fazia, que poderia ser fiscalizado pelo Estado, taxado pelo Estado, com amplo debate na sociedade sobre o uso das mais variadas drogas, na nossa sociedade atual é crime. Não precisaria ser. A descriminalização acabaria com os crimes ligados ao tráfico, e igualaria as drogas em geral com o álcool e o cigarro, sem criminalização mas com forte regulação do Estado.

Enfim, na minha visão Breaking Bad é uma série genial, não apenas pela qualidade da produção, do roteiro, direção e dos atores, mas também por não ter um discurso estatista e ao mesmo tempo liberal (no sentido estadunidense) na questão dos direitos fundamentais individuais.

Para quem ainda não assistiu, recomendo!

Índice

10 comentários sobre “Breaking Bad

  1. A coluna de hoje do Cristovam Buarque é uma bofetada.
    A vez de Angelo

    Crianças naufragaram na viagem para o futuro

    No dia 11-2-2005, o helicóptero do presidente Lula desceu na comunidade de Canaã, no agreste pernambucano, ao lado da cidade de Toritama; o presidente caminhou até um grupo de crianças e agachou-se em frente a elas. Um fotógrafo captou a cena, e a foto foi publicada nos jornais. Ao vê-la, decidi visitar as crianças e, com base no que observei, escrevi uma carta ao presidente, sob o título “Estas crianças têm nome — como dar-lhes um futuro?”.

    Descrevi a realidade onde elas viviam, especialmente a escola onde estudavam, reconheci que o presidente ainda não era o culpado daquele triste cenário de penúria educacional e pobreza social, mas que seria o responsável se, dez anos depois, o quadro se mantivesse; na carta sugeri dez medidas para mudar aquela realidade, seguindo as linhas do projeto que tentei executar ao longo de 2003, quando fui ministro da Educação.

    Na semana passada voltei ao local e vi a tragédia resultante de dez anos de abandono da educação e falta de políticas públicas consistentes para a emancipação dos pobres.

    A menina — na foto está bem em frente ao presidente — de nome Taciana, então com 6 anos, deixou a escola aos 14, engravidou aos 15 e aos 16 tem um filho com 1 ano e dois meses, chamado Angelo Miguel. Seu irmão, conhecido como Cambiteiro, estava no grupo, mas não quis aparecer na foto. Fora da escola antes dos 15 anos, tornou-se vigilante informal nas pobres ruas de Canaã, até ser assassinado.

    O menino chamado Rubinho, então com 7 anos, para quem o presidente Lula parecia olhar, deixou a escola antes da quinta série e, aos 17, tem um filho de nome Natan Rafael. Seu irmão Diego, que não aparece na foto por ser então muito pequeno, hoje com 15 anos, já esteve preso; na cadeia foi jurado de morte pelos presos, esfaqueado, fugiu do hospital e desapareceu. Jailson, o que ri para o presidente, e Josivan, na ponta direita da foto, deixaram a escola antes de terminar a quarta série. Jaques, então com 9 anos, deixou a escola com 13; o menino conhecido como Nego, então com 8 anos, não estudou e tem hoje dois filhos.

    Nesses dez anos, a vida daquelas crianças tornou-se uma monótona repetição de fatos e fracassos: todas deixaram a escola antes de concluir o ensino fundamental, fazem parte do exército de analfabetos funcionais que ocupa o país; todas foram trabalhar ao redor dos 15 anos, em trabalhos informais sem qualificação; tiveram filhos ainda na adolescência; nenhuma teve o futuro a que tinha direito ao nascer.

    Toritama é um Mediterrâneo onde aquelas crianças naufragaram na viagem para o futuro, diante dos olhos do presidente Lula e de todos nós.

    Dez anos depois carreguei nos braços Angelo Miguel, filho da Taciana, e me veio o triste sentimento de ver nele a repetição do mesmo histórico círculo vicioso que gira passando de pais para filhos, sem mudar o rumo do destino. E seria tão fácil, se garantíssemos escola com qualidade para todos de uma geração, como aquela de Canaã, dez anos atrás. Sem isto, agora é a vez de Angelo.

    Cristovam Buarque é senador (PDT-DF)

    (A foto foi tirada por Ricardo Stuckert em fevereiro de 2005 e ligeiramente modificada por mim)

    Publicado originalmente no O Globo em 3/10/2015

    http://oglobo.globo.com/opiniao/a-vez-de-angelo-17680345

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  2. Você foi convencido a ir para a Disney, a usar telefone celular das teles privatizadas, o que mais ? ser “convencido” é um eufemismo que você usa para reconhecer o seguinte – no capitalismo e na iniciativa privada se produzem coisas boas…no comunismo e no Estado se produz corrupção, e se reproduz pobreza.

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  3. Tenho saudade daquele blogueiro atuante, que falava de política do alto do pedestal, que postava ao lado da ex presidente Dilma, todo gabola, que falava da patria (Cadê o Janine ? ) educadora…da pátria (cadê o ministro da dilma da saúde) para os pobres, que criticava o mercado (A ex presidenta se curvou ao mercado para baixar dolar e melhorar para banqueiro)…Blog de discussão de série americana de teve tem muitos, mas blog amigo do partido mais amado, da super ex presidente, do poderoso lula, era só esse…vou sentir falta…..uma pena.

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    • Aquele blogueiro não existe mais. Falar do PT não dá,só tem notícia ruim e o partido não arranjou nem um carguinho para ele. E agora ele também está se identificando com a cultura “estadunidense”, que provavelmente o fará deixar de ser petista!!!

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  4. É uma evolução. Começa gostando de séries estadunidenses (que jeito jacú de se falar), depois leva os filhos na Disney, depois comwça a gostar da vida dos estadunidenses, depois compara com nossa pobreza, daí passava gostar do Obama, comwça a questionar o Lula e, dando tudo certo, até o final do ano deixa de ser petista!!! kkkkkkkkk, Tarso, o estadunidense enrustido!!

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  5. Opa, peraí…quem propos ser ácido mas não deixar a ternura jamais foi você. Eu li atentamente o banner do blog e vi ali politica, privatização, gerenciamento, Estado, terceiro setor…não li nada sobre séries americanas e cinema em geral….
    Admita: você posta essa coisa de série porque não há o que falar do governo que foi amplamente apoiado por seu blog, inclusive atacando fortemente as “elites brancas” (hoje 93 % do país….) que não concordaram com sua opinião. Agora, os que questionam isso falam besteiras…? me diga – se você fosse ouvidor da prefeitura do PT e o cidadão questionasse algo…você falaria que ele só fala besteiras. Além do mais, você se declarou pré candidato a vereador, então é interesse público te questionar e apontar as contradições, se não gosta, pare de postar e feche o blog. Quanto ao anonimato. o e mail tá aí, é só responder, e não querer se expor para um monte de policiais da esquerda festiva não é crime, aliás, os comentários me parece não tem caráter político partidário, e tem sido adequados, não ofensivos, apenas estão te questionando fortemente, e você nunca responde o que questionam.

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