Fábula: A saga do concurseiro Zezinho

Foto Mauro Scrobogna /LaPresse 09-01-2013 Roma Politica Rai - trasmissione porta a porta Nella foto: Silvio Berlusconi Photo Mauro Scrobogna /LaPresse 09-01-2013 Rome Politics Rai - porta a porta tv show - In the picture: Silvio Berlusconi

José Guinle de Bragança nasceu em Nova Aleluia, capital do país chamado Paraíso dos Homens de Bem. Filho de pai desembargador do Tribunal de Justiça e mãe filha de empresários milionários, Zezinho era uma criança normal, um adolescente não afeto aos estudos e entrou na Faculdade de Direito da Universidade Nacional de Paraíso dos Homens de Bem, a melhor do país, após pagar para um sujeito fazer a prova do vestibular em seu lugar.

Papai entrou sem concurso, pois na época era indicação, e as empresas dos papais da mamãe não sonegavam impostos, destruíam o meio ambiente e quase escravizavam seus trabalhadores.

Zezinho sempre assistiu muita TV, nunca gostou de ler livros, e se informava no jornal da emissora privada monopolística de maior audiência do país, e na revista semanal mais vendida.

Zezinho, durante a faculdade, não participou do movimento estudantil, por considerar ser “coisa de comunista” e sempre encheu a boca ao dizer que odiava política.

Durante a faculdade, era um aluno mediano, e em qualquer prova subjetiva, estranhamente, tirava notas altas. Na dúvida, ele fazia sempre interpretação literal da lei. Todos os professores eram advogados com processos judiciais nas mãos do pai de Zezinho, e reunião entre eles era comum no Clube de Campo.

Zezinho sempre quis ser piloto de Fórmula 1, mas como papai o obrigou a estudar direito, resolveu que teria que fazer concurso público: “quem sabe eu consiga uma boquinha”.

Zezinho, após se formar, não trabalhava, ficou fazendo cursinhos preparatórios por três anos, enquanto aparentemente atuava na área jurídica em escritório de advocacia de amigo de seu papai.

Após reprovar reiteradamente em concursos públicos, até concursos de nível baixo, Zezinho colou com equipamentos de alta tecnologia nas primeira e segunda fase de um concurso para Juiz Federal. Na terceira fase, a fase de prova oral, a banca foi “uma mãe”, para Zezinho, e ele passou com nota máxima. As perguntas foram, basicamente, “como está seu papai?”, “como vai a empresa do seu vovô?”.

Zezinho sempre teve tudo o que quis na vida, era só pedir para papai e para mamãe. Mas agora, por mérito próprio, ele era um Juiz Federal. É um defensor da Meritocracia.

Paraíso dos Homens de Bem sempre foi o país mais corrupto do mundo, com a maior desigualdade social do mundo, onde os ricos eram muito ricos e os pobres eram muito pobres. Empresas multinacionais estão de olho nas reservas naturais do país, uma vez que elas estão nas mãos de empresas estatais.

Um governo popular conseguiu assumir a chefia do Poder Executivo federal, conseguindo reduzir as desigualdades sociais e criando instrumentos de controle da Administração Pública.

A elite financeira do país se indignou, juntamente com a rede monopolística de TV, a revista semanal e autoridades da polícia, Ministério Público e Poder Judiciário, assim como a oposição que sempre esteve no Poder desde a criação do país, com um discurso contra a corrupção e pelo Estado Mínimo.

A tática era simples: a revista publicava uma matéria semanalmente apontando que todos os problemas de corrupção no país eram de responsabilidade do presidente da República e de seu Partido. A rede de TV, todo o dia, noticiava em horário nobre que era o maior esquema de corrupção de todos os tempos, e a culpa era do presidente e do Partido do Presidente.

O magistrado Zezinho, juntamente com seus amiguinhos poderosos do Clube de Campo, das mais variadas áreas da advocacia, Ministério Público, magistratura, política, da Indústria e meios de comunicação, se transformou no centro de uma operação que contou com 253 fases, com o intuito de varrer qualquer um que queira reduzir desigualdades do Poder.

A Corte Suprema mudou sua Jurisprudência, após pressão da mídia, para agilizar os procedimentos para que todos os inimigos da elite financeira fossem encarcerados.

Zezinho vira heroi, capa da revista toda a semana, aparecendo todo dia na emissora de TV privada monopolística.

A elite consegue apear do Poder o presidente, o Partido Novo Fascista do Estado Mínimo lança Zezinho presidente, que se elege com 80% dos votos, com o discurso da anti-corrupção, privatizações e confusão entre posições da Igreja e Estado.

Zezinho se elege, acaba com as políticas sociais, privatiza tudo, inclusive as prisões, com a revista e a TV mostrando apenas as maravilhas de seu governo, a economia melhora os lucros do grande capital, e “todos” vivem felizes para sempre.

10 comentários sobre “Fábula: A saga do concurseiro Zezinho

  1. Como texto, mal escrito. Como teoria da conspiração , cheia de furos. Como reconhecimento da derrota da esquerda, até que é válido.

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  2. Eu gosto mais assim: um partido pregou a ética, a solidariedade com os pobres e a mudança do país. Entrou no poder, aliou-se ao que há de pior na política, alguns do partido preferiram enriquecer e fazer patrimonio, erraram na economia e retrocederam nas conquistas que conseguiram. Pronto. O resto é mi mi mi.

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  3. Uái, Violin. Ma iss é um trem doido, sô. Nóis de cá carcula qu’esse lugá que cê fala morava numa ocasião bem afastada daqui, nuns tempo lá lonjão, bem na frente, imitando nóis, sô. Ou intonces, foi nas era dos rei, prinspe, ou dos coroné. Desse negóço de delegado e juis de paz e ôtos iguá, a gente num sabe, puque eles mora onde num mora ninguém. Todavia, a respeito da TV, my friend, a coisa é criminosa. Hoje , segunda-feira, 22/02/16 o jornal da manhã, na globo, noticiou CINCO VEZES , com o mesmo texto e as mesmas palavras, a ação da PF com mandatos de prisão pra um tanto de gente e o mais noticiado, reiteradamente, o João Santana ( É este mesmo nome do infeliz ?) marqueteiro nas campanhas, uma de Lula e duas de Dilma Rousseff. Meu DEUS. Chega a ser nojenta esta perseguição sem trégua. Que medo infernal têm esses antipáticos derrotados. Olha, Violin. Eu até temo pelo pior. Aqueles imbecis que estavam na porta do forun ou delegacia- não me lembro do lugar mas do evento- no dia da dissimuladamente abortada fala de Lula com a policia ou promotores, foram pagos pra encher de ar um boneco de plástico com as características e insinuações de que que fosse o Lula. Houve um início de conflito que se intensificou, e, se a polícia não interviesse pra coagir os LULISTAS a pau e ponta-pés, a coisa tinha sido feia, não tanto porque já tinha havia uns bonecos coxinha dando linha rua afora. O meu temor é que este estado de situação se repita em um evento mais relevante e um distúrbio popular se alastre com intensidade e resultados mais graves, porque pelo que vejo daqui, muitos que estão do lado de Dilma e Lula, estão por amor a eles, por admiração ou por uma espécie de empatia decidida, um apostolado. E foi assim que Átila, denominado o castigo de DEUS, dizimou vilas e cidades inteiras a ferro e fogo, seguido ombro a ombro, no seu flanco, por pura admiração que chegava às raias da idolatria, e milhares de cavaleiros ferozes à sua frente, em transe, encarniçadamente bradando e atropelando tudo, totalmente desprendidos de suas próprias vidas. Assim foi com Gengis Kan, Napoleão, Lampião e Antônio Conselheiro. Estes virtuosos brotam no tempo e todo tempo há os que querem com eles irem pro inferno ou serem donos do CÉU. E Eu tenho medo disso, um medo bom.

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  4. “criando instrumentos de controle da administração publica” kkkkkkkkkkkkkkkkkk Tarso…você é de fato um comediante !!!!

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  5. Tarso, nos conte aquela fábula do Luizinho 9 Dedos, um rapaz humilde que de tanto trabalhar, chegou ao controle de uma nação longínqua….

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  6. D+ só assim mesmo para a gente ter liberdade de expressão nesta democracia …. chamada …. “sabe_lá_Deus_o_quê”.
    a proposito, este tal de João ai de cima junta democracia, apolítico e apartidário. tsc tsc tsc

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