Almoço com Ives Gandra

ivesgandramartins

Não é agradável um almoço em restaurante com a mesa ao lado composta por pais que não educam seus filhos e permitem que as crianças fiquem jogando em aparelhos barulhentos,  incomodando os demais cidadãos da localidade, máquinas que poderiam muito bem estar no modo “mudo”. Infelizmente, em uma sociedade cada vez mais egoísta e indivualista, papais e mamães quotidianamente permitem que os interesses de sua família se sobreponham à coletividade.

Eis que ontem eu estava almoçando em um restaurante no qual um sujeito escutava em seu celular, na mesa ao lado, uma entrevista no último volume com Ives Gandra da Silva Martins, um advogado tributarista ultra-conservador e reacionário, da Opus Dei, que nega a existência da ditadura militar.

A entrevista tratava da golpista possibilidade absurda contra a presidenta reeleita Dilma Rousseff (PT), ou contra o constitucional e democrático Decreto da Participação Popular.

Se Curitiba foi a capital brasileira com a maior votação ao candidato derrotada da direita, Aécio Neves (PSDB), com 72,1% dos votos, o bairro do restaurante fica onde Aécio obteve 84% na região. É o mesmo bairro onde um colaborador do PT foi assassinado por ódio à política e ao PT. O restaurante fica nessa conservadora região.

Cancelei minhas assinaturas da Folha de S. Paulo e Gazeta do Povo, faz 20 anos que não compro a revista Veja, tento ver cada vez menos TV, mas agora esse tipo de gente vai fazer que tenhamos que usar protetores de ouvido em nossas refeições fora de casa.

Mas espera aí, quando olhei para o lado, havia um sujeito lendo a última revista Veja, com a capa que tentou, de forma golpista, mudar sem sucesso o destino das últimas eleições presidenciais com uma matéria criminosa e mentirosa.

O Brasil mudou para melhor com a redemocratização depois da década de 80, em especial nos últimos 12 anos. Falta agora mudar as nossas elites financeiras.

Quero ter o direito de poder escolher com quem eu quero almoçar em um restaurante…

23 comentários sobre “Almoço com Ives Gandra

    • O que seria da nossa esquerda se tivessem que viver nos bairros de esquerda? Sem os restaurantes, as comidas, o lazer, os empregos que só encontram nos bairros de “direita”?

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  1. Os cidadãos conscientes da necessidade de politizar o Povo e ensiná-lo a escolher o que mais interessa para a Nação, são todos favoráveis à implantação do Programa Nacional de Participação Social que os deputados não aprovaram. Qual a razão para tal negação ao direito do Povo se manifestar? Então os deputados não representam o Povo! E se não nos representam, nós não votaremos neles! D.Dilma deve insistir na aprovação do pojeto de implantação do PNPS e nós aqui embaixo teremos que organizar um movimento de apoio!

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    • O povo que você cita inclui tanto o senhor quanto eu. E os deputados me representaram muito bem derrubando o decreto. O senhor é apenas um indivíduo, meu caro, sem legitimidade alguma para falar em nome de todo o povo brasileiro. 51 milhões votaram na mudança. Outros 30 milhões votaram contra o projeto de mudança e o projeto atual.
      Ainda não ficou claro que podem até comprar votos em quantidade suficiente para vencer eleições, mas, não podem comprar o povo deste país?

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  2. Pingback: Almoço com Ives Gandra | MANHAS & MANHÃS
  3. Em compensação ao fracasso da Veja, os hackers do TSE conseguiram, com sucesso, definir a vitória de Dilma. Votei nulo, mas fico indignado com a hipocrisia de muitos “esquerdistas” do PT, que dizem defender os anseios do povo mas querem distância dele. “Quero ter o direito de poder escolher com quem eu quero almoçar em um restaurante…” Isso exemplifica o que escrevi. A propósito, se você sabia que o restaurante estava localizado em uma região de “direita”, por que você almoçou lá? Para arranjar um pretexto para criticar àqueles que discordam de você?

    “Falta agora mudar as nossas elites financeiras.” Errado. O que falta é que cada um de nós arranque suas máscaras de hipocrisia e assuma a responsabilidade integral por sua vida. Busque a auto-suficiência e você estará deixando aos poucos de pagar impostos e influenciando outras pessoas a seguir seu exemplo. Se um número suficiente de pessoas parar de sustentar nosso governo corrupto e terrorista, ele irá pacificamente à falência, e a elite financeira e política (incluindo todos os que indiretamente se beneficiam) terá de trabalhar honestamente para sobreviver. Se não temos benefícios concretos em troca dos impostos que pagamos, por que insistimos em sustentar uma elite de parasitas?

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  4. Caro Tarso,

    Acho que nao entendi teu post…
    Vc está mesmo “se gabando” de nao ler a Folha de SPaulo, de não ler a Gazeta do Povo, de não ler a Veja e de tentar não assistir televisão?
    É isso mesmo? Você efetivamente tem orgulho de “brincar de avestruz”, de fingir que não existem opiniões e fatos diferentes da “sua realidade”?
    Nunca tinha visto alguem se orgulhar e fazer questão de tornar publico o fato de ser ignorante.
    E agora nem mesmo pode frequentar restaurantes onde se ouve opiniões diferentes.
    Realmente esse mundo nao tem mesmo jeito, não é mesmo?

    Eu podia jurar que para alguem se propor a escrever um blog, deveria ter acesso à informação, buscar conhecimento e só depois resolver escrever….
    Me impressiona como voce escreve com tamanho orgulho pelo fato de estar cada vez mais isolado de opiniões diferentes das suas.

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  5. Você almoçando em restaurante ? uau conta pra nóis..donde era ? qual ? Madero ? ile de france ? tem uns ali no pátio batel que são frequentados diariamente pela esquerda festiva para discutir os problemas dos pobres tomando um vinho de 400 reais !

    Só falta agora me dizer que vai prra disnei nas ferias curtir o imperialismo…pensei que ia pra africa trabalhar em prol das crianças com fome, ou pra cuba fumar um charutito…

    Conta aí..que restaurante era ?

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  6. Date: Fri, 31 Oct 2014 03:31:41 +0000 To: mauriciomscavassa@hotmail.comML: sem votos, oposição quer asfixiar Dilma“A estratégia é valer-se de cada posição para neutralizar as ações da presidenta”COMPARTILHEVOTE (+46) IMPRIMIR O Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Moreira Leite, publicado em seu blog:ASFIXIANDO A PRESIDENTA Incapaz de vencer Dilma nas urnas — nem com auxílio de um golpe midiático — a oposição decidiu tentar o afogamento institucional do novo governo. Os votos da eleição presidencial foram contados há menos de uma semana. A posse da presidenta reeleita está marcada para as 10 horas da manhã de 1 de janeiro de 2015. Mas a oposição segue no ataque. A estratégia é valer-se de cada posição — de cada milímetro na máquina do Estado e no conjunto das instituições políticas, inclusive a mídia — para neutralizar as ações da presidenta, esvaziar suas decisões e impedir a formação de um segundo governo capaz de prosseguir as mudanças iniciadas em 2003 e dar respostas eficazes aos imprevistos e dificuldades que surgiram nos últimos anos. É uma postura predadora, explicada com a devida elegância em palestra recente de Paulo Arantes, professor de ideias marxistas, mestre de várias gerações que fizeram o curso de Filosofia na Universidade de São Paulo. Referindo-se a política da direita norte-americana, modelo e exemplo da facção mais ativa do conservadorismo brasileiro, o professor, mestre de tantas gerações que passaram pela Filosofia da Universidade de São Paulo, explica, em palestra transcrita pela Folha de S. Paulo: “A direita norte-americana não está mais interessada em constituir maiorias de governo. Está interessada em impedir que aconteçam governos. Não quer constituir políticas no Legislativo e ignora o voto do eleitor médio. Ela não precisa de voto porque está sendo financiada diretamente pelas grandes corporações”, afirma. Por isso, seus integrantes podem “se dar ao luxo de ter posições nítidas e inegociáveis. E partem para cima, tornando impossível qualquer mudança de status quo. Há uma direita no Brasil que está indo nessa direção.” Segundo ele, “a esquerda não pode fazer isso porque tem que governar, constituir maiorias, transigir, negociar, transformar tudo em um mingau”. O que se assiste no Brasil desde o último domingo é uma versão local deste processo. A eleição mostrou a imensa dificuldade dos conservadores conquistarem a maioria do eleitorado, apesar da unidade do grande empresariado em torno de QUALQUER candidato capaz de derrotar Dilma e o PT e da falta absoluta de escrúpulos democráticos confirmada pela tentativa de golpe midiático ocorrida nas 48 horas anteriores a votação. O que se tenta, a partir de então, através de posições “nítidas e inegociáveis,” que tornem impossível qualquer mudança de status quo”,” é impedir que o governo “aconteça”, que faça seu “mingau”. É sintomático que a primeira iniciativa da campanha do PSDB após a derrota tenha sido questionar a apuração no TSE. Não havia um indício, nenhum fato, para justificar a mais remota suspeita contra o resultado das eleições — apenas a vontade irresponsável de colocar em questão a decisão das urnas, naquele aventureirismo típico do “se colar, colou.” No Brasil de hoje, o “mingau” de Dilma (lembra a história do Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mau que queria criancinhas para fazer mingau?) é construir uma maioria para governar. A presidente precisa recompor a maioria política, confirmando, após a vitória eleitoral, aquilo que as urnas disseram — ela é a liderança mais adequada para mobilizar a sociedade para a defesa os interesses da maioria. Nas circunstâncias concretas da política brasileira, Dilma necessita de um novo eixo político para o segundo mandato. É obrigação natural de qualquer governo recém-eleito. No caso brasileiro, consiste na única forma de manter políticas de distribuição de renda e proteção dos mais fracos que marca os governos Lula-Dilma desde 2003. Neste caminho, terá de “transigir, negociar,” como explica o marxista Paulo Arantes. A questão real não é elevar ou não a taxa de juros em 0,25%, como ocorreu na semana passada. Eu acho — e uma minoria de 3 contra 5 votos na reunião do PROCOM pensa da mesma forma — que foi uma medida desnecessária, ainda mais numa situação de baixa atividade econômica. A experiência mostra, porém, que este é um debate possível e legítimo. Há exemplos para sustentar as duas opiniões. Tem-se como certo que a alta de juros promovida pelo COPOM, no final de 2008, serviu para aprofundar a crise dos derivativos no Brasil. Uma tragédia, que repercutiu no crescimento negativo em 2099. Mas a histórica redução dos juros, promovida em agosto de 2011, que recebeu apoio enfático de tantos observadores, inclusive deste blogueiro, esteve longe de produzir os resultados aguardados, não é mesmo? Será útil discutir se a nova equipe econômica deve trazer sinais de abertura ao mercado? Pode-se debater quais sinais, para que, a favor de quem. Quem acha que Dilma não está cumprindo o que disse na campanha precisa lembrar que ela não foi a candidata da ruptura com o capitalismo. Fez uma campanha com base na luta de “nós contra eles”, em nome de um horizonte de construção do Estado de bem-estar social, base para o convívio entre a democracia, que é o regime da maioria, com a propriedade privada e o mercado, que é o sistema de uma minoria de empresários e acionistas. O nome disso é “capitalismo democrático,” ensinou o cientista político Adam Przeworski, num texto sempre útil chamado “O capitalismo na encruzilhada.” No mundo de hoje, as posições “nítidas, inegociáveis”, encontram-se do outro lado, como ensina Paulo Arantes. A agenda é negativa: impedir o governo Dilma de agir. Tirar o oxigênio das urnas. Paralisar. O Brasil não se encontra, é bom lembrar, nas circunstâncias dolorosas daquele país que Lula recebeu em 2003. A economia interna, nem de longe, encontra-se num estado calamitoso. Representa a 7a. economia do mundo, um mercado de renda média de 200 milhões de pessoas, capaz de justificar uma “guerra” nas palavras pouco diplomáticas do Financial Times. Numa situação externa desfavorável, a oposição investe na degradação do ambiente político como estratégia para criar uma crise econômica capaz de inviabilizar o exercício do governo. O apetite exibido para o confronto e o ataque direto, os murmúrios recorrentes em torno da palavra impeachment, sugerem que pode ser até ingenuidade imaginar que a oposição pretende aguardar até 2018 para tentar um retorno ao Planalto, respeitando a vontade do eleitor e o calendário eleitoral. A estratégia é apostar numa crise final a cada esquina. Você entende, certoLeia mais:PEC DA BENGALA É GOLPE DE ESTADODIAS: O DIÁLOGO NÃO BASTACOMENTÁRIOS14 Comentários para “PML: sem votos, oposição quer asfixiar Dilma”1 de novembro de 2014 às 13:58NeologistaA Festa do Chá brasileira vai usar água suja do Cantareira.

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    • D.Dilma vai ter que mudar muita coisa e a principal será não deixar-se envolver em alianças com as hienas da politicalha nacional. O PNPS incomoda muito os políticos de todos os naipes e necessita ser explicado ao Povo. Missão que compete ao PT. Necessita acordar como partido no governo. Está dormindo de touca ou tomou algum sonífero?

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  7. “À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta.”

    De todos os posts que já li em seu blog esse sem duvida foi o mais bizarro de todos: uma pessoa que se intitula socialista convicto que prefere um restaurante caro, em um bairro burguês, frequentado por capitalistas a um restaurante popular para poder “socializar” o alto valor da conta com os oprimidos pelo sistema capitalista. Um blogueiro que não se informa, que não aprecia o ponto de vista divergente mas escreve e ainda aconselha seus leitores “pare de ver TV, ela te deixa burro”. Um intolerante com o ponto de vista dos demais, no caso, ao reacionário Doutor Ives Gandra.
    Fiquei aqui imaginado se o autor do blog escreve isso aqui, pondo em jogo a sua reputação, como deverá ser como profissional ao elaborar uma petição, uma razão de defesa ou sei lá em que área atua, e também pouco me interessa.
    Sem dúvida alguma o que me resta é compartilhar esse post em algumas páginas de direita, em especial a de meu amigo pessoal Jair Bolsonaro e deixar que ele sim faça os comentários.
    Simplesmente patético………

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    • É por aí…o blogueiro é de uma superficialidade e ignorância absurdas. Só pode ler o que o PT indicar, deve ter medo de deixar de ser petista por influência da velha mídia golpista, etc, etc…
      É o famoso meninão, piá de prédio.

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  8. Tarso…pelo que percebi, você estava almoçando num restaurante em um bairro conservador de Curitiba, certo? Porquê você foi lá almoçar? Não havia outro restaurante em um bairro com maioria de esquerda para você almoçar? O que você esperava encontrar em local com alta densidade de burgueses, capitalistas, reacionários, golpistas que votaram no Aécio hein ? Petistas por um acaso? Eita textozinho mais demagogo e hipócrita hein Tarso? Mudar as elites financeiras? Se você conseguir me explicar como seria possível fazer isso, eu te indicaria para o prêmio nobel de economia !! kkkkk !! Com essa cara de “coxinha” nem dá pra dizer que você é petralha !!

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